Capítulo 1 (Primeiro dia)

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Introdução

Estevão San Roman é um jovem rapaz de apenas vinte e um anos. Herdeiro de uma incontável fortuna e órfão, o rapaz, agora vive com as suas duas tias: a inescrupulosa Alba e a ingênua Carmem. Estêvão é dotado de muitos atributos físicos. É um rapaz rijo, de músculos voluptuosos que fazem os botões da branca camisa de seda, que ele usa constantemente com o paletó, quase saltarem; o seu sorriso parece esculpido por anjos; os seus olhos verdes são verdadeiras esmeraldas, pois muito vale aquele olhar precioso, e não se pode esquecer de mencionar o seu instrumento de sedução mais poderoso, que ele não ousara ter de propósito: a sua voz. Dizem que ele é capaz de render até a mulher mais bela com apenas um singelo cumprimento de palavras, mas ele, todavia, não conhecera a mulher mais bela para que se importasse em usar do charme da sua voz. Estêvão acabara de se formar na faculdade de administração no curso de empreendedorismo, que por sinal, é válido ressaltar: se destacou como o primeiro de sua classe. Tomara, pois de posse a presidência das empresas da sua mãe, Mileva Carrillo de San Roman, que morrera há três anos, muito depois de seu pai Eduardo San Roman, que morrera quando ele tinha dez anos. Mileva não voltou a se casar jamais, mantendo-se fiel à memória do seu marido, uma fidelidade, por sinal, muito acarinhada por Estêvão. Ele e a mãe possuíam uma relação de extrema confiança e amor. Ela o ensinara tudo sobre o negócio da família e ele fora um grande discípulo. Estêvão estivera fora por cinco anos para cursar a faculdade e nesse meio tempo, as suas tias instalaram-se na mansão logo após a morte de Mileva, sua mãe, com o pretexto de que a casa necessitava cuidados. Elas pouco conviviam com o sobrinho. A última vez que o viram, foi no funeral de seu irmão Eduardo, o pai de Estêvão quando ele ainda era só um menino. Hoje é já um homem. Alba jamais esquecerá o dia em que voltou a ver Estêvão, já rijo como é, de preto e com um olhar acinzentado no funeral da mãe. Havia um demônio dentro dela que queimava-lhe os olhos, não os podendo tirar dele. Era terrível o que se semeava no seu mais profundo e intimo ser. Algo tão podre e imundo que nem uma eternidade de vida serviria para perdoar o que a sua mente apenas ousara imaginar, e já sabemos no que isso termina. Qualquer um que o vir, dirá que ele possui tudo. É rico, tem uma namorada formosa de pele bronzeada e possuidora de uns olhos que eram capazes de seduzir qualquer um que se propusera... ou pelo menos era o que a formosa Fabíola pensava. Ela não era uma mulher de falsa modéstia, tão pouco era má, mas ainda não é a hora de contar a sua história. Além da bela namorada, Estêvão possuía muitos amigos. Alguns que fizera na faculdade como o criativo Bruno, que era extremamente meticuloso e perfeccionista, e também Demétrio. Um rapaz franzino que conseguira se formar a duras penas com a ajuda financeira de Estêvão. Demétrio não era muito talentoso e nem muito inteligente, tanto que era o mais velho da turma. Tinha já vinte e cinco anos, e isso à Estêvão, lhe causava pena. Demétrio foi o primeiro a se casar. A esposa se chamava sofia e era mais velha que ele justos dez anos. Tinha uma filha, Ana rosa, de onze anos, fruto de um relacionamento irresponsável que tivera aos dezanove anos com um iludido musicista, que desaparecera mais tarde deixando-a sozinha com a criança, que ela enviara à um colégio interno mais tarde. Por sorte, Sofia era a herdeira única de sua avó, que pouco caso fez a sua segunda neta Daniela. Esta é mais uma personagem importante para esta trama. Daniela se apaixonara por Demétrio apenas ao olhar para ele. Ela sentia-se inferior à irmã em todos os sentidos e acabava desejando tudo o que ela tinha, porque para ela, essa era a única forma de ser importante. Passado um ano de casamento, por razões suspeitas que não fazem segredo à este publico de leitoras, Sofia vem à óbito e Demétrio além de apoderar-se da fortuna da esposa, casa-se com Daniela. Na empresa trabalhava um senhor, de já alguma idade: Evandro Maldonado. Era um velho avarento, um amigo de Eduardo que se interessara nas ações da empresa de Mileva. Evandro era muito gentil com Estêvão e também fora essencial para ensiná-lo a lidar com as finanças, uma vez que era exaustivamente econômico.

La Madrastra - A história que não contaramWhere stories live. Discover now