A Cabana

Passado

《Bella Narrando》

Demorei 5 dias para chegar na casa da minha avó, preferi ir andando, queria testar o meu limite.

Estou realmente morta.

— Você finalmente chegou. Me recebeu sorrindo.

— Vamos conversar. — Entrei na casa.

A casa da minha vó continua a mesma, o cheiro, conforto e também desconforto estão voltando tudo átona.

— Pensei que iria chegar mais rápido minha bellinha.

Toda vez que minha vó me chamava de "Bellinha" meu coração e cabeça doíam muito, então ela já me chamou assim esperando que isso fosse acontecer.

— Isso já não funciona mais. — Me sentei no sofá.

— Entendo, então você já consegue controlar o poder que adormece dentro de você. — Sorriu.

— Que poder? — Estava confusa.

— Você ficou mais burra minha querida?

— Com quem a senhora está aprendendo a falar assim? — Rimos. — Vó, eu quero perguntar uma coisa. — Fiquei séria.

— Quer que eu te conte sobre aquele dia? — Perguntou serena.

—O que exatamente aconteceu?

— 11 de Setembro do ano 2004. Você estava brincando no quintal quando tudo aconteceu.

— O que aconteceu?

— Você viu seu pai cheio de sangue e cair no chão, sua mãe como um anjo correu até você e ficou em sua frente, você era criança mas já entendia bastante, uma mulher tinha matado seu pai e ela estava na frente de sua mãe, você não gostava de sangue na época e sempre falava que não queria ver ninguém morrendo ou se machucando.

— E depois?.....

— Quer mesmo saber?

— Não pode esconder isso pra sempre. — Ela respirou fundo.

— Depois de ver a mulher chutando o corpo do seu pai, seus poderes despertaram e você a atacou. Mas seu avô não queria aquilo para você então tentou pará-la. Você o matou.

Minha cabeça doeu e meu peito também, mas mesmo assim não disse nada.

— Se você forçar lembrar do passado vai doer mais.

— Continua. — Pedi.

— Sua mãe desesperada correu até mim e me entregou essa bala que está com você. Sua mãe já sabia que podia ser morta por você, até porque você era mais forte que ela, mas ela foi, ela te parou, mas em troca teve que dar a maioria do seu poder angelical pra você, pois você estava coberta pelo mau. Depois disso eu fiz o que ela me pediu e até agora você parece bem.

— E sobre o clã dos Rebeldes? Sobre o que eu fiz lá.

Minha vó é feiticeira.

— Aquilo? Não chega nem perto do que está dentro de você.

— Quem eram meus pais?

— Eu não sei, sua mãe também apagou seus nomes de minha mente, não me lembro quem são, a imagem sempre está embaçada.

— Ela devia saber que um dia eu fosse saber a verdade e perguntaria quem eram eles. Ela era bem esperta. — Sorri.

— Muito. — Soou nostálgico.

— Aliás, eu achei esse livro aqui. — Mostrei o livro que encontrei na cabana.

— Mas por quê?.... — Arregalou os olhos.