N/A: Todos os flashback's desse capítulo são do ponto de vista da Alexa.
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Medo, pavor, aperto no peito, e choro descontrolado, assim se resumia os meus dias, coisa que até certo tempo atrás só acontecia inexplicávelmente nos finais de ano. Talvez seja por isso que eu odeie tanto festas natalinas e viradas de ano; não me julgue, só eu sei o que é estar em minha própria pele e na minha própria mente. Só eu sei o que é estar bem e em 30 segundos depois o mundo cair sobre minhas costas. Só eu sinto a dor, o desespero, as lágrimas, e o pânico. Algo que já é bem comum em minha vida, e que agora possui todo o meu corpo, que se encontra chorando silenciosamente em meu quarto.
Dizem que todos os Ataques de Pânico são réplicas do primeiro ataque, em que a dor sentida foi tão grande que se começa a ter medo de a voltar a sentir. Desde os meus 7 anos sofro com essas "crises". Chorava a noite toda, muitas vezes até o amanhecer, como qualquer outra criança, não sabia ao certo o que estava acontecendo, não entendia o porquê de me sentir assim. Ninguém entendia.
Durante uma crise de choro, metade de você se dissolve e a outra metade tenta entender o motivo pelo qual você está chorando. Isso é ansiedade. Isso é uma crise. E a gente só tenta respirar, já que não encontra as justificativas que precisa.
Em um certo ponto isso passou.
Bom, foi o que eu pensei. Aos 15 anos eu dei meu autodiagnóstico: ataques de pânico. Obviamente você deve achar que isso é "pressão" do dia-a- dia. Eu também pensava isso, até tentei deixar pra lá. Mas qual é, não se pode evitar o medo o tempo todo, principalmente se o teu medo for sentir medo.Durante toda as minhas férias escolares meu quarto era como meu esconderijo. Ali eu sabia que podia chorar sem ter medo de alguém me ver definhar, por mais que eu precisasse de alguém pra me dar a a mão e dizer: hey, eu estou com você, eu vou te ajudar com isso
A única que sabia dessa minha "situação" era Alexa.
Flashback on
Pov Alexa
- Me fala.
- Não aconteceu nada.
- Você não sabe mentir. Me fala logo.
- Eu já disse Alexa. Não aconteceu nada. Só assisti um filme triste.
- Você está tremendo e chorando como se não houvesse amanhã. E não foi a primeira vez. Eu não sou burra, Ágatha. Me deixa te ajudar.
- Eu... Eu não sei o que acontece com..mii..go. - Ágatha diz mais uma vez se derramando em lágrimas e debruçando seu corpo sobre o meu.
- me desculpa, Lex. Eu não sei o que fazer.- Shii, vai ficar tudo bem. Eu estou com você. Vai ficar tudo bem. Vai ficar.
Depois de um longo período de lágrimas, soluços em meio o silêncio do quarto. Ágatha levanta seu rosto que antes estava na curva do meu pescoço. Então pude ver seu rosto vermelho e seus olhos inchados.
- Eu tenho TAG: Transtorno de ansiedade generalizada.
- Então isso explica suas idas ao hospital... - falo preocupada.
- Sim...
- E porque você nunca me contou? Poxa. Eu disse que estava aqui pra você. Sempre.
- Eu não queria te encher com meus problemas, eu sei que na sua casa não está nada bem. E isso é algo que nem eu entendo.
- Só eu sei sobre isso? - ela assente.
- Não me esconda mais nada ok?
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Nada sera como antes.
Teen FictionAgatha é uma jovem de 18 anos que há 8 meses mudou-se para São Paulo para cursar psicologia, mas esse é apenas um dos motivos. Há 4 anos se descobriu lésbica. Aos 15 se apaixonou pela primeira e única menina que vira sentir amor verdadeiro. Alexa e...