19

678 47 9
                                    

Christoffer Schistad

  Sexta, 15:00

Eva é insegura com toda a certeza, eu tentava mantê-la segura de que não vai me perder mesmo sabendo que eu estava perdendo ela.

– No que está pensando? - Eva me olha curiosa.

– Eleonora quer que eu vá com ela para o evento. - sorrio fraco olhando os detalhes de seu rosto.

– Bom. - ela me corta. – Vai

– Eva, eu...

– Pode ir - me interrompe.

Ela ficou magoada e eu me sinto culpado por não ser o namorado que eu era no começo da nossa relação. Ela me mudou, me transformou em um cara melhor mas como sou um fodido, estraguei tudo.

Deixei ela em casa e fiquei em frente à sua casa por um tempo, checando se tudo estava tranquilo pra mim ir embora. Iria buscar ela pra jantar, até que...

*** Preciso que arrume alguns papéis pra mim.

  Que merda!

— Não

     Eu teria um compromisso com Eva, e se não fosse, ela ficaria muito mais chateada do que estava.

20:45
 
   (...)
                                     
  Ela se senta na cadeira.

Ainda está brava. Chateada, e parecia cansada.

     Me aproximo deixando um beijo em sua bochecha. Ela sorri e me olha, seu sorriso é tão contagiante e... perfeito.

– Eu te amo. - entrelaça seus dedos nos meus.

– Eu também te amo, Eva. - sorrio observando os traços de seu rosto, ela é perfeita demais pra mim. Eu a amo tanto que chega a doer, o medo de perdê-la, o medo de algo de ruim acontecer. Eu a amo tanto que chega a doer, o medo de não conseguir fazê-la feliz, de que um dia ver ela de noiva mas não vai ser eu que esperaria ela no altar.

– No que tanto pensa? - toca em meu rosto, me tirando dos pensamentos.

– Futuro.

– O que tem lá?

– Você de noiva. - ela sorri

– Mas por que ficou triste? - desce suas mãos, que estão no meu rosto, até meu pescoço.

– Não sou eu que vou te esperar no altar. - seguro suas mãos, uma dor no meu peito surge. Porque como eu disse, amá-la doía.

– Chris - sua voz está doce e calma. – Somos muito novos para pensar em um futuro agora

– Mas..

– Vamos aproveitar cada momento. - sorri e pega um cardápio. – Vamos escolher? - olha pra mim, que fito cada detalhe seu. – O que foi? - ri corando

– Como consegue ser tão doce com um fodido? - pergunto pegando um cardápio.

– Odeio quando fala que é um fodido - coça o espaço entre as sobrancelhas. – Você não é um fodido, não aceito que fale assim de si mesmo.

  Eu rio.

  Ela cruza os braços.

– Eu falo sério.

– Eu também. - descruza os braços e chama o garçom. Ele vem. – Eu vou querer uma torta de morango.

– Eu também. - entrego o dinheiro, olho pra Eva que está distraída olhando para um cartaz. – Babe. - ela olha – Eu estava pensando em viajar, uma casa de campo talvez.

– Você não é ocupado demais? - pergunta.

  Fico em silêncio. Ela desvia o olhar. Ficamos quietos o jantar todo. Agora sabem porque sou um fodido.

– Chris. - sussurra e olha para o outro lado da rua.

   Tem um cara de preto, do outro lado da rua.

Wow, damn!Onde histórias criam vida. Descubra agora