Prólogo Parte 9

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Era a terceira vez que Luís passava na frente do quarto da Perroni e encontrava a porta fechada. Assim como sua mãe pediu naquela noite, deixou que Amanda ficasse sozinha para que pudesse esfriar a cabeça e pensar melhor, do modo em que estava não iria querer escutá-lo mesmo que tentasse. Mas no dia seguinte a mesma não havia saído de seu quarto a manhã inteira, ele estava preocupado e muitas vezes pensou em bater na sua porta mas por algum motivo não achava certo fazer isso, quando a mesma desceu pela tarde foi somente para pegar algo de comer e voltou ao seu quarto dizendo não estar se sentindo muito bem a Adriana. Luís percebeu como a morena estava magoada e precisava se explicar o mais rápido possível, mas ela não dando chance alguma, voltou a se trancar em seu quarto.

Eles não estavam juntos oficialmente, nem se quer tinham cogitado a ideia de um namoro, mesmo que estivessem ambos apaixonados. Boa parte disso se vinha das regras rígidas das gangues que proibiam qualquer tipo de envolvimento emocional e afetivo com outros grupos que afetasse as missões em sí.  Por esse motivo decidiram não tocar nesse assunto evitando que comentários desse tipo chegassem aos ouvidos dos pais.

Na noite anterior, depois do que a Perroni tinha presenciado no quarto de Mariah, ele explicou a loira que não nutria nenhum tipo de sentimento que não fosse amizade com ela e que não queria ver aquele tipo de comportamento se repetindo. Mariah não pareceu ligar e muito menos entender voltando a agir normalmente como se nada de mais tivesse acontecido.

E lá estava ele novamente, olhando para a porta do quarto da morena. Era o segundo dia que ela estava trancada em seu quarto. A conhecendo bem sabia que olhar em sua cara era a última coisa que queria agora, e temendo piorar ainda mais as coisas se a obrigasse ouvi-lo, resolveu respeitar sua vontade mesmo que não fosse certo, ela estava magoada e com certeza encarava aquele beijo de uma forma diferente dele. Vendo isso, Luís decidiu que séria melhor por enquanto sair em uma missão enquanto as coisas não melhorassem. A família Uckermann havia recebido uma missão no interior do estado a qual se tratava da posse de territórios de outro pequeno grupo. Mesmo com tais problemas ele não podia se esquecer que tinha um dever a cumprir com sua gangue, além disso a viagem duraria três  dias, tempo que julgava ser o suficiente para Amanda repensar no acontecido e quem sabe querer ouvi-lo dessa vez.

- Não Não, eu não posso voltar para casa só por causa disso, além do mais eu iria acabar preocupando o papai e com certeza ele não ia deixar isso passar.

- Tá, então qual é sua grande ideia, ficar trancada o resto da vida no quarto ?

A morena rolou sobre os lençóis procurando uma boa posição para ficar.

- Eu não vou conseguir encará-lo depois do que eu vi Cândida. E também não quero correr o risco de topar com aquela loira de farmácia pela casa.

- Amiga você não pode ficar desse jeito por causa dele....ah pena você não ter quebrado o braço daquela mulherzinha antes.

Amanda sorriu fracamente sentindo seus olhos arderem.

-  Não duvido nada que quem tenha se jogado pra cima dele primeiro foi ela.

-  Mas ele também tem culpa no cartório por não ter afastado ela ou sei lá _ respondeu com raiva, se ele estivesse na sua frente agora certamente já teria levado umas.

-   ele ? _  a amiga perguntou pelo viva-voz.

- Saiu em uma missão pelo o que ouvi. Isso é a prova que ele não deu a mínima por eu ter visto ele se beijando com Mariah, nem ao menos teve a cara de pau de tentar se explicar.

Colocou o braço sobre os olhos dando graças a Deus por Cândida não está ali vendo seu estado deplorável.

-  Amanda sabe o que eu acho...você não precisa passar o dia trancada no quarto, basta apenas ignorá-lo, se ele nem ao menos tentou te explicar o que aconteceu e fugiu dessa maneira, faça o mesmo, faça com que ele perceba que não é o rei do universo que pode te tratar como bem entender. Ignore-o apenas porque com certeza ele vai sentir isso.

Aqueles OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora