Minha cura

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Estava tudo silencioso.

Hank havia saído para fazer algumas compras,a comida estava acabando.

Eu também estava.

Acabado.

Destruído.

Viciado.

Aquele soro me devolvia as minhas pernas,mas tirava as vozes,as dores.

E deixava apenas o Xavier.Um deprimido Charles, o que vivia completamente do passado,de Raven,de Erik...

Erik.

Me machucou tanto.

Tanto fisicamente como emocionalmente.

Eu precisava dele.

Era ruim com ele,muito pior sem ele.

-TOC.TOC.

Alguém bateu na porta e com muita dificuldade me levantei. Bebi um pouco de voodka antes de descer as escadas com pesar.

Quando cheguei na porta,olhei o olho mágico,mas não dava para ver o rosto do homem,seu chapéu cobria toda a sua face ou grande parte.

Abri, ressentido de que fosse um ladrão, e me surpreendi com o abraço que recebi,

Era quente e confortável.

Familiar.

E eu estava mesmo precisando de um.

-Charles...-sussurrou.

Aquele típico arrepio de excitação correu pelo meu corpo.

Apertei mais o abraço e joguei longe o chapéu.

-Erik!

Senti meu rosto ruborizar quando aquelas mãos grandes percorreram pelas minhas costas e rumaram para a minha bunda.

-O que está fazendo? Seu pervertido.-resmunguei.

Ele me encarou. Observou meu estado deplorável, meu cabelo desarrumado, a barba comprida e meu pijama velho e desalinhado, e, ainda por cima, andando. Suspirou.

-Não leu a minha mente? -os seus olho me fitaram profundamente, como, se na verdade, ele que estivesse lendo os meus pensamentos. Achei sinceramente que ele conseguiria.

-E-eu não consigo mais.- desviei o olhar, me focando na parede.Ainda sentia que me observava.

O abraço não havia sido desfeito, mas o silêncio entre nós fazia parecer que estávamos a quilômetros de distância. Esta que foi cortada pelo beijo simples disposto em meu pescoço.

-Hm.-gemi abafado.

-Charles, olhe para mim. -pediu e eu hesitei, mas mesmo assim fui de encontro novamente a aquele rosto.

Erik era lindo.

Seu rosto era frio, carrancudo e de traços forte.

Uma beleza gelada, mas que me enchia de calor.

-Eu sinto a sua falta! -declarou tristemente.

Passou os dedos sobre minha barba e pelos meus lábios. Ele arfava como se estivesse sem folego,como se tivesse corrido uma maratona inteira.

-Você está tão lindo!

Eu ri amargurado.

Como ele podia dizer aquilo se minha aparência estava péssima.

-Não se desvalorize desse modo. -pediu.

-Acho que você precisa de um médico! -recomendei tentando me afastar.

-Pare de fugir de mim.

Me puxou com força, fiquei imóvel.

Senti seu cheiro, o perfume me embriagou e me vi passar os dedos sobre seu maxilar indo para a sua nuca.

-Você me enlouquece. -suas mãos voltaram a atividade esquecida de explorar meu corpo,agora com mais urgência.

E tive que beija-lo.

Oh céus,como pode ser tão delicioso? Devia ser proibido.

Erik era tão experiente quanto eu me lembrava,me deixava desnorteado apenas com um beijo. Sempre foi assim ele me dominava.

E eu? Cedia

O ar sempre estraga momentos como esse,nos fazendo parar.

-Eu..-ele começou. -Eu vou embora .

-Oque?!

-O presidente... -eu entendi o que disse e suspirei.-Não fui eu, mas vou ter que fugir.

-Não vá muito longe.

-Não vou. -sorriu.

Aqueles sorrisos eram apenas meus.

Erik era meu.

Somente meu.

-Eu te amo, Charles. -era a primeira vez que ele falava, eu sempre lia sua mente, então ele não precisava dizer.

Lágrimas escorreram sem eu poder controlar, encostei minha cabeça em seu peito.

-Fica comigo...Eu preciso de você, Erik -supliquei -Só mais um pouco.

Ele ficou.

Nos amamos tão intensamente como na primeira vez.

E do mesmo modo que chegou, se foi.

Tirou mais do que o soro, pois ele levou o Charles feliz, apaixonado, que eu guardava a sete chaves.

My cureWhere stories live. Discover now