Capítulo 30 - O Último Dia

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Yuju e Yerin estavam sentadas na sala da casa de Yuju, abraçadas, conversando e namorando. Nessa semana de férias de Yuju, elas decidiram não falar sobre o retorno dela a Paris, queriam apenas aproveitar ao máximo os momentos juntas. - Ju, posso te perguntar uma coisa? - Yerin pediu.

- Claro, amor, o que quiser - sorriu.

- Você já pensou em fazer uma cirurgia pra poder enxergar? - perguntou.

- Já - ela assentiu.

- E? - a olhou de lado.

- Pra falar a verdade, esse foi outro dos motivos pelo qual eu fiquei sem te dar notícias.

- Como assim?

- Eu fui a um médico em Paris - Yuju confessou - fazer uns exames de vista, saber qual a gravidade do meu problema, se eu poderia fazer uma cirurgia pra poder enxergar. 

- Sério? - Yerin sorriu animada - e o que o médico disse?

Yuju suspirou um momento, fechando os olhos. Ela um dia prometeu a si mesma que não criaria esperanças sobre poder enxergar, afinal, tinha se acostumado a sua realidade. Mas estando em Paris, um lugar desconhecido e que já ouviu falar que era tão bonito, ela simplesmente não pode evitar.

- Ele disse que eu nunca poderei ver - sussurrou.

- O quê? - o sorriso de Yerin sumiu imediatamente.

- O meu problema é grave, sempre foi, afinal, eu nasci assim - ela deu de ombros - ele disse que talvez se eu tivesse ido procurar o médico antes, eu talvez tivesse a chance de ver, mas agora é impossível.

- Eu sinto muito, Ju - Yerin não soube bem o que dizer.

- Tudo bem - ela sorriu de lado - eu no fundo sabia que seria assim. Nunca criei muitas esperanças sobre poder enxergar, mas eu devia essa tentativa a mim mesma, sabe?

- Não pensa em consultar outro médico? Uma segunda opinião?

- Não. Eu não quero isso - Yuju afirmou - seria mentira da minha parte dizer que eu não quero ver, eu sempre quis, mas eu já me acostumei a ser assim e sinceramente não me incomoda. Não é como se eu fosse sentir falta, é uma coisa que nunca tive.

Yerin estava triste por isso. Ela sinceramente esperava que talvez um dia Yuju poderia ver. Gostaria de compartilhar com ela todas as belezas do mundo, queria poder vê-la olhando pro seu rosto e dizendo que ela era linda como sempre fazia. Mas isso não aconteceria.

- Eu gostaria de poder enxergar o mundo onde vivo, mas o que realmente me incomoda é que nunca vou poder olhar pra você. Seria um sonho realizado - disse sorrindo, tocando delicadamente o rosto dela.

- Nunca entendi como pode amar alguém que nunca viu - confessou.

- Pra se amar alguém, não é preciso enxergá-la, apenas senti-la, já te disse - Yuju sussurrou, escorando sua testa na de Yerin - e eu gosto muito do que sinto.

Yerin sorriu, a beijando docemente. Como poderia deixá-la partir de novo? Como poderia deixá-la sozinha no escuro?

- Então você está mesmo bem com isso? - perguntou.

- Eu vou sobreviver - Yuju garantiu - tenho tudo o que preciso bem aqui. E sabe de uma coisa?

- O quê?

- Talvez, se eu pudesse enxergar como todo mundo, eu fosse uma pessoa diferente - comentou - e eu gosto de quem eu sou.

- É. Eu gosto muito também - sorriu.

Yerin a deitou com cuidado no sofá e a beijou.

Era um beijo calmo, sem segundas intenções, mas quando se deram conta, já estavam totalmente ofegantes. Suas mãos passeavam pelo corpo uma da outra sem nenhuma restrição. Yerin estava sob Yuju, beijando toda a extensão de seu pescoço as mãos apertando sua cintura por baixo da blusa. Yuju agora já não tinha mais medo e nem vergonha quando estava com Yerin, confiava nela plenamente e sabia que ela nunca a machucaria.

A Bailarina  (Yeju version)Onde histórias criam vida. Descubra agora