Na Onda do Amor: é o livro 1da série #errejota disponivel na AMAZON KINDLE.
LIVRO PARA MAIORES - CONTEUDO ADULTO. (Degustação).
Paola, aos quatro anos de idade, tem a sua vida mudada sem entender o porquê. Com a morte prematura do seu pai, ela e s...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Meu celular desperta e a primeira coisa que faço é verificar o aplicativo para saber como as ondas estão. Corro para tomar banho e liberar meu corpo da sonolência. Ao entrar na cozinha vejo minha vovozinha linda. Ela está passando um cafezinho, com aquele aroma delicioso pronta para ir à missa das sete da manhã, como todos os dias. Dona Tereza Zabat é católica fervorosa.
— Vó, quer carona até a igreja? — eu pergunto.
— Claro! — ela responde já me servindo o seu delicioso café. Gosto de ser bem prestativa, pois, tudo que tenho e sou, devo a eles. Eles sempre ajudaram a minha mãe a bancar meus estudos e, quando fiz 18 anos, deram-me um carro.
Hoje, como só dou aula à tarde, vou surfar um pouco. — Paola, você vem almoçar em casa? — minha avó pergunta. — Não, dona Tereza, estou levando minha bolsa com meus pertences para poder tomar banho na escola, pois minhas aulas de hoje são no bairro do Recreio e vou surfar na Prainha, que fica próximo. Então, economizarei tempo, gasolina e poluirei menos o ambiente. Chegando à sala, deparo-me com o meu avô Francisco Zabat, lendo seu jornal. Faça chuva ou sol, meu avô tem que ler suas notícias. Dou um beijo na careca do meu avô e saio com minha avó. Deixo-a na igreja e sigo rumo à onda perfeita. Estaciono na Prainha, retiro do carro minha Principessa(princesa), apelido que dei para a minha prancha. Dei esse nome porque era a forma carinhosa que meu pai me chamava. As poucas lembranças que tenho, são das suas brincadeiras me ensinando italiano. Por isso, fiz questão de aprender um pouco do idioma italiano, pelo meu pai, e grego pelos meus avós. Retiro a camisinha da prancha e guardo no carro. Passo protetor labial e protetor solar no rosto e corpo.
No quiosque, guardo minha chave com o Amadeu, meu amigo, dono do quiosque Soul. Na areia, cumprimento alguns brothers (irmãos) com aloha (saudação usada pelos surfistas), passo parafina na prancha, alongo-me, visto meu John (roupa de neoprene), então, hora de saudar o mar para cair na água. Tenho o ritual de colocar a mão na água e me benzer pedindo proteção. Prendo o leash (corda que te prende a prancha) na perna, avisto o inside, (lugar onde as ondas quebram), remo até a arrebentação, furando as ondas, e chego até o outside (depois da arrebentação). É aqui que faço minha higiene mental, encontrando meu equilíbrio e esqueço meus problemas.
Saio do mar depois de aproveitar várias séries perfeitas, pois o deus supremo Poseidon (deus dos Mares), não deixou a desejar, mantendo grandes as ondas. Caminho até o chuveirinho do quiosque Soul, lavo e limpo a Principessa, peço ao Amadeu uma água de coco bem gelada e um sanduíche natural.
— Fala, aê, Amadeu! Tem visto o Dom, o shaper(profissional que fabrica pranchas)?
— Última vez que ele esteve aqui foi sábado. Quando está cheio de prancha para entregar, ele some. — Amadeu responde. — Essa semana dou uma passada lá na oficina dele e vejo se já terminou minha encomenda.
— Vai, sim, Zabat. — Assim nos despedimos.
Dou aula na escola até às dezessete horas. Trabalho em três escolas, duas delas no Recreio dos Bandeirantes, perto da praia, e uma no subúrbio, perto da minha casa.