Capítulo dois.
Um mês depois.
"Chanyeol, você está ardendo em febre." Disse minha mãe, alarmada, enquanto largava o termômetro sobre a minha cabeceira e buscava o celular em seus bolsos, às pressas. "Chanwoo! Vá ligando o carro!"
Tossi. Parecia estar com uma pequena falta de ar, além suar frio. Era só o que me faltava: pegar uma gripe já estando doente.
"C-calma, mãe... eu estou bem." Sussurrei. Era uma mentira minha, sim, mas só não queria lhe causar preocupação.
"Não se esforce, Chanyeol." Pediu, o celular grudado à orelha. Estava ligando para o meu médico. Trocou algumas palavras, rápidas, e estendeu a mão para mim, o olhar preocupado. "Vamos, meu filho."
Apoiei-me em seus ombros.
"Estou... um pouco tonto."
Ela pareceu desnorteada.
"Chanyeol, fique calmo, está me ouvindo? Logo, logo passa... Presta a atenção em mim..."
Acatei ao seu pedido recordando-me de Baekhyun — de seus sorrisos, suas risadas e até mesmo do seu óculos de lentes escuras. O repuxar nos cantos dos lábios foi inconsciente.
Praticamente me joguei dentro do carro dos meus pais. Minhas pernas perdiam as forças ao decorrer dos segundos, como se minha vida estivesse desaparecendo. Uma sensação que jamais serei capaz de descrever com clareza.
Vários pensamentos voltaram à tona na minha cabeça. Entretanto, eu me encontrava tão fraco que, aos poucos, tudo ao meu redor perdia o sentido e a importância. Para que continuar vivendo e sofrendo com algo que eu já sabia como terminaria? Por que não terminar com aquilo de uma vez por todas? Todo o peso que sentia ser na vida dos meus pais sumiria para sempre. Toda a dor de um sentimento não correspondido, também. Um futuro que seria inexistente de qualquer forma. Eu deixaria todos em paz.
Fechei os olhos, meu corpo indo de encontro à escuridão. Ouvia os chamados da minha mãe, suas mãos me balançavam, contudo não as sentia mais.
Estava anestesiado.
Eu teria a minha paz.
[...]
Baekhyun
Chanyeol me beijava.
A pressão de seus lábios contra os meus era viciante, tal como anestesiante: mal sentia a minha própria alma. Poderia apostar que voávamos. O vento batia contra nossos corpos, acarinhando-os em seguida, pedindo-nos perdão.
Senti-me incrédulo quando pude abrir os olhos e enxergar o mundo ao nosso redor. Sentados sobre uma espécie de caminho de madeira sobre as águas, nós tínhamos uma perfeita visão de um mar calmo bem à nossa frente. Não fazia ideia de onde estávamos, mas me sentia em casa. Afinal, Chanyeol estava ali.
Chanyeol era o meu lar.
Ainda desacreditado, olhei fixamente para o seu rosto. Queria guardar cada detalhe para sempre.
Eu estou sonhando?, perguntei-me em pensamentos. Temia que estivesse.
Era a primeira vez vendo seu rosto — não muito diferente do que minha mente criou, e eu estava ainda mais apaixonado. Ele era lindo.

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Amar
FanfictionCoreia do Sul, 2017: Ao receber a notícia que mudaria sua vida dali para frente, Park Chanyeol se vê sem chão. Ele não acredita que aquilo estava acontecendo logo consigo, não acredita que fora escolhido para carregar tal fardo e, com isto, perde to...