Rachel estava visivelmente nervosa. Iria para seu primeiro compromisso, agora já como Duquesa de Sucesso, e mulher de seu amado companheiro, Oliver. Caminhando pelos vastos corredores do castelo, a mulher observava as diversas pinturas de, agora, seus antepassados. Perdida dentre seus pensamentos, se viu surpresa ao sentir um beijo em seu pescoço. Já com um vasto sorriso em seu rosto, deu-se de costas aos quadros, encontrando o amável olhar de seu amado.
— Bom dia, você está ainda mais bonita hoje.
O sorriso de Rachel ampliou-se ainda mais, se é que isso era possível. Ele era um verdadeiro príncipe, tanto por seu título, quanto por suas atitudes.
— Bom dia, meu príncipe. Levantei e não estava mais na cama, o que aconteceu?
— Compromissos. — deu-lhe um sorriso meio torto — E eu não sou mais príncipe, lembra-se?
— Você sempre será meu príncipe. — disse-lhe dando um selinho — Está tudo pronto pra irmos?
— Sim, o carro nos espera. Já peço desculpas por antecedência por quaisquer problemas ou palavras desagradáveis que minha família possa dizer.
— Não precisa. Até hoje, eles sempre me trataram bem. Não sei porque tamanha preocupação.
— Até uma semana atrás, você não era, de fato, membro da realeza, certo, amor? Agora sim. Ah, A Rainha quer falar com você, a sós.
— Por que você sempre a trata como "A Rainha" quando não estamos próximos a ela? E o que ela quer comigo?
— Porque é isso que ela é, certo? A Rainha. — disse meio ríspido. — Provavelmente lhe instruir.
— Instruir? — disse, visivelmente curiosa.
Oliver não a respondeu, simplesmente pegou, gentilmente, em suas mãos e lhe conduziu para o carro. Entraram ali, e, fazendo o tempo passar tocando em alguns assuntos banais, logo chegaram ao seu destino. Adentrando o outro castelo, seu sogro, Christopher, e sua mulher, Christina, lhes recepcionaram na sala principal. Ele sempre fora educado com ela, mas Rachel sentia uma energia muito estranha vinda do mesmo. Oliver deu-lhe um rápido e ríspido aperto de mão, e apenas assentiu com a cabeça para a madrasta, em seguida conduziu sua mulher para um canto da sala, onde era mais reservado e claro, longe de seus parantes.
Olhando para o fundo do corredor onde se encontrava o escritório de Mary II, a Duquesa viu Jennifer, fiel assessora da Rainha, vir em passos largos e apressados em sua direção. Por algum motivo, aquela cena lhe trouxe calafrios; havia chegado a hora de seu encontro.
— Com licença, Alteza. A Vossa Alteza, Rainha Mary II lhe aguarda em seu escritório. Queira me acompanhar, por favor.
A mulher entoava tais palavras com orgulho, quase como um canto, e um sorriso no rosto. Rachel, prontamente, acatou ao convite, e pôs-se a seguir a mulher loira, de baixa estatura e passos delicados. Chegando as enormes portas do escritório, suas pernas estremeceram e seu estômago revirou. Nunca imaginara estar em um lugar como aquele, pronta para falar com a Matriarca da família real mais popular do planeta.
Jennifer deu duas batidas simples na porta e a abriu. Rachel entrou na grande sala e encantou-se. A sala era coberta por uma arquitetura antiga, com enorme elegância, e objetos feitos de ouro.
— Com licença, Altezas.
A jovem sentiu a porta fechar atrás de si, e caminhou até próximo a mesa da Rainha, que lhe olhava com um olhar carinhoso.
— Bom dia, Alteza. Soube que a senhora queria falar comigo.
— Sim, é protocolar. Sempre que uma pessoa adentra nossa família, gosto de conversar com ela pessoalmente. Você sabe, para explicar como tudo funciona aqui. Sente-se por favor. — disse a senhora num tom calmo, mas, ao mesmo tempo, sério e intimador.
Sentou-se cautelosa, prestando atenção em cada movimento que fazia, com medo de soar desrespeitosa ou quebrar algum protocolo. Decidira que só falaria caso a Rainha lhe perguntasse algo.
— O que achou de minha sala? — encarava a jovem como uma presa.
— É magnífica, alteza. Como nunca vi.
— Obrigada. Esta é uma das salas mais importantes do mundo. Repleta de patrimônios históricos e matérias. Muitos dos objetos aqui presentes foram nos dado por pessoas que você conhece nas aulas de história. E sabe porque essas pessoas nos dão presentes? — a pergunta não soou como algo que devesse ser respondido. — pois temos nome, e respeito mundial. E agora, minha querida, você faz parte de nossa família, seus filhos, terão nosso sangue. Como se sente em relação a isso?
— Extremamente feliz, Rainha. Eu amo seu neto, e sinto-me muito feliz por tê-lo conhecido e casado com o mesmo. — Rachel era cautelosa com suas palavras, não queria, de forma alguma, ofender a Rainha.
— Eu sei que o ama, e ele lhe ama também, caso contrário, não teria se casado com você. — disse, com uma voz séria. — Mas, como já deve ter percebido, por ter largado sua profissão, redes sociais e outras coisas pessoais, há-se sacrifícios a serem feitos. E regras a serem seguidas.
A Senhora pausou, analisando a jovem. Esperava, de alguma forma, uma resposta da mesma.
—Sim senhora, eu entendo.
— Fico feliz em ouvir isso. A partir de hoje, a senhora não irá mais agir como uma pessoa normal. Não pode mais usar objetos de marca, não pode mais expressar seus ideias políticos. Nunca, jamais, em hipótese alguma, se oponha a coroa, e o mais importante, nunca me desrespeite, ou altere o tom de voz comigo.
Rachel apenas assentiu, engolindo em seco.
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Nossa Alteza
Roman d'amourEm agosto de 1997, Francis, princesa amada pelo povo, sofreu um controverso acidente de carro, o qual ceifou sua vida. A princesa deixou um legado, de amor, elegância e filantropia. Seus filhos, atualmente 2° e 6° na linha sucessão do trono de Safel...