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- Não, Meredith! Eu não vou conseguir!- Addison choraminga.

- Consegue sim! Onde está aquela delegada durona?- mordo o lábio tentando conter o riso.

- Não, não!- ela diz.- E pare de rir de mim!- diz emburrada.

- Não é o fim do mundo, Addison!- digo rindo.- Não acredito que sabe manusear uma arma de fogo, mas não andar de bicicleta!

- Cala boca!- ela tenta parecer indignada.- Eu vou tentar mais uma vez, se eu não conseguir, eu desisto!- ela diz e se posiciona na bicicleta.

Já fazia uma semana que estávamos juntas e sim, foi uma das melhores semanas da minha vida. Ela realmente mudou seu jeito babaca de ser e passou a ser mais atenciosa e carinhosa.

Ela havia chegado mais cedo da delegacia, ainda estava entardecendo, então aproveitamos o tempo para nos divertirmos um pouco. Eu estava tentando ensiná-la à andar de bicicleta e continuava sem reaultado algum, o que tornava suas tentativas de pedalar hilárias.

Ela pedala pelo jardim, mas logo a bicicleta se desequilibra e Addison cai no chão. Não aguento e caio na gargalhada. Minha barriga chega a doer de tanto rir, então me ajoelho na grama.

- Pare de rir!- ela rosna emburrada.

- M-meu D-deus!- rio.- Como você é horrível!- gargalho ainda mais.

- Você vai ver!- ela se aproxima de mim, mas sou mais rápida e me levanto, correndo pelo jardim.- Venha aqui!- ela grita.

- Não!- rio e corro em direção à casa.

- Meredith!- antes que eu colocasse minhas mãos na maçaneta da porta de entrada, suas mãos rodeiam minha cintura.

- Não! Me larga!- rio.

- Te peguei!- sussurra e sinto os pelos do meu corpo se arrepiarem.

Ela vira meu corpo e toma meus lábios em um beijo caloroso. Uma de suas mãos saem da minha cintura e vão para minha coxa despida, dando um forte aperto. Arfo em resposta e ela sorri vitoriosa

Alguém pigarreia e nos separamos.

-- Senhora...- Lucinda esconde um sorriso.

- Diga, Lucinda!- Addison sorri.- Aconteceu algo?

- O senhor Borges mandou este convite da sua festa de aniversário.- ela lhe entrega um envelope branco com detalhes dourados.- Com licença!

- Espera! Eu vou te ajudar em algo na casa.

- Não é preciso, Meredith!- ela sorri.

- Por quê, Lucinda?- faço uma cara de triste.

- Por que você é a namorada da chefe.- ela ri.

- Eu sou a mesma de sempre.- coloco as mãos na cintura.

- Eu sei, menina!- ela sorri.

Addison ri e me puxa para ela.

- Não se preocupe, Lucinda!- ela sorri.- Ela é minha namorada, mas ela pode ajudar se ela quiser. Não consigo tirar essa ideia da cabeça dela.- beija minha testa.

- Tudo bem!- Lucinda fala.- Bom, estou fazendo torta de pêssego, pode me ajudar?- sorri.

- Sim!- digo animada e seguimos para a cozinha.

Desde o dia em que assumimos um relacionamento, Addison não permite que eu faça qualquer trabalho em sua casa e eu, claro, a desobedeço. Ela prometeu que tentaria achar outro emprego para mim e eu não constestei, afinal não queria ficar sem fazer nada.

- A torta está ótima, Lucinda!- digo saboreando um pedaço.

- Obrigada!- ela sorri largamente.- Com licença!- diz e sai da cozinha.

Olho para Addison, que ainda não havia tocado na fatia de sua torta. Ela parecia distante.

- Addison?- chamo e ela parece não me escutar.- Addison!

- Ah, me desculpe!

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, nada!- ela sorri e me puxa para mais perto.- Apenas pensando besteira.- ela dá de ombros.

(...)

- Você está fodidamente linda!- Addison sorri e me puxa para seus braços, me beijando lentamente.

- Obrigada!- sorrio e entro mo carro.

- Preparada para a festa?- coloca o cinto.

- Não.- olho para minhas mãos.- Sabe que eu não pertenço a esse mundo.

- Não diga isso!- ela sorri.- Bom, melhor irmos!- ela dá partida no carro.

Não demorou muito para que chegássemos ao salão de festas do grande empresário Borges. O lugar, obviamente, estava repleto de pessoas elegantes e poderosas. Olho mais uma vez para meu vestido.

Ele era azul escuro, com uma fenda no lado direito da minha perna. Um decote nas costas e alças finas. Olho no retrovisor do carro e meus cabelos parecem em ordem leves em cachos. Respiro fundo e sinto a mão de Addison em minha perna.

- Fique calma! Você está linda, como eu disse!- sorri.- Vamos?- assinto.

Ela entrega as chaves para um manobrista e rodeia minha cintura com um braço.

- Calma!- ela sussurra.

Assinto e entramos no local. Como o esperado, o lugar estava esplêndido. A decoração nas cores branco, vermelho e dourado davam um ar de elegância. As luzes, a música calma tocada por uma pianista num palco, as incríveis janelas de onde se viam as luzes de Vancouver. Estava tudo maravilhoso!

- Olha, se não é a minha delegada favorita!- um homem rechonchudo se aproxima de nós.

- Olá, senhor Borges!- Addison sorri e abraça o homem.

- Sem formalidades, Addison!- ele me olha.- E quem seria a bela moça?

- Meredith... Meredith Grey!- sorrio.

- É um prazer, senhorita!- ele beija minha mão estendida.

Sinto a mão de Addison intensificar seu aperto e contenho um riso.

Depois de algum tempo, o homem se despede e se afasta para cumprimentar os outros convidados.

- Qual o problema desses homens?-Addison resmunga.

- O que foi?

- Eu já disse que está linda, não é? Bom, não é só eu que acho isso.- ela revira os olhos e eu rio.

- Não seja boba!- a beijo, puxando com os dentes seu lábio inferior.

- Meredith...- ela repreende e eu rio.

(...)

Addison havia se afastado de mim um pouco, para falar com alguns conhecidos. Decidi então andar pelo salão. Havia por ali algumas pinturas antigas, o que chamara minha atenção. Me aproximo e as observo.

- Vejo que a senhorita aprecia obras de arte.- olho para trás e vejo um homem.

Ele tinha a pele morena e os cabelos grisalhos. Parecia ter mais de 40 anos. Sorrio fraco.

- Não sei nada sobre arte! Mas isso sim com toda certeza é uma bela pintura.- ele sorri.

Seria loucura dizer que seu sorriso me causou calafrios? Acho que sim! Bobeira!

- Toda razão, senhorita...

- Meredith Grey!- ele beija minha mão.

- Eu sou...

- Se afaste dela!- olhamos para Addison que tinha uma expressão indescritível.

My dear delegateOnde histórias criam vida. Descubra agora