10 Rebecca

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 — A sua casa foi invadida? —  Ele me encarou preocupado — Acho que você não deve ir lá sozinha

— Minha cadela, ele pegou minha cadela! Ele não tem esse direito. Ela é minha, entende? — Meu coração batia descontrolado, estou suando e trêmula de tão nervosa. 

— Foi o seu ex-marido.

— Noivo, ex-noivo! Ele quer me enlouquecer, só pode! Preciso ir, muito obrigada. — Vou em direção a porta, completamente perdida, puxo o telefone, acesso o aplicativo do uber para pedir um carro. Não havia percebido que estava chorando até uma lágrima cair na tela deixando meu celular maluco. 

— Você não vai ver aquele maluco sozinha! — Ele se aproximou de mim e depositou a mão nas minhas costas, num gesto carinhoso — Deixa eu te acompanhar!

— Essa briga vai ser feia, tem certeza que quer mesmo ir? — Perguntei indecisa. Ao mesmo tempo que não queria que ele se envolvesse demais na minha vida, me sentia mais calma com ele ao meu lado.

— A única vez que eu vi esse cara, ele estava quase batendo em você!

— Você me leva, então? — Perguntei com a voz fraca.

 — Vamos lá, sua anã diabólica! 

Fiz bico.

— Como se ser alto fosse algo muito legal! — Rolo os olhos e acabo rindo, meu Deus, há dois minutos atrás eu estava chorando. O que há de errado comigo?

 Não me preocupei em colocar os saltos, e desci as escadas descalça mesmo. José Carlos abriu a porta do carro, entrei e coloquei o cinto. Dei o endereço para ele e seguimos em direção a minha casa. Mexia minhas mãos sem parar ansiosa para pegar minha bebê daquele idiota.

— Vai ficar tudo bem! Não se preocupe, nem que eu precise surrar o seu ex.

 — Se você agredir ele pode arrumar problemas! — O olhei assustada — Não faça isso, Ok?— Vamos apenas pegar a Kim e vamos embora.

— Só digo que se ele engrossar vai receber o que está pedindo.

Suspiro frustrada, meu Deus que homem teimoso. Fiquei quieta até pararmos em frente a minha casa. 

—É aqui! — Olho para o carro em frente a garagem da minha casa e bufo de raiva, não é o meu carro.

 — Ele está aí! Já era de se esperar.

— Sim, ele está acampando na minha casa esperando eu voltar. — Torço a boca, pego minha bolsa e retiro a chave. — Vamos! — Desço do carro, coloco a chave na fechadura e abro o portão, Kim está solta no quintal e late ao me ver, vem em minha direção e quase me derruba. — Oi, meu amor! Mamãe veio te buscar — Ela me lambe, sorri e me limpei, pensei em apenas ir embora e deixar isso para lá, mas não, chega, esse demente vai sair da minha casa. Fui determinada até a porta e entrei. José Carlos me seguiu assim como Kim. O bastardo estava largado no meu sofá dormindo. Fui até lá e arranquei as cobertas. —Sai da minha casa! — José Carlos cruzou os braços e ficou observando junto comigo enquanto, Eike piscava desorientado sem entender nada. 

— Olha só quem voltou, sabia que Kim ia dar um incentivo! Tá na hora da gente conversar, não acha?  — Falou mais desperto. Dei uma risada irônica.

— Se eu quisesse conversar teria vindo antes. — Eike ainda não percebeu a presença do Zeca.

— Não é bem como quer, docinho! — Ele se levanta e se aproxima demais de mim.

— Qual é a sua, Eike, o que quer você de mim? — Cruzei os braços.

— Já disse, quero me casar com você! — disse ele rindo.

— Não. Vou. Me. Casar. Com. Você! — disse cada palavra pausadamente. — Agora você entendeu?

— Pois, só te digo uma coisinha, você vai se arrepender! 

—Acho que não! Acabou! — disse firme e ele fechou o espaço entre nós.

— Sai da minha casa! E devolve meu carro! 

Eike riu e percebendo que estávamos sendo observados olhou na direção do Zeca, aproveitei que ele estava focado no Zeca para me afastar alguns passos dele.

— O que está fazendo aqui? — Eike me olhou furioso. — Estava me traindo com ele, não é? — Engoli em seco enquanto ele me encarava de cima abaixo, me medindo. Eike pode ter me traído em quase todo o tempo que estávamos juntos, mas ele morria de medo de ser traído. Dei de ombros, não lhe respondendo nenhuma pergunta, mas também sem desmentir.

 — E aí, irmão! — Zeca parou à frente dele, e parecia uma muralha até para Eike que também era alto — Você vai sair por bem ou eu vou ter que te rebocar pra fora?

 Eike levantou o queixo orgulhoso. 

— Tem certeza que vai acabar tudo assim? Sabe que eu te amo, Becca! — Eike tenta vim na minha direção.

— Você não sabe o que é amar então, Eike! — Esnobei. Ele travou o queixo e se Zeca não tivesse aqui, sei que ele teria me agredido.

— O que você está esperando, cara? Se é por falta de Adeus. Até nunca mais!

— Está achando que Rebecca é uma deusa, não é, que ela é perfeita, mas veja só, ela me traiu com você e vai te trair com outro! Faça bom proveito dessa vagabunda! — Meus olhos arderam e meu coração parecia estar sendo esmagado no peito. Respirei fundo, enquanto os dois se encaravam como touros bravos.

— Eu prometi que não ia partir pra violência, mas desculpe aí, Becca! — Quando percebi Eike estava no chão, levando a mão ao olho que Zeca tinha acabado de acertar um soco. Zeca aproximou-se dele e o tirou do chão, o agarrou pela gola da camisa e praticamente saiu arrastando o outro até o portão — Se você voltar aqui, eu não vou me contentar em te dar apenas um soco.

 Zeca aproximou-se dele e o tirou do chão, o agarrou pela gola da camisa e praticamente saiu arrastando o outro até o portão — Se você voltar aqui, eu não vou me contentar em te dar apenas um soco

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Aos seus pés (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora