O que te incomoda?

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Ana Narrando

Eu não sei qual seria a reação do Stefan ou de Suzana caso conhecessem o Victor que é um velho amigo meu. Na verdade, eu até consigo imaginar a reação dos dois... Stefan provavelmente não iria querer muita conversa com Victor então minha preocupação não seria com Stefan.

Mas sim com a Suzana, ela sim encheria o Victor de perguntas.

Ana: Quem sabe um dia, não é? E você não tem filhos? — Pergunto e ele nega com a cabeça.

Victor: Ser pai nunca esteve e não está nos meus planos — Ele disse de uma maneira um pouco rígida e parecia ter se lembrado de algo. — Enfim, vou deixar você ir mas não vá sem antes me passar o seu número.

Ana: Está bem.

Ele pegou o celular dele e eu disse o meu número, ele anotou bem rápido.

Tomara que eu não me arrependa.

Ana: Então... até outro dia.

Victor: Eu posso te ligar hoje? — Ele perguntou e eu rapidamente olhei para ele. — O que? Tem algum problema?

Dependendo da hora que você vai ligar? Tem um problemão. Mas o que eu resolvi dizer para ele foi o seguinte...

Ana: Não, não tem problema. Pode ligar — Sorri gentilmente. — Até mais tarde.

Me despedi dele e apressei os passos para sair daquele corredor. A última vez que eu senti meu coração acelerado foi quando deixei a panela de arroz no fogo no ano passado e acabei queimando o arroz porque esqueci de desligar o fogo.

Victor... por que você resolveu cruzar o meu caminho de novo?

Suzana Narrando

O "volto rápido" da minha mãe deveria ser "volto meia-noite". Ela hoje bateu o recorde de demora no mercadinho.

Fiquei assistindo tv, aguardando ela chegar porque a linda ainda me deixou trancada em casa. E quando eu escutei o som de chaves e a maçaneta da porta girando, fiquei aliviada.

Ela entrou dentro de casa com as compras e rapidamente fechou a porta.

Suzana: Finalmente, por que demorou tanto em mainha? Batesse o recorde de demora hoje em. — Digo me aproximando dela e ela só balançou a cabeça e me entregou as sacolas com as compras.

Olho confusa para ela.

Ana: Bati o recorde? Não me diga — Ela apressou os passos na direção da cozinha e no meu ver ela parecia que tinha visto um fantasma lá fora.

Ela estava um pouco pálida.

Fui para a cozinha segurando as duas sacolas de compras que ela havia me entregado e coloquei em cima da mesa.
Olhei um pouco desconfiada para ela que estava bebendo água.

Sou observadora? Nem tanto, mas conheço a mãe que tenho.

Suzana: Aconteceu alguma coisa? — Pergunto e minha mãe termina de beber a água, deixando o copo de vidro vazio em cima da pia.

Ana: Era pra acontecer alguma coisa? — Ela perguntou me olhando confusa, mas ela não me enganava não.

Eu conheço a mãe que tenho e a sorte dela foi terem batido na porta, justo naquela hora. Eu espero que aquele pai do Elias não tenha feito nada com a minha mãe, aquele velho feio. Eu não duvido que ele chega a ser mais maconheiro que o próprio filho.

Fui abri a porta e era o Stefan, ele estava quieto (o que era uma benção).

Mas ele parecia abatido.

A Aluna e o ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora