A arrogância.

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Hoje acordei disposta, coloquei ração para o Milu e para o Dino, já lavei as louças da noite anterior e já estou pronta para a faculdade.
Acabei de pedir um táxi e de imediato ele chegou, entrei no táxi e com um sorriso no rosto desejei um "bom dia!" para o taxista.
Acho que esse dia será bom..

Dentro do carro consigo observar o céu que está bem azul e que as folhas secas estão caídas no chão em uma manhã de outono.
Como eu amo esse clima!

Ao chegar na faculdade, saio do táxi, arrumando a minha bolsa e segurando as minhas pastas, olho ao meu redor e vejo alguns veteranos da faculdade.
Uau, que gatinhos! Fernanda, pare de ser indiscreta!

Continuo caminhando até chegar ao corredor principal, passo por algumas garotas e percebo que fui vista com um olhar estranho.
Mas que diabos eu fiz!?

Acelero os passos, indo ao banheiro, assim que chego me olho no espelho, respiro fundo e digo:
- Qual será o meu problema? Não estou me achando gorda, eu só peso 57kg..
Respiro fundo, me olhando no espelho, percebo que isso não deve passar de uma loucura da minha cabeça.
Ouço o sinal tocar, caminho até a minha sala de aula. Assim que chego, me sento bem próxima ao Théo.
O Théo também é brasileiro, porém ele faz parte do grupo dos populares e nem pense que nós temos algo, viu!?

Percebo que o Théo está me olhando com um sorrisinho, porém finjo que não vi nada, enquanto o professor não chega resolvo puxar assunto com o Théo.
- How are you?
Rio e corrijo..
- Como vai você? O que fez de diferente na noite passada?
Ele simplesmente me olha com aqueles lindos olhos castanhos e me diz.
- Vou bem...nessa noite eu fui ao bar com os Townies e você? Ficou vendo séries, como sempre?
- Acredite, mas eu não fiquei vendo séries e eu estou bem..
O Théo sempre me pergunta se eu estou bem, pois ele sabe que no verão passado eu estava muito mal, psicologicamente falando. Eu não posso ter nada com ele, pois os nossos pais são amigos e seria constrangedor..

Antes de continuarmos o nosso assunto, percebo que o professor já entrou na sala e como sempre, está mal humorado. A aula prossegue de uma maneira entediante, quase não estou conseguindo prestar atenção, estamos todos em um "climão" por causa da entrega do TCC.
O sinal bate.. Ufa, já não aguentava ouvir nem mais uma frase dita por aquele rabugento.

Assim que saio da sala, caminho até ao refeitório, porém passo pelos veteranos e ouço um breve assobio, coberto por risadas. Tenho certeza que era algum engraçadinho que faz parte dos Townies.
Townies é um grupo dos garotos que jogam basquete e que são considerados os populares e "pegadores".

Assim que chego no refeitório, procuro por uma mesa vazia e me sento, minutos depois vejo a Karolyn caminhar até a mesa na qual estou sentada.
Só faltava essa..

Karolyn com aquela cara de arrogante, se senta ao meu lado e me oferece um pouco do seu lanche, mas rejeito, não estou afim de dar espaço para ela se meter em minha vida.
- Fernanda, você o que você acha do August? Ele me disse que você não para de olhar para ele..
- Você acha realmente que eu tenho tempo para ficar admirando os garotos? Nem tempo para mim eu tenho!
Solto uma breve risada para quebrar o climão que causei.
Acho que falei merda..

A menina assim que escutou a minha resposta já quis se levantar da mesa, se exaltando e me chamando de arrogante, porém mantenho a minha postura.
O que essa garota comeu no café da manhã? Que porre!

Me levanto da mesa, respiro fundo, percebo que há várias pessoas ao nosso redor. Em questão de segundos sinto uma mão bater em meu rosto, que por sinal era bem pesada.
Ao sentir o tapa em minha face, virou para o lado, para revidar o tapa que levei, porém o Théo aparece com uma tremenda cara feia, segura em meu braço direito e me leva para um lugar distante de toda aquela confusão.
- Théo, olha só, para de pagar de paizão e faz o favor de me largar, não vou aceitar levar um tapa sem motivo nenhum!

*NARRAÇÃO THÉO*

Segurando a Fernanda com uma de minhas mãos, ouço a sua voz em um tom alterado e digo com um tom de voz mais alterado ainda.
- Eu quero o seu bem e você não, percebe, qual é o seu problema? Terei que forçar você a enxergar que eu estou aqui para lhe proteger?
Após dizer aquilo, percebo que Fernanda encostou a sua cabeça em meu peito e começou a chorar, se lamentando por tudo aquilo que aconteceu.

Horas se passam...

Com amor, Fernanda. EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora