50 Rebecca

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Hoje acordei com tanta disposição, que queria caminhar um pouco, tentei de todas as maneiras acordar o Zeca, mas a criatura dormia como uma pedra. Ontem o dia na boate foi pesado e a noite, ele me trouxe para casa e voltou para o trabalho, chegou em casa ás 4 da manhã é claro que não vai querer levantar e caminhar ás 6:00 horas. Dei-lhe um beijinho e levantei. O João me chutava, anunciando que também havia acordado. Sorri e passei a conversar com ele.

— Você é muito sapeca, sabia? — Fiz café e comi o bolo que fiz ontem a noite. Alisei minha barriga, admirada com as voltas que meu filho da nela, deve ser estranho viver em um lugar tão apertado. — Mamãe, está ansiosa para te conhecer, o papai também! — Sorri quando ele chutou bem onde minha mão estava.

Vou para o quarto e coloco uma roupa confortável para caminhar, vou até o Zeca e dou mais alguns beijos.

— Te amo, volto logo! — Deixei um bilhete na geladeira dizendo que fui caminhar um pouco, e sai de casa, dando de cara com meus bebês que saltitavam de alegria ao me ver. Pego a coleira da Kim, e a puxo para mim. Coloco nela e faço um carinho em Shrek. — Você é muito espevitado, depois o seu pai te leva para passear. — Ri da carinha manhosa que ele fez beijei sua cabeça. Puxei Kim comigo e logo estávamos ganhando as ruas. Eu sentia falta de correr, mas agora não tinha como, então a caminhada era minha melhor opção, gosto do exercício. Kim andava ao meu lado. Balançando o rabo feliz por estar passeando comigo.

Caminhamos por meia hora, até resolver voltar para casa, do nada Kim começou a me puxar e rosnar.

— Pare com isso, Kim, não posso correr com você! — Ela estava nervosa e não entendi. Quando olhei para o lado tomei um susto, Eike estava bem ali e me olhava com um sorriso assustador.

— O que você quer? — Parei o olhando desafiadoramente, tinha gente na rua, ele não vai fazer nada. Kim rosnou e tentou ataca-lo a segurei.  Ele olhou para minha barriga e a toquei como se pudesse protegê-lo assim.

— Olha só quem vai ser mamãe! Que lindo! Poderia ser nosso, não é?

 Não o respondo, saio andando e puxando, Kim comigo, sinto ele me seguindo e sinto calafrios.

— Como você ficou mal-educada! — Ele riu sarcástico — Deixa eu te dar uma carona! Não é bom para uma grávida ficar andando sozinha por aí.

 — Vai pro inferno com sua carona, estou muito bem andando, e estava muito melhor sozinha! — Apresso o passo, que saco de homem idiota.

 Ele me acompanha e suspende a camisa, me mostrando o cabo de uma arma.

— É melhor você vir comigo, Rebecca! Agora!

 Estremeci da cabeça aos pés, acabei soltando Kim, que o atacou. Dei alguns passos para trás enquanto ele tentava lidar com a cadela.

— Por que está fazendo isso? — Minha voz saiu fraca quando ele ameaçou puxar a arma, parei meus passos. Ele segurou o focinho da Kim, olhei para os lados e notei que estávamos num beco bem próximo a minha casa, e não havia ninguém ali, além de nós. — Não machuca ela, por favor! — Fui até ela e a puxei para mim. Ele apontou a arma para nós.

— Larga a cachorra e vai pro carro!

Chorando dei um beijo na Kim e a soltei. De novo ela o atacou e deu um chute nela que caiu tonta e desmaiou.

— Porque você fez isso? — Gritei e ele puxou meus braços os apertando e me soltando de sopetão.

— Eu estou com pressa, Rebecca! Anda.

 — O que vai fazer comigo? — Estou desesperada e João deve estar sentindo pois está mexendo sem parar.

— Entra na merda do carro, caralho!

Dei um grito involuntário com o timbre da voz dele e entrei no carro.

— Eike, pelo amor de Deus, onde você está me levando? — disse alto e ele entrou no banco do motorista e apontou a arma para minha barriga. As lágrimas desceram embasando minha visão.

— Fica quietinha, Rebecca! — Ele apanhou uma fita silver tape no painel e juntou minhas duas mãos, enrolando-as — Pra você não tentar nenhuma gracinha — Ele deu partida no carro, recolocando a arma na cintura — Se você gritar ou chamar a atenção de alguém, eu vou meter uma bala na sua cabeça, entendeu?

 Balancei a cabeça. Pensei no Zeca e chorei mais ainda, por que o Eike está fazendo isso depois de meses sumido? O que há de errado com esse homem? Ele  saiu com o carro lentamente como se nada o incomodasse.

— Sabe, Bequinha! Eu gostava mesmo de você. Você era legal, obediente, mas aí você ficou uma chata! Sem contar o gelo na cama, né! Como aquele cara aguenta a sua falta de interesse em sexo?

Ele estava pensando o quê? Que eu vou conversar com ele enquanto me sequestra? O ignorei e olhei pela janela, meu coração acelerado, quase pula pela boca, pensando no que ele está fazendo, para está me levando? Ele não parece ter gostado muito do meu silêncio acompanhado pelo choro.

— Tá vendo, como você é chata!!! Eu não queria fazer isso com você, juro! Mas, eu gosto de grana, Rebecca! E como você não vai casar comigo...— Ele deu de ombros.

Ele teve minha atenção agora.

— Dinheiro? Para que, Eike? Se você não quer fazer isso, não faça, por favor! Você não está brincando só com a minha vida! — falei desesperada, minha voz treme, e soluço. — Por favor, me deixe ir!

— Essa decisão não cabe mais a mim, Rebecca! Eu vou te entregar a quem quer você e depois ele te solta. Eu só quero receber os 500 mil que ele me garantiu, se eu a entregasse.

Arregalei os olhos, já não conseguia mais controlar nenhum nervo meu. Eu tremia dos pés a cabeça.

— Eike, você acha mesmo que vão me soltar depois? Você é tapado? — Grito em desespero. Não é como se desse para manter a calma em um momento como esse, no fundo eu sei, que esse é o meu fim, estremeci mais ao pensar que meu filho ainda depende de mim para nascer. Forço a fita, mas é inútil, minhas mãos estão presas fortemente. — Se você realmente ja me amou, como diz, por favor, me solta, Eike! —Imploro sem me importar com o quanto pareço frágil.

— Eu nunca disse que te amei! — Ele riu macabro— Tá, eu já disse, mas quantas vezes eu já menti pra você, Rebecca?— Ele apanhou a arma— Eu não queria fazer isso, mas não posso arriscar que você chame a atenção de alguém. —senti a forte coronhada na cabeça e apaguei.

 —senti a forte coronhada na cabeça e apaguei

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Aos seus pés (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora