Capítulo 27

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Loki

"Então... Suspenção acabou?" Escuto uma voz familiar e levanto a cabeça, apenas para encontrar Clarke na minha frente. Era segunda novamente, e o tempo de detenção havia acabado. Eu e Malia tínhamos conversado ontem a noite, incluindo algumas mensagens que me manterem... ocupado. E agora, eu estava no estacionamento da escola, apoiado na minha moto, sem realmente prestar atenção em nada. Sorrio.

"Yep. Uma semana de detenção, e eles já esquecem que você praticamente transou na escola." Ela solta uma gargalhada, e eu sigo. Eu gosto da menina. Não confiava nela ainda, mas via bastante potencial.

Eu caminho em direção a uma mesa vazia no pátio, e Clarke me segue. Estávamos cinco minutos antes da aula, então não precisava ir em pelo menos dez.

"Ela era gata, pelo menos?" Ela me pergunta, oferecendo um cigarro, e eu sorrio, aceitando. Acendo o cigarro e solto uma risadinha.

"Sim, ela é gata. Mas não é assim..." Começo, e vejo Clarke arregalar os olhos.

"Deus, você está apaixonado por ela. Lá se vão minhas chances..." Eu fico tenso. Não tinha pensado muito na possibilidade. Gostar de Malia? Claro, até demais. Amar? Deus... Eu não sei. Decido apenas dar de ombros, e ela solta uma risadinha, deixando sua cabeça cair para trás enquanto soltava a fumaça do cigarro.

Eu não sabia exatamente o que sentia por Malia. Eu sabia que sentia algo. Forte. Mas não sei se seria amor. Eu não sei se quero que seja. Todos que eu amo acabam morrendo. Meu pai, minha mãe, Zoe morreram, Harold não está longe disso... Se eu perdesse Malia... Não sei como reagiria.

Fico surpreso por não conseguir nem imaginar minha vida sem a garota. Mas eu não seria tão egoísta assim. Não com ela. Não vou transformar sua vida apenas porque quero a garota comigo. Se fosse qualquer outra, talvez... Mas não minha loirinha.

"Já fez parte de uma gangue antes, Clarke?" Pergunto em latim. Tinha aprendido que Clarke sabia latim desde pequena, e por pura sorte, entrou em uma gangue com essa principal língua. Não que eu soubesse como ela aprendeu, mas como eu disse, não me importava muito com seu passado.

"Não." Ela me responde, também em latim. "Primeira vez. Mas, de qualquer maneira, estou gostando." Eu solto uma risada, mas ela me encarava, séria. "Eu acho que você vai ser um bom Alpha, Loki." Ela termina, se levantando para a aula.

Eu fico apenas ali, a observando ir embora, e me perguntando se ela estava certa. Eu não sabia como ser alpha. Não como meu pai. Eu apenas sabia que teria que manter a democracia, como um jeito de honrar sua memória. Algumas gangues vivam em uma espécie de monarquia, mas meu pai não era assim. E por ele, eu não seria assim.

Jogo o cigarro no chão, pisando em cima logo depois. O sinal bate, mas em vez de eu levantar em direção a aula, vou em direção a minha moto, e saio da escola.

Um bom alpha. Vamos ver.

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Malia

Ele estava com uma garota. Eu queria ir até lá, dar um chute na cara da vadia e gritar para não mexer com meu homen. Mas eu não podia, porque Loki não era nada meu. Então eu apenas fiquei olhando, enquanto eles conversavam, riam, e a vadia estendia um cigarro para ele.

Esse era o tipo de Loki. Garotas tatuadas, rebeldes, que fumavam o dia inteiro e não ligavam para as aulas... Não eu. Eu não era assim. Não tinha o cabelo curtinho e platinado. Eu não era essa pessoa. E nunca seria.

Então, com raiva, engoli em seco e me virei em direção a sala da minha primeira aula, torcendo a todos os deuses possíveis para que Loki tenha resolvido matar aula hoje. Pelo menos parte de mim torcia. A outro queria correr atrás dele e agarrá-lo ali mesmo.

Parece que as divindades me ouviram hoje, pois Loki não estava na aula. E para minha surpresa, Hayley também não. A menina quase não faltava a escola, então eu estava surpresa por isso acontecer dessa vez. Quase suspiro em alívio quando recebo uma ligação sua no meio do intervalo.

"Ma...Malia?" O alívio se expira assim que escuto sua voz, substituído por preocupação. Ela estava chorando. Muito.

"Hayley, você está bem?" Pergunto, saindo do refeitório para poder escutá-la melhor. Minha amiga fungava no telefone, e eu estava ficando realmente preocupada.

"Você po... pode me buscar? Por favor?" Eu já me preparo, saindo da escola, sem nem pensar duas vezes. Hayley estava lá para mim nessa situação, e o que quer que esteja acontecendo, eu faria a mesma coisa.

"Claro. Está em casa?" Pergunto, e ela responde murmurando um uhum choroso. Pego o meu carro e nem hesito em dirigir para a casa de minha amiga.

Eu esperava que isso iria acontecer. Claro, não sabia que seria assim, mas sabia que Hay iria surtar em algum momento. Sua família apenas não ajudava.

Cheguei em sua casa em apenas alguns minutos e Hayley já me esperava na porta. Ela sobe na porta do passageiro, ignorando sua mãe na porta de casa, apenas me dizendo para dirigir. Eu obedeço, sem fazer perguntas. Não ainda.

Como meus pais estavam no trabalho essa hora, não teria problema levar Hay para minha casa. Não que eles me impediriam de algo no ponto em que estávamos, mas era melhor assim. Não queria mais um estresse para minha amiga.

Paro o carro na porta de casa, e nós duas fomos para meu quarto sem falar uma palavra. Não ia precioná-la.

Hayley sobe na minha cama, se encolhendo em posição fetal, enquanto eu tirava meu sapato. Deito atrás dela, e ficamos assim por alguns minutos. Quando tenho certeza que ela está dormindo, Hayley se pronuncia.

"Eles querem que eu seja ele." Ela murmura, baixinho. Eu não digo nada, mesmo sem entender de que minha amiga está falando. Hayley se vira para mim, seu rosto molhado com suas lágrimas, seus olhos grandes e vermelhos. "Meu irmão. Ele morreu ano passado, e agora eles querem que eu seja ele." Ela diz, lágrimas silenciosas escorrendo pelo seu rosto. Eu seguro sua mão, indicando que estou aqui, e que ela pode me contar o que quiser. "Eles acham que ele era perfeito. Mas ele não era. Eu sabia a verdade. Harry não era perfeito, Malia. Mas eu sinto sua falta."

Eu me aproximo, segurando-a em um abraço. Ficamos assim até que ela adormeceu, soluçando em meus braços, enquanto eu dizia que ficaria tudo bem. Mas eu não tinha como dizer isso a ela. Nem eu tinha mais certeza.

Eu me sentia tão perdida quanto Hayley nesse momento.

Alpha - Death of AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora