Capítulo 9 - Uma hora ou outra tudo se ajeita. Ou não!

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Por mais difíceis que as coisas pareçam, algo de melhor pode estar por vir. Às vezes sim, outras vezes não. Mas o certo é sabermos esperar! Sempre acreditei que o melhor uma hora ou outra bate às nossas portas, mesmo que o MELHOR pra gente, possa vir primeiro como uma grande decepção. Mas a verdade é que o melhor sempre chega. Quem aí lembra do Caio e da Bia? O ciúme adentrou o relacionamento dos dois por um bom tempo, até que um certo dia a relação que os dois tinham, chegou ao fim. Foi uma decepção? Pro Caio foi sim, mas foi o melhor tanto pra ele quanto pra Bia. E o que podemos falar da Melissa? Ah, a Melissa deve estar de boas uma hora dessas. Com seu charme e beleza, ela deve estar atraindo olhares de vários garotos por aí. Logo que ela se deu conta da besteira que estava fazendo em esconder toda sua beleza e a verdadeira Melissa que estava em seu corpo, por conta de um tal Sebástian, a Mel decidiu se valorizar e mostrar para o mundo quem era a MELISSA de verdade. Isso foi o melhor pra ela? É claro que foi! A partir do momento em que você faz algo que se sente bem, que não faz mal aos outros e que não faça com que a sua consciência fique pesada, é porque o melhor está sendo feito. E o Felipe? O que falar da pessoa que me tirou alguém que na verdade nunca foi minha? A verdade é que vamos cruzar com muitas pessoas desse tipo por aí, então abram os olhos. Mas será que isso tudo que o Felipe fez, foi o melhor a ter acontecido? É claro que foi! Hoje estou ciente de que tudo aquilo que eu sentia pela Valentina, não passou de algo passageiro. Devemos estar dispostos a lidarmos com esses tipos de coisas, e sempre termos em mente que o que passou ficou pra trás, e o que devemos fazer é focar na nossa felicidade, focar em nós mesmos.
****
Era noite. Um dia antes de voltar pra minha cidade. Logo pela manhã iria viajar e meus pensamentos estavam a mil, apesar da conversa que tive com a Bárbara eu ainda me sentia indeciso, mesmo sabendo que a melhor decisão havia sido tomada. Mas isso é normal! Nós nunca vamos estar conformados com a distância entre nós e uma pessoa que amamos mesmo sabendo que daria tudo certo entre os dois, mas por conta de um detalhe da vida, tudo desmorona. Mas já havia relembrado tudo o que eu e a Bárbara havíamos conversado, e tudo o que fosse acontecer deveria de fato acontecer.
Acho que o que vivemos não foi em vão, desde os momentos mais felizes até os momentos de raiva. Tudo deveria ter acontecido para que nós viéssemos perceber o quanto somos importantes um para o outro. Não deixamos nada e nem ninguém destruir o que havíamos começado a construir: UMA BOA RELAÇÃO. Nunca deixe alguém acabar com a sua felicidade, em hipótese alguma. Seu relacionamento é muito mais importante que as opiniões de terceiros, e sempre devemos escutar quem esteve sempre ao nosso lado, creio que já disse isso. Não importa o que esse relacionamento aí transpareça para as pessoas, se jogue de cara mesmo e viva da melhor forma caso seja recíproco. Não importa o que essa amizade aí transpareça para as pessoas, seja sempre o mesmo com seus amigos e independente do que as pessoas falem, acredite em quem nunca te deu motivos para que a desconfiança viesse habitar em seu coração. Não importa o que as suas atitudes transpareçam para as pessoas, seja apenas você mesmo. Não mude por ninguém, mude por você. Não agrade ninguém, agrade a si, pois, a sua felicidade depende de você, e somente você sabe, somente você sente, somente você tem em mente o que realmente te faz feliz.

Era manhã. Provavelmente umas 8:40h. É, estava cedo. Mas o meu vôo saíria as 10:00h, e eu não podia me atrasar. Estava terminando de me arrumar, lembro-me bem que vestia uma calça preta e logo vesti uma camisa branca. Meu cabelo estava despenteado, e antes que começasse a penteá-lo, consegui escutar algumas batidas na porta do quarto onde eu estava dormindo por esses dias, e logo depois uma voz pede permissão para entrar. E era ele, o Carlos.
- Posso entrar?
- É claro que pode. - Respondi.
- Gostaria de te pedir desculpas, não queria que você viajasse sem nos entendermos. - Disse o Carlos sem conseguir olhar fixamente para o meu rosto.
- Não estou entendendo. An... Desculpas? É... - Gaguejei.
- Não se faça de desentendido. Me desculpa por ter interferido no seu caso com a Bárbara. Ou por ter tentado interferir. Eu já estou sabendo que vocês conversaram e já se entenderam. - Disse o Carlos.
- Ah, você já sabe? Mas... Como? Quer dizer, an...
Eu estava tão confuso com tudo o que o Carlos estava me falando, que eu comecei a gaguejar, gaguejar muito. Não estava acreditando que ele estava se desculpando comigo. Ele caiu mesmo na real? Não creio!
- É, eu mandei mensagem ontem pra Bárbara pedindo desculpas por tudo e ela me contou que vocês já estavam se falando novamente.
- Entendi. Carlos, obrigado pelo pedido de desculpas. Eu também não queria viajar brigado, aliás iria falar com você, mas não sabia se iríamos nos falar desse jeito. Você nunca me pareceu tão feliz com a minha presença.
Não estou acreditando que estamos conversando como pessoas civilizadas ou pelo menos conversando de fato. A verdade é que nunca conversamos nem como pessoas incivilizadas também. Ah, no dia da sorveteria tivemos um desentendimento sim, mas foi algo muito espontâneo e poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa. Mas a verdade é que eu estava tirando proveito dessa conversa pra saber de fato o por quê dessa birra toda comigo. Será que ele de fato vai falar? O que vocês acham? Eu também não estava muito afim de saber. Tô mentindo, queria saber muito. Mas... Estava com medo do que ia ouvir. Mas, poderia ser por algo muito grave ou por alguma besteira... Ah, não sei!
- Nada a ver. É o meu jeito. Não tem essa de eu não estar feliz com a sua presença. Esquece isso. - Respondeu Carlos.
Ah, sério mesmo? Não sei vocês, mas eu me lembro muito bem do que a Bárbara me falou naquele jantar onde tudo começou a acontecer... Lembraram?
- Tudo bem então. - Eu disse.
- Tá certo! Ah, antes que me esqueça, é pra você cuidar aí por que o café da manhã já está na mesa, a minha mãe pediu pra te chamar. - Disse o Carlos.
- Tá bom, eu só estou terminando de me arrumar. Já estou indo. E mais uma vez, obrigado!
- De nada. - Respondeu ele.
- Ah, Junior! Mais uma coisa: ELA TE AMA! - Disse o Carlos e em seguida fecha a porta sem que a minha boca que no momento ficou aberta conseguisse pronunciar uma palavra.
Eu não acreditei no que ouvi. Não sei vocês, mas depois dessa eu comecei a achar que as pessoas podem mudar sim! Eu nunca pensei o contrário, mas depois de ouvir tudo o que o Carlos me falou, eu comecei a crer de fato que quando uma pessoa está disposta a mudar, ela consegue. Poderia ser tudo o uma cena da parte dele, mas não! As palavras dele conseguiam me transmitir sinceridade, e justamente por isso resolvi não questionar mais as constantes implicâncias que ele tinha comigo. POR MAIS PESSOAS COMO O CARLOS NO MUNDO? não sei se diria por MAIS PESSOAS, pois, ele fez muitas coisas que particularmente não foram legais, então, que tal um mundo com pessoas que tenham MAIS ATITUDES como essa? Acho que atitudes sim! Gostei de toda essa sinceridade. Como falei em capítulos anteriores, SINCERIDADE é tudo, e para reforçar: SINCERIDADE é um fator super importante para a felicidade de todos, garanto. Onde tem verdade, tem felicidade. Mesmo que algumas verdades possam causar dor, o importante é sabermos de fato a realidade das coisas.
****
Já estava prestes a sair de casa e nada da Bárbara vim se despedir de mim. Ela sabia que eu saíria de casa às 9:00h em ponto. Na noite passada deixei mensagens pra ela avisando, e ela visualizou e respondeu todas. Pensei em ir no apartamento dela que era do lado, mas ao mesmo tempo recordava que ela disse que viria até mim, então o certo a fazer era esperar, e se caso ela não viesse, iria entender que eu não a veria mais, pelo simples fato dela ter esquecido o que havíamos conversado na noite anterior.
Já eram 8:58h, e nós já estávamos de saída, a Tia Vanessa já estava pronta e o Carlos também, assim como eu. Tudo o que nos restava era descermos alguns andares para que pudéssemos chegar até a portaria do Edifício, onde um táxi nos aguardava para nos levarmos até o aeroporto.
- Tia, antes que a gente desça, preciso fazer algo. Já volto! - Eu disse.
É, a Bárbara não tinha vindo mesmo até mim e eu resolvi ir até a casa dela me despedir.
- Oi Dona Noêmia, bom dia! A Bárbara está? - Eu perguntei.
- Olá querido! Não, a Bárbara não está. Ela saiu há quase 1h. - Respondeu a Noêmia.
- Sério? É... Ta bom então. - Respondi sem acreditar no que acabara de ouvir.
- Ah, você viaja hoje não é mesmo? Boa viagem! - Disse a Noêmia.
- Muito obrigado! - Respondi.

É pessoal, a realidade é horrível? Sim, é. Mas não podia fazer mais nada. A Bárbara disse que ia me ver, mas não foi. O que aconteceu de fato? Por que ela não foi até mim ou simplesmente por que não me avisou que iria sair e que deveríamos nos ver mais cedo? Custava um aviso? Acho que não né? Naquele momento eu já estava dentro do táxi, e em questão de minutos havíamos chegado ao aeroporto, e o meu pensamento continuava nela, na Bárbara. Mas, não poderia continuar me lamentando. A verdade é que eu só queria saber o por quê disso tudo.
Já estávamos dentro do aeroporto, muitas pessoas com seus respectivos familiares, amigos e parentes estavam se despedindo (isso é fato). Eram 9:52h e meu vôo saíria em 8 minutos.
- Eu vou rapidamente ao banheiro. - Disse a Tia Vanessa.
- Também estou um pouco apertado. Disse o Carlos.
- Então vamos. - Disse a Tia Vanessa.
Havia ficado sozinho, por alguns instantes, e dentre esses instantes, alguém chega por trás de mim e passa a mão pelos meus olhos fazendo com que a minha visão fosse empatada.
- Quem é? - Perguntei.
- Já esqueceu o meu cheiro? - Pergunta a Bárbara.
Não consegui acreditar. Ela veio! Ou melhor, já estava aqui. Sim, coisas inesperadas estão sujeitas a acontecerem em nossas vidas, sim. Não consegui controlar a minha felicidade.
- Eu pensei que você havia esquecido de mim. - Eu disse.
- Você está louco né? É claro que eu não ia esquecer de você. Só queria fazer uma surpresa. - Ela respondeu.
- Que baita surpresa hein. - Eu disse super animado.
- Você é especial! - Ela disse.
- Você é mais ainda. Muito especial.
Atenção senhores passageiros para... E antes que aquela voz se calasse, a Bárbara olha nos meus olhos e me dá mais um daqueles beijos inesperados...
- Amo você! - Eu disse.
- Também amo você! - Ela respondeu.
E antes que nos beijássemos mais uma vez, fomos interrompidos.
- Chegamos. Escutamos que o seu vôo é o próximo. Bárbara, você por aqui? - Disse a Tia Vanessa ao chegar com o Carlos.
- Olá, Dona Vanessa. Eu vim me despedir do seu sobrinho. - Disse a Bárbara.
- Sério? Não sabia que vocês ficaram tão amigos. - Disse a Tia Vanessa.
Neste momento a Bárbara me olha com um olhar cínico e com um sorriso meio irônico e diz:
- É, nós ficamos muito amigos sim. Muito amigos mesmo.

E então, eu dei adeus áquelas pessoas e áquele lugar que por alguns dias fizeram parte da minha vida (eu espero que a Bárbara faça parte da minha vida pra sempre). Eu estava feliz, conformado. Aproveitei da melhor forma e vivi intensamente cada momento. Agora é só esperar a resposta da vida sobre mim e sobre a Bárbara. Mas acredito que algo de melhor está por vir, afinal, eu sempre acredito nisso, não é mesmo? Mas isso é o certo a se fazer: TER FÉ, acreditar que tudo vai dar certo e jamais desistir, mas se o lance aí não for recíproco, desista! Ou melhor, não vá em frente! Por que quando você deixa de lado algo que não é recíproco, saiba que não se trata de uma desistência, se trata de amor- próprio.

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