Capítulo 1

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Lydia narrando.

- Padre Ian! Espere por favor! – eu gritava desesperada pelos corredores do convento.

O vento fazia com que meu vestido voasse, junto com os meus cabelos e o meu terço pendurado no pescoço.

Eu vi o Padre Ian virar–se para mim com um olhar frio, olhar que eu já tinha visto outras vezes e que me faz sempre arrepiar dos pés a cabeça, e piora quando eu chego perto dele e posso ver seus olhos de desprezo e fúria.

- Lydia se for sobre o que estou pensando saiba que a resposta é não! Os seus pais te colocaram aqui sobre os meus cuidados e eu NÃO AUTORIZO férias na casa da sua tia. Você é pura, você esta aqui pra que? -Me lançou um olhar que fazia eu sentir medo, não queria responder, mas era preciso.

-Pra servir a Jesus, padre – conclui e senti os seus dedos frios e já enrrugados erguerem minha cabeça pelo meu queixo, mas sem nenhum olhar de compaixão.

- Isso é bom. Essa é a sua vida, pra isso que você nasceu. -Volta a caminhar.

Vai embora, levando com ele mais uma vez a esperança de saber como é o mundo la fora. 

Essa sou eu Lydia Martin.
Tenho 17 anos e vivo aqui nesse convento desde que me entendo por gente. O padre Ian diz que foi no alto mar enquanto velejavam afim de conhecer todas as ilhas da região e até as desconhecidas.

De quem e que estou falando? Da morte dos meus pais. Eu tinha 3 anos de idade quando eles me deixaram aqui para ir na aventura idiota deles e já deixado o aviso ao Padre Ian que se algo acontecesse ele deveria cuidar de mim ali, e me ensinar o caminho certo para ser uma freira.

Se eu quero? NÃO! Não é o que quero pra minha vida. Quero ter uma adolescência normal, uma festa de 18 anos como todas as garotas normais tem, ver o mundo. Ir ao cinema e a shoppings, ter amigas de verdade e não ficar aqui o dia todo dando aulas sobre a bíblia pra crianças e rezando ate me faltar forças.

Amo as crianças, amo ensinar a elas, mas não é isso que quero por toda minha vida.

Caminho pelo pátio gelado, com paredes sem cor e ao longe um jardim mau cuidado com flores sem vida e penso que é assim que minha vida acabará. -Dramatica? Talvez, mas não deixa de ser verdade!

Viverei pra sempre aqui sem sentido, sem amor, sem alegria. Pra resumir: Não vivo, apenas existo.

One Love Unclear// StydiaOnde histórias criam vida. Descubra agora