No dia seguinte levantei-me com uma energia que há muito não tinha, a Maria já estava levantada a pentear o cabelo em frente ao espelho:- Matilde? Estava a ver que não acordavas! Despacha-te se não vamos chegar tarde!- disse ela mal me viu
- O quê? Mas que horas são? E porque é que não me acordaste?- perguntei eu sobressaltada
- Não te queria incomodarPor sorte já tinha deixado a roupa e a mala prontas no dia anterior. O que significava que só era preciso maquilhar-me e pouco mais. Quando acabei de fazer isso desci para a cozinha onde já estavam todos, incluindo a Maria:
- Então Matilde? Vá vamos- disse o Pedro atrapalhado
- Se a Matilde não tivesse chegado atrasada já estavamos na escola- disse o Henrique a meter-se comigo e lançando um sorriso típico deleRevirei-lhe os olhos com um sorriso enquanto saíamos e entravamos no carro da Cátia prontos para ir para a escola. Durante a viagem a Cátia e o Pedro reviram uma série de regras que precisavamos de cumprir para fazer frente ao diretor:
- Meninos não se esqueçam que qualquer pergunta que o diretor vos fizer vocês tentam ser o mais convincente possível para não levantar suspeitas- disse a Cátia
- E Henrique, espero que peças um pedido de desculpas a sério pelo teu comportamento- disse o Pedro severo
- Está bem- disse o Henrique impacienteQuando estacionamos o carro em frente à escola fomos alvo de diversos olhares, como se já toda a gente soubesse que eramos novos e que tinhamos arranjado confusão com o diretor. Entramos na escola e ouvimos pessoas a cochicharem cenas do género:
- Olha aquele é novo e já arranjou confusão, ui mas é giro nem sei o que lhe fazia- disse uma rapariga
- Aquela de luvas parece uma freak- disse um rapaz qualquerFinalmente chegamos ao gabinete do diretor e o Pedro ia para bater à porta mas acobardou-se então a Cátia acabou por fazê-lo. Pouco tempo depois o diretor abre-nos a porta com um enorme sorriso como se nada tivesse acontecido:
- Olá! Entrem e sentem-se sejam bem vindos à nossa escola. Ainda não tinhamos tido oportunidade de nos conhecer mas eu chamo-me Mário e sou o diretor como já podem ter calculado- disse ele
- Muito prazer! Eu sou a Cátia e este é o meu marido Pedro e os nossos quatro filhos: Maria, Henrique, Carlitos e Matilde- disse a Cátia
- Senhor diretor eu antes de mais tenho de lhe pedir desculpas pelo comportamento incorreto do meu filho Henrique mas acho que ele também tem algo a dizer- disse o Pedro apressando-se
- Eu ia falar desse assunto mais para o fim da reunião mas já que fala nisso- disse o diretor
- Peço desculpa- disse o Henrique com um tom forçado
- Aham- disse o Pedro dando uma tosse falsa e lançando um olhar para que o Henrique dissesse mais alguma coisa
- Peço desculpa, não devia ter desrespeitado o professor de matemática. Não volta a acontecer- disse o Henrique
- Ah pois espero bem que não, se não seremos obrigados a manda-lo uns dias de descanso para casa, se é que me entendem. De qualquer maneira irei informar o professor de matemática do seu pedido de desculpas e tenho a certeza de que ele o perdoará- disse o diretor
- Bem, agora vamos tratar da matricula dos alunos que nesta escola faz-se de uma maneira diferente das outras- disse ele
- Diferente?- perguntou a Cátia
- Sim, o que eu quero dizer com isto é que apenas irei perguntar os dados a cada aluno e depois as fichas de cada um deixam com a minha secretária- disse o diretor
- Então muito bem. Carlitos queres começar?- perguntou ele
- Sim!- disse o CarlitosO diretor perguntou as informações a cada um de nós e depois mandou-nos sair foi bastante mais rápido do que eu estava a pensar e ainda bem pois não estava com grande paciência.
- Bem parece que afinal correu tudo bem-disse a Cátia
- Pois mas podia não ter corrido, Henrique vê se para a próxima te tentas controlar sff- disse o Pedro
- Pois mas correu, vá vamos embora- disse o Henrique
- Embora? Vocês ainda têm aulas- disse o Pedro
- É verdade meninos, vá vão para as aulas antes que cheguem tarde-disse a Cátia
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Pequena Vida, Grande História
Teen FictionEsta História relata a vida de uma rapariga com poderes que se junta a uma família de pessoas que não são do mesmo sangue e que vive um amor impossível com o seu amigo.