Desde o momento em que o meu irmão foi para o hospital que eu estou sentada no chão do meu quarto a chorar pelo o que lhe fiz. Tenho tanto medo que ele não volte a acordar, eu não iria aguentar. Ainda por cima já passaram horas desde que eles foram e ainda não recebi nenhumas . Eu não estava a aguentar então liguei para o hospital:
- Boa tarde, eu sou a irmã do Ricardo Santos eu soube que ele entrou agora mesmo para o hospital e gostava de saber como é que ele estava- disse eu
- Peço desculpa, mas não lhe posso dar essa informação- disse a recepcionista
- Por favor! Ele é meu irmão ainda por cima eu dei-lhe um choque e é por causa de mim que ele está assim- disse eu
- A sério? Como é que se chama?- disse ela
- Matilde Santos- disse eu
- Ah pronto, o seu irmão encontra-se em coma- disse ela
- Coma? Mas ele vai acordar não vai?- perguntei eu
- Possivelmente sim, não se preocupe- disse elaO mundo caiu-me aos pés. O meu irmão estava em coma e eu era a culpada. Estou-me a sentir tão mal, só me apetecia ligar ao Henrique e falar com ele, ele compreendia-me sempre. Mas ele afastou-se de mim e eu dele e nem sei bem porquê. Entretanto a Catarina liga-me para o fixo:
- Matilde, desculpa ter desligado há bocado mas eu liguei ao Henrique e ele disse que também lhe anda a acontecer uma cena bue estranha.Por isso é que vai para a Protegidos- disse ela
- Mas porque é que lhe ligas-te? Ele já nem deve querer saber de mim. Mas que cena é que lhe está a acontecer- perguntei eu
- Abre a porta, estamos cá em baixo- disse elaComo é que a Catarina me fez isto? Vai ser demasiado constragedor eu estar ao pé dele depois de tudo o que aconteceu. Mas com isto do Ricardo já não quero saber de nada. Então decidi por tudo de parte e abrir a porta. Mal abri a porta eu e o Henrique olhámos imediatamente um para o outro um bocado intensamente, acho que a Catarina se apercebeu e perguntou se podiam entrar porque sabia que eu estava desconfortável:
- Matilde então e o Ricardo?- perguntou o Henrique
- Ainda não sei de nada, eu é que devia estar no lugar dele- disse eu
- Estás-te a passar? Eu não ia aguentar- disse ele
- Nós não íamos aguentar- corrigiu eleA Catarina fez-me um olhar do género "Eu disse-te" e eu fiquei desconfortável e virei-lhe a cara.
- Henrique mostra-lhe o que consegues fazer- disse a Catarina
É então que o Henrique fecha os olhos e deixo de o conseguir ver.
- Onde é que ele está??- perguntei eu confusa
- Aqui- disse ele tocando-me
- Não te vejo- disse eu
- Ele fica invisível- disse a Catarina
- Mas consegues voltar a aparecer?- perguntei eu
- Sim- disse ele destranformando-se
- Uau. Mas quando é que isso te apareceu?- perguntei eu
- Há uns dias, fiquei bue a toa na altura mas isto até é fixe- disse ele
- A mim acontece-me uma coisa mas é muito pior- disse eu
- Ya a Catarina disse-me. Dás choques?- perguntou eleEu tirei a luva e viram-se perfeitamente raios a passarem na minha mão. Depois agarrei numa lata de coca-cola que tinha e ela derreteu-se fazendo a coca-cola escorrer pelas minhas mãos:
- Eia, mas se tocares em pessoas o que acontece?-perguntou ele
- Depende do tempo em que eu tocar na pessoa e acho que isso também depende da resistência das pessoas. Eu acho que o meu irmão desmaiou logo porque ele sempre foi sensível mesmo quando ia tomar vacinas sentia-se sempre mal e assim- disse eu
-Tenta tocar-me- disse ele
- Não, posso magoar-te- disse eu
- Vá lá- e com isto puxou a camisola para cima
- Acho que também dá no braço- disse eu
- Mas aqui é mais sensivel e eu quero ver se aguento- disse ele
- Henrique..- disse eu
- Matilde, não tenhas medo- disse ele reconfortando-meEu estava com tanto medo de o aleijar, não queria mandar outra pessoa para o hospital. Fui andando devagar com a minha mão até lhe tocar na barriga:
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Pequena Vida, Grande História
Novela JuvenilEsta História relata a vida de uma rapariga com poderes que se junta a uma família de pessoas que não são do mesmo sangue e que vive um amor impossível com o seu amigo.