A VERDADE

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No dia seguinte, a noite está marcado um jantar no colégio para a entrega do diploma oficial de conclusão do Ensino Médio. Me preparei psicologicamente para aquela noite, ela seria a última noite "com ela". Chegando lá:

F – Oi. Sorri.

J- Oi. Respondo com frieza.

F – A gente pode conversar?

J – Sim. Respondo sem euforia. Em um tom de... tanto faz!

F – Temos uma hora ainda antes do jantar, podemos subir, lá é mais reservado para nós, o que acha?

J – Ok. Ainda com frieza.

F – Me acompanhe.

Sigo os passos dela e ela me leva até a sala de laboratório. E nesse momento meu coração já está quase saindo pela boca. Ela pede que eu entre e tranca a porta com chave. Dentro do laboratório o cheiro do formol era um pouco forte. Ela segure que fiquemos encostadas em uma parede no fim da sala. Continua:

F – Como é que você está?

J – Bem e você?

F – Bem graças a Deus. Ainda está com muita raiva de mim?

J – Não é raiva, explico.

F – O que é então?

J – Ah... Estou mal internamente, respondo olhando para baixo – mas você não tem culpa de nada. Entendo que fez o que podia, da melhor maneira. Eu só preciso de um tempo! Tudo isso vai passar, te garanto. Talvez quando eu entrar na faculdade sei lá, vou conhecer outras pessoas, meu foco vai ser outro, não vou te ver mais todos os dias... Enfim, no fundo até concordo com você, é coisa da idade.

F – Certo. Nossa Júlia. Eu não sei por onde começo! – Ela joga o cabelo e franja para o lado esquerdo de forma muito atraente.

J – Porque me trouxe aqui?

F – Júlia, o que faria se você tivesse a oportunidade de falar mais uma vez sobre o que sente. Mesmo sabendo que é impossível um relacionamento amoroso entre nós.

J – Bem, preparada eu nunca estive, mas, já que hoje é a última vez que vou pagar esse m

F – Então fala. Eu quero ouvir. Mas dessa vez sem reservas! Eu quero saber tudo!

J – EU AMO VOCÊ! – Respondo olhando nos olhos dela com firmeza e com a coragem que jamais tive.

Ela segura o olhar no meu, mas vejo seus olhos com lagrimas – uma escorre no rosto. Ela baixa a cabeça com timidez:

J – Desculpa. Mas foi você que pediu – lamento. Está tudo bem?

F – Você está mexendo com os meus sentimentos. Ela chora sentida.

Suspiro, mas não sei o que fazer e ela derrotada comenta:

F – Eu não posso mais fingir que não sinto nada por você! Meu Deus, eu nunca procurei essa situação Júlia, eu abomino essa história de professor se envolver com aluno. Isso não existe. Deus sabe o quanto lutei, pra expulsar esse sentimento de mim, mas a minha vida está desmoronando, tudo dando errado, sem contar que eu quase enlouqueço toda vez que eu penso em ficar longe de você.

Nesse momento eu estou desmoronando, não consigo dizer nada, choramos juntas.

F – Eu me apaixonei por você! Ela comenta sentindo vergonha.

Permanecemos uma na frente da outra limpando as lágrimas – pouco tímidas. Ficamos alguns segundos em silêncio total. Ela comenta:

F – Você não falou absolutamente nada.

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