2. Casa temporária.

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- Mauro? - acordo e vejo que ela está me encarando. - Eu fui atropelada por Mauro Nakada? - ela diz surpresa e eu assinto, olho pro lado e vejo que estou sozinho no quarto, fico pensando se devo chamar o doutor.

- Desculpa. - minha voz quase não sai, espero em nome de Deus que ela não me processe. Meu corpo todo já estava tremendo com a possibilidade.

- É obvio que está desculpado. Mano você... - somos interrompidos por Lucas entrando no quarto com o médico.

- Clara você não tem nenhum familiar que more perto ou no mesmo estado que você? - ele diz olhando indignado para o celular dela.

- Não, sou independente. - ela arqueia uma sombrancelha. - Espera... - o médico ri e troca o soro dela.

- Olha mocinha, você vai ter que ficar sob a observação de alguém, para dar os remédios nas horas certas e te ajudar. - E agora? Será que eu vou ter que me mudar pra casa dela e cuidar dela? Vou ter que ajudar ela a tomar banho?! Arregalo os olhos com o pensamento e T3ddy ri, como se tivesse pensando a mesma coisa.

- Se... Você aceitar, pode ir morar temporariamente com a gente, como pedido de desculpas. - T3ddy escancara um sorriso em seu rosto, com certeza ele vai tirar proveito disso. Bem a cara dele.

- Eu não sei, não quero incomodar. Vocês são youtubers devem ser cheios de compromissos. - nisso ela tem razão, tenho uma viagem para daqui poucas semanas..

- Que isso. Vai aceita - Ele senta na cama dela. Ela olha para o doutor que da de ombros dizendo.

- Vai por mim. Você não vai querer passar um mês e meio no hospital. Vai? - ela suspira derrotada e nega.

Acho que devo isso a ela, fui eu quem a atropelei.

- Óia, então pronto, vai com a gente! - Lucas ta louco. Muito louco... Talvez até obcecado pela ideia, seria isso uma oportunidade de video novo, muitos likes e inscritos?

Por fim acabamos decidindo que ela ficaria no meu apartamento e que T3ddy iria posar lá esse tempo todo para me ajudar.

O dia de hoje não poderia ter sido mais louco, espero que T3ddy não tire proveito da situação.

Uma semana depois.

- Próxima esquerda. - Clara acabou de ganhar alta e estamos indo para o apartamento dela para ela pegar suas coisas. - aqui. - Paro o carro em frente à um prédio de dois andares. -
Cuidado pra não atropelar mais ninguém. - ela sorri meiga abrindo a porta enquanto T3ddy a ajuda a sair do carro.

Espero por mais ou menos 40 minutos até o T3ddy descer com duas malas.

Ele as coloca no porta malas e volta com mais uma e com a Clara.

- Pronto, podemos ir. - ela diz meio aborrecida, Lucas entra batendo a porta com força, alguma coisa aconteceu lá dentro, decido não perguntar, pelo menos não agora.

Ao chegarmos no nosso prédio ficou que, eu iria ajuda-la a sair do carro e T3ddy levaria as malas.

- T3ddy falou algo pra você lá dentro?

- sussurro próximo ao seu ouvido para que Lucas não ouça.

- Ham... Não, ta tudo bem. - ela sorri de leve. Aperto o botão do elevador e esperamos Lucas nos alcançar. - Me sinto uma intrusa. - ela diz quebrando o gelo arrumando as muletas nos braços.

- Não sinta. É nossa obrigação cuidar de você. - digo tentando fazer a frase parecer gentil.

- Nossa? Foi você quem atropelou ela.

- T3ddy retruca dando de ombros com um bico enorme no rosto enquanto mexe no celular. Ele não sai desse negócio. Isso ta muito estranho.

- Mas, não foi você quem insistiu pra ela vir com a gente? - Digo irritado. Percebo que ela ficou sem jeito com a pequena discussão. - Deixa isso pra lá.

- Chegamos ao meu andar. Entramos no apartamento e Lucas deixa as malas dela e sai.

- Vem, você vai ficar no meu quarto e eu fico na sala. - ela concorda, não era fácil para ela andar, mesmo com as muletas, então a ajudo chegar no meu quarto. - Está com fome? - Pego dois travesseiros e coloco embaixo da perna dela.

- Ai! - ela resmunga se ajeitando na minha pequena cama.

- Desculpe - ela ri. - vou pegar algo para você comer... Qualquer coisa grita - ela ri novamente e saio do quarto.

***

Clara havia dormido, estava pensando em tirar um cochilo também, já que o que eu tirei no hospital não foi o suficiente e desde o acidente eu venho tendo muita insonia.

Pego uma mantinha que estava no sofá e me deito ligando a TV.

***

Acordo com uma trovoada muito alta, e vejo que são quase quatro horas da tarde, estava chovendo bastante, me levanto indo até meu quarto para ver se Clara está bem, ela estava acordada mexendo no celular.

- Não é sei se você me chamou, mas eu acabei dormindo. - ela ri assentindo.

- Na verdade eu acabei de acordar - Ela se espreguiça então faz uma careta de dor. Me lembro que está na hora de seu remédio.

- Vou buscar seu remédio e água.

- Sem querer abusar... Trás algo para mim comer? - ela faz uma carinha muito fofa. Eu sorrio e fecho a porta.

Quando chego na cozinha alguém bate na porta, vou atender e vejo Lucas com sacolas de supermercado molhadas.

- Trouxe umas coisinhas - ele diz alegre, alegre até de mais.

- Eu vou levar o remédio dela. - digo indo para o meu quarto.

- Deixa que eu levo - ele toma o copo e o comprimido da minha mão e vai até o quarto, reviro os olhos instantaneamente. Mexo nas sacolas e vejo que Lucas trouxe muita besteira, nem sei se a Clara vai poder comer isso tudo.

Escuto risadas vindo do meu quarto, me seguro ao máximo para não ir até a lá. O que tá acontecendo comigo?
Resolvo lavar a louça do café e T3ddy vem para a sala junto com a Clara.

- Pago a Netflix Maurinho? - ele pergunta ajudando ela a se sentar e sentando ao lado dela logo em seguida, ele passa o braço em volta do pescoço dela e antes que eu me irrite de novo, Clara me olha pedindo socorro. Dou uma risada e termino de lavar a louça.

- Escolha - pego o controle da mão do Lucas e coloco na mão dela, ela passa os filmes até parar em um.

- Cartas Para Julieta? - T3ddy olha incrédulo ele detesta esse filme.

- É um filme muito bom - eu a defendo, ele me lança um olhar ameaçador.

- Nunca assisti, vai que é legal - ele a olha e chega mais perto dela.

Assistimos o filme e comemos mais da metade das coisas que T3ddy trouxe, o mesmo tava babando no ombro da Clara enquanto conversávamos.

- Foi uma tragédia horrível. - ela comenta.

- E pensar que todos aqueles homens salvaram a vida de milhares de pessoas. - ela concorda com a cabeça.

- Meu sonho é conhecer Chernobyl, conhecer todos esses lugares que são carregados de mistérios e enigmas. Como Oak Island.

- Não brinca que você também conhece essa historia? - digo surpreso, é estranho que a gente se interesse tanto nesses assuntos.

- Incrível né - ela sorri e me encara. -
Acho melhor a gente acordar esse babão e ir dormir - ela diz e eu seguro a risada. Acordamos Lucas que acaba se deitando no outro sofá e levo Clara até meu quarto. (😏)

- boa noite, daqui a pouco trago seu remédio, se sentir muita dor grita. - puxo o cobertor e ando até a porta.

- Boa noite Mauro. - fecho a porta e me jogo no sofá.

Acordo com o alarme do celular indicando que está na hora do remédio dela...

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Girl - Mauro Nakada - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora