Wow, damn!

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   Christoffer Schistad

Convocar mafiosos no porto de Bergen não era bem o que eu queria que meu tio fizesse, aliás, o que estava acontecendo não era uma coisa que afetasse estados.

– Eles chegaram. - diz meu tio, enquanto coloca seu copo de whisky caro na boca.

   Pela porta entrava vários homens de ternos, chapéus e charutos. Todos se sentavam ao lado de meu tio e olhavam para mim e Eva ao meu lado.

– Diga - meu tio olha para nós com seu charuto - o que está acontecendo?

– Essa conversa só envolvia nós dois - digo enquanto ando de um lado para o outro.

– Ah, Chris - ri sem humor algum – Eles são nossa família

– Não somos uma família - resmungo

– Me sinto ofendido - sorri e olha para os homens – Eu cuidei de você desde pequeno, seu pai nunca ligou pra você mesmo. Preferia ir - faz uma pausa e olha pra mim – Você sabe.. boate, mulheres, bebidas. - ri – Sendo assim, eu sou sua família.

– Isso é besteira - minhas sobrancelhas se juntam.

– Diga-me garoto - fala acendendo outro charuto – O que aconteceu?

– Me envolvi com um grupo que trafica coisa para fora do país e a dona desse grupo acabou gostando de mim - digo olhando seu charuto acender.

– Hmm - olha pro charuto – Nada que meus homens não resolvam

– Não quero que seus homens resolvam.

– Acha mesmo que irei sair da minha casa para ir atrás de um grupo traficante de merda? - olha pra mim – Tenho homens que fazem trabalho sujo pra mim, isso já resolve. Mas tudo tem seu preço - desvia o olhar para Eva

– O que? - sigo seu olhar para ela. – Ela não.

– Como se chama a dama de vermelho? - pergunta com seu sorriso de lado.

– Eva Mohn - ela diz olhando pra ele e logo olha pra mim, sorrindo fraco.

– Kviig Mohn - se levanta do sofá – Anne-Marit com certeza, criou um anjo disfarçado - diz vindo em direção a Eva.

– Ela não é o preço - digo entrando na frente dela.

– Sua dama vai ficar como preço. - afirma colocando o charuto em um vidro. – Por acaso ama ela?

– Sim, eu amo

Ele ri.

– Deus! - grita – Um Schistad amando? Quantas vezes te ensinei que um Schistad não deve amar ninguém?

– Foda-se o que você me ensinou! - caminho até ele – Você nunca se quer foi amado ou nunca desejou amar porque sabe que ninguém suportaria sua forma egoísta e possessiva te tratar as pessoas.

– Você é hilário - ri – Sabe por que não desejo amar? Porque amor é uma coisa que gente idiota inventou, acha mesmo que sempre fui desse jeito? Eu amei, e me decepcionei. Então garoto, não ache que possa dizer o que quiser sobre mim porque você não sabe de nada.

– Não pode trancar seu coração só porque alguém te decepcionou - me aproximo – Ou você é realmente um fodido que não sabe amar.

– Repete - tira a arma do bolso e aponta na minha testa.

– Chris. – Eva sussurra

– Fodido de mer.. - Eva me interrompe

– Chega! - caminha até nós – Se eu ficar como preço, você livra ele do grupo? - pergunta

– Eva, não...

– Sim, eu livro - responde ainda com a arma na minha testa.

– Eva, eu disse que não! - me viro pra ela. – Você ficou louca?

– É o único jeito

– Não é o único jeito - toco em seus braços – Trevor, esse não é o único jeito - me viro para meu tio – Peça outra coisa, mas ela não.

– Cinco meses na minha casa, estudando a máfia inglesa e fodendo com mulheres experientes - sorri

– Mas.. - Eva sussurra.

– Sem visitinhas dela - aponta para Eva  – E relacionamento de preferência solteiro, odeio drama.

– Chris! - Eva olha pra mim - Isso não.. - interrompo.

– Tchau Eva - me afasto

– Chris, tudo que a gente passou - se aproxima

– Tchau! - grito – Conhece a porta de saída ou quer que eu mostre?

   Seus olhos lacrimejam e meu peito aperta, aquilo era para o bem de nós dois.

– Você é um idiota - se afasta pegando a bolsa e caminhando até a porta. – Não pense que tudo vai ficar bem depois, porque não vai.

– Eu sei - sussurro olhando para ela.

      Ela abre a porta,me olha por alguns  e bate à porta ao sair.

  Olho pro meu tio que sorri e se senta no sofá.

– Bom garoto! - sussurra bebendo o whisky.

     A última conversa, a última troca de olhar e corações partidos.