Conversa de bois

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Neste conto o autor destaca quatro fatores essenciais do sertão mineiro. Um deles é o carro de bois que atravessa a região transportando rapadura e um corpo, o do pai de Tiãozinho. Os animais são o segundo elemento; os outros são o condutor do carro e o guia, o menino Tiãozinho.

Oito bois movem o carro, Buscapé e Namorado, Capitão e Brabagato, Dançador e Brilhante, Realejo e Canindé. Na parte superior vai o carreiro, Agenor Soronho. O morto era também um guia da boiada. O garoto vive sua dor da perda; ele tem que enfrentar igualmente a exaustão e a forma cruel como Agenor o trata, incitando os bois sem dó ou piedade. Agora o garoto está sujeito à boa-vontade do condutor, que promove a sobrevivência dos familiares de Tiãozinho porque quer conquistar a mãe dele, a qual já era sua amante antes mesmo da morte do pai do garoto, Januário, que vivia paralisado e cego há algum tempo, sem condições de trabalhar. Enquanto Agenor adormece e o personagem mergulha numa espécie de transe, os bois conversam entre si. Os animais eram solidários ao menino e, a um comando dele, eles saltam adiante e provocam a queda de Agenor. O carreiro morre e a viagem segue mais leve.

SagaranaWhere stories live. Discover now