Capítulo 5

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O caminho para casa foi longo e tenso. Ambos ali tão próximos um do outro, chegando a sentir o calor de seus corpos. Cada segundo parecia uma hora.

- Ei, está tudo bem? - Estevão perguntou quebrando o maldito silêncio

Ela apenas assentiu e agradeceu saindo do carro apressada

- Maria! - Ela sentiu uma mão firme agarrar seu braço

- O que foi? - Só aquele toque já havia provocado múltiplas sensações nela

Ela puxou o braço e ele a soltou

- Me diz por quê ainda usa? - Ele apontou para a correntinha que ela estava usando

Ela não respondeu absolutamente nada, simplesmente se virou e saiu dali com passos firmes sem olhar para trás, ele continuava sendo um cretino idiota e indiscreto. Entrou no prédio e pegou o maldito elevador, estava com raiva de si mesma pelas coisas que havia estado imaginando no carro. Tocou a correntinha sobre seu pescoço acariciando o pingente com seus dedos e sorriu amarga, deveria deixar de usá-la?

(...)

Estevão olhava a mulher entrar no prédio, ela sequer olhou para trás e não respondeu sua pergunta. Pensou que não deveria ter tocado naquele assunto enquanto eles estavam dançando, talvez era melhor nunca falar sobre o passado, entrou no carro que estava ainda a sua espera e foi pra casa.

Quando chegou desceu do veículo e entrou na mansão, precisava beber, foi até seu escritório e encontrou uma garrafa de whisky, colocou um pouco sobre o copo que estava ao lado e bebeu pensando "naquela mulher", desde que ela reapareceu em sua vida só conseguia pensar nela, que idiota estava sendo, ela por outro lado com certeza nem se importava com isso, estava tranquila. Talvez a solução desse problema estava em apressar seu casamento com Patrícia, quanto mais rápido ocorresse, ele teria que aceitar o novo status e esquecer aquela maluca.

O copo que estava em suas mãos voou chocando contra a parede do outro lado do escritório. Eduardo estava entrando nesse instante e viu a cena.

- Ei, ei estressadinho! O que aconteceu?

- Não enche Eduardo, me deixa sozinho.

- Que cara mais azedo, conta aí o que aconteceu irmãozinho, desabafa... As revistas femeninas dizem que faz mal para as amigas guardarem toda tensão dentro de si, precisam liberar - Fez um gesto com a mão e sua expressão parecia de deboche

Estevão não disse nada, rangeu os dentes e continuou olhando pro nada e ignorando o irmão

- Deixa eu adivinhar então... Brigou com a namorada? - Provocou

- Eu deveria odiar aquela mulher, ela acabou com a minha vida eu deveria odiá-la!

- Que mulher? Maria? - Perguntou confuso

- Não fale o nome dessa... Dessa... Não fale! - Repreendeu com raiva

Eduardo fez um sinal de ziper fechando na boca e ergueu a mão em sinal de rendição

- Quer me contar o que aconteceu?

- Eu tentei falar do passado...

- E?

- Ela fugiu do assunto - Recordou pegando outro copo enchendo com o whisky e bebendo todo o líquido de uma só vez

- Você está pressionando ela - Eduardo disse encolhendo os ombros

- Claro que não! O mínimo que eu mereço é uma explicação... Ela foi a vadia dessa história, ela me traiu!

- Não seja um escroto. Estevão você já parou pra pensar que tudo que você soube até hoje foi da boca de outras pessoas, não pode julgá-la, ela nunca teve a oportunidade de contar a versão dela

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