Aquarela

Capítulo 5 - Cath

Eu me sentia ridícula vestida com o meu cardigã verde no meio de toda aquela gente. Para um show inesperado, os estudantes de Ravenland pareciam prontos até demais. Parecia que haviam brotado botas e jaquetas de couro do chão e penteados com gel demais, e todos se agitavam e falavam e gritavam no ginásio.

Subi para me sentar no lugar mais alto que conseguisse, podia ver os instrumentos já colocados enquanto todos ainda estavam sentados. Eu duvidava que seria possível ver mais alguma coisa com meu 1,55 de altura.

Do outro lado das arquibancadas, encontrei Jay e seus dois discípulos, e quando o mesmo olhou para mim, levantou dois dedos na altura da têmpora e acenou. Uma mão no meu ombro me fez olhar para cima, até os olhos verdes de Lila.

– Ouvi que a banda já está subindo, se eu fosse você faria o mesmo, só que nos ombros de alguém, pequeno elfo.

– Bullying não é legal, Lila

– Não é bullying, idiota. Eu te chamei de pequeno elfo, você ama elfos. – a morena sorriu lindamente.

Nós duas e mais algumas dezenas de jovens distraídos viramos os rostos ao escutar a gritaria da maioria, a banda havia chegado. Todos se levantaram em uma onda e eu decidi não fazer diferente. Vi-me na ponta dos pés e balançando a cabeça de um lado ao outro sobre os ombros dos otários em minha frente.

A música começou e pessoas vibraram. A melodia começava calma o bastante para que eu quisesse balançar meu corpo lentamente de um pé para o outro. A voz da vocalista era incrível e potente, no tom perfeito. E se tornou mais forte conforme a guitarra e a bateria a acompanhavam e meu corpo então começava a se mexer para cima e para baixo. Consegui ver seu rosto, e com seus curtos cabelos loiro era Max Wittle. Ao seu lado, Tyler Krieger balançava os cabelos cacheados de um lado para o outro, e eu mal podia distinguir William Doyle de um rosto pálido e cabelos pretos voando conforme ele tocava a bateria.

A banda apresentou três músicas ricas em ritmo e composição, e eu sonhei com uma página deles no Spotify.