Social Casualty - Luke Hemmings

part. 9

           

Queria dizer que o resto da viagem não havia sido prejudicado pelo que Juliet me contou, mas infelizmente, isso seria mentira.

Eu tentei aproveitar sua companhia, tentei manter o bom humor e o clima descontraído em que nós estávamos. A verdade é que parecia que um enorme buraco havia sido feito no lugar onde antes meu coração ficava.

Nós dormimos em um hotel próximo a rodovia, e voltamos para Sydney logo na manhã do dia seguinte. Deixar Juliet em casa, depois de tudo que havia acontecido parecia uma das coisas mais complicadas que eu já tinha feito, não queria ter que tirar meus olhos dela. Se pudesse ficaria as próximas duas e únicas semanas que tínhamos inteirinhas ao seu lado.

Mas July me deu um beijo, e deixou que eu abraçasse seu corpo magro por um longo tempo, em seguida ela garantiu que nos veríamos no dia seguinte. Afinal, nós tínhamos um plano a botar em prática. Plano que levou a uma das coisas mais divertidas da minha vida, e ao mesmo tempo mais tensas, e assustadoras.

Afinal, naquele Sábado, na minha casa estaria acontecendo um jantar. Cinquenta por cento um encontro de famílias amigas, e cinquenta por cento de negócios, já que para Jesse Van Harris as coisas sempre tinham algo a ver com negócios.

Minha mãe veio ao meu quarto, no fim da tarde, pedindo para que eu me arrumasse pois nossos convidados chegariam em pouco tempo, por isso fui tomar um banho.

Nosso convidados, eram a família Van Harris. A parte oficial dela, no caso. Jesse, Frank, Aspen,  e Clarissa. O pai, a madrasta e os irmãos de Juliet, mas no nome dela ninguém havia nem tocado. Como se ela não fosse importante o suficiente pra isso.

Eu terminei de abotoar a camisa social preta que havia colocando por cima dos meus jeans da mesma cor, e então calcei um par de vans e desci as escadas, me preparando para mais uma noite de atuação.

Quando cheguei a sala elegante da minha casa, que havia sido perfeitamente arrumada, e onde uma música entediante tocava em volume mínimo.

–Luke, fala aí cara. – Aspen me cumprimenta, e eu me aproximo da rodinha onde estavam meus dois irmãos mais velhos, e os irmãos de Juliet.

Eles eram extremamente parecidos entre si, e também com o pai deles, sua expressão fechada, e os olhos azuis escuros além dos cabelos pretos. 

–Cara, é verdade o que dizem no colégio sobre você e nossa irmã? – Frank perguntou intrigado, e meus irmãos soltaram uma risadinha.

–Depende do que dizem. – respondi colocando as mãos nos bolsos.

–Que vocês estão juntos. – ele respondeu assustado.

–Juntíssimos. – Jack implicou.

–É – balancei os ombros. – Estamos sim.

–Você é maluco?! – Frank perguntou realmente impressionado.

–Pra atura-la, normal definitivamente você não é. Aquela menina é insuportável. – Aspen fala sem um pingo de afeição na voz.

–Na verdade, acho ela bem maneira. – respondo já na defensiva. – Inclusive, maneira demais pra vocês. – me preparei para começar uma discussão com aquele troglodita, mas fui interrompido.

–Luke! – era meu pai  me chamando, por isso suspirei e me virei em sua direção.

–Sim? – perguntei irritado.

–Cumprimente seus convidados, garoto. – meu pai ordenou, abrindo um sorriso forçado.

Porque era disso que se tratavam todos esses jantares, de expressões forçadas, cutucões disfarçados, e assuntos superficiais, porque no fim das contas ninguém queria mesmo estar ali, mas todos tinham que fingir que aquilo era ótimo.