F I V E

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Eu não ia a uma festa fazia um bom tempo, mas isso não tinha nada a ver com o luto.

Enquanto eu apenas daria todo meu dinheiro para ficar em casa, — reclusa e segura — Josh precisava de uma multidão bêbada, dançando debaixo de luzes piscantes e música alta demais. Não o suficiente, ele também precisava que eu presenciasse isso. E, por saber que qualquer brecha era grande o suficiente para uma fuga, Joshua surgiu no Café vinte minutos antes do fim do expediente, exibindo um sorriso largo, bochechas coradas e os cabelos loiros devidamente penteados.

Embora eu estivesse cansada de dizer que ele ficava mais sexy com os fios desgrenhados, Joshua Colton nunca me ouvia. Não quando o assunto era seu cabelo ou negar qualquer coisa a ele. Por isso, quando o último cliente saiu, meu melhor amigo se levantou e jogou uma mochila sobre o balcão, piscando para mim. E eu, hesitante e cansada, só pude pegá-la e torcer para ele ter sido misericordioso ao escolher minhas roupas.

Mesmo que ele nunca fosse!

Mas foi só na casa de Mason que, tão rápido quanto concordei em satisfazer o capricho de Josh, eu me arrependi. Nós dois sabíamos que aconteceria, mas ele, pouco disposto a ouvir minhas lamentações, desapareceu em meio a multidão segundos depois de me deixar diante de um bar improvisado e abarrotado de gente.

Resignada, puxei a saia para baixo, tentando inutilmente deixá-la mais longa e em seguida fechei a jaqueta para que a blusa — curta e justa — não ficasse a mostra. Joshua, provavelmente, havia escolhido roupas que eu usava quando tinha quatorze anos.

Desviando de um cara que vinha deixando um rastro de cerveja por todo seu caminho, segui até uma banqueta que tinha acabado de ser desocupada e me sentei. A bartender usava uma peruca rosa e os fios, que mal chegavam aos ombros, estavam grudados em seu pescoço e em parte do seu rosto devido o suor, suas bochechas estavam vermelhas e os lábios secos.

Ao vê-la trocar o peso de um pé para o outro enquanto preparava uma bebida, eu soube que ela mal estava aguentando ficar em pé e isso apenas me deixou mais tentada a pular o balcão e oferecer ajuda.

Era algo que papai faria. Isso é, se ele frequentasse festas e se estivesse vivo.

— Já sabe o que quer beber? — a garota perguntou, debruçando-se sobre o balcão e assoprando alguns fios do cabelo falso para longe dos olhos.

— Qualquer coisa que te dê alguns minutos para respirar. — Ofereci e ela suspirou, erguendo o polegar para mim antes de se virar e sumir por uma porta que eu sequer havia notado.

A música parecia ficar cada vez mais alta e algo me dizia que não demoraria até que a polícia aparecesse para colocar todo mundo para correr.

Losery era entediante, então a diversão dos policiais eram as festas e a fiscalização das estradas.

Quando a garota colocou a bebida na minha frente, eu peguei o copo e segui para o jardim. Eu me sentei na ponta de uma espreguiçadeira que estava longe demais da área da piscina e de onde estava, notei um pequeno grupo no ápice de uma competição de quem aguentava beber mais. Pelo menos três deles estavam desmaiados e fora da roda.

Alyssaa. — Josh gritou, surgindo na minha frente.

Ele já estava mole e animado, mas isso apenas significava que ele era fraco demais para bebidas, afinal, até o café o deixava assim.

— Você está se divertindo Lys? Eu não ficaria bem se você não estivesse se divertindo como eu. — Resmungou e, com um bico, se abaixou diante de mim.

Embora eu não acreditasse que Josh pudesse notar meu desânimo, ergui meu copo e sorri para ele que, pendendo para frente, agarrou meu rosto com suas mãos frias e apertou minhas bochechas até elas formarem um bico desajeitado.

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