Senzala de Tijolos

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Meu Deus, como sinto falta

Do cantarolar dos pássaros

Livres a voar no céu.

Como sinto a ausência

Da brisa salgada

Que bate no meu rosto

Enrugados pelo tempo.

E do balanço das folhas

Embaladas pelo vento.

Tudo Isso lembra liberdade

Tudo isso lembra alegria

Não sei, entretanto, explicar

O que está acontecendo

De repente surgiu um feitor

Travestido de Senhor

Nos tirando o espirito de liberdade

Tão cantada por Castro Alves.

Estamos todos enclausurados

No porão da grande senzala de tijolos.

Meu Deus, o que isso?

O que está acontecendo?

As botinas estão voltando?

Não deixar isso acontecer

Novamente

Só queremos ouvir

O toque da sirene

Para corrermos

Em buscar de ar

E das asas da liberdade

Subtraídas por oito horas

Queremos isso apenas...

E nada mais.

Palavras de PoesiaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora