La Madrastra - A história que não contaram

Capítulo 3 (Semáforos)

ATENÇÃO! É DE SUMA IMPORTÂNCIA OUVIREM A MUSICA INDICADA. ELA VOS DARÁ UMA EXPERIÊNCIA BEM MAIS REALISTA DA CENA. CONFIEM EM MIM. 

Capitulo 3 

Mais um dia de trabalho chega ao fim. Estêvão sai do escritório e encontra Maria que também já se preparava para ir embora. Ainda vestida na sua roupa de casa, pois todavia não recebera o seu uniforme. Era um vestido amarelo muito justo na cintura e curto nos joelhos. Trazia um cinto castanho fino com uma fivela redonda e dourada, que não era maior do que uma moeda de um valor, fazendo-se delicado. Pouco decote, pois não é apropriado numa entrevista de trabalho. Sapatos toilette vermelhos com detalhes em fitas de cetim azul. Tinha cabelos curtos, daí ser comparada à uma princesa de contos de fadas tão específica. Tinha, também, um doce perfume de gardênia que por onde passava, deixava a sua inconfundível presença, como uma marca autêntica. Estêvão não conseguia se controlar, nem mesmo disfarçar a maneira como lhe pregava os olhos. Maria percebe a sua presença.

Maria (espantada) – Precisa de algo, senhor? Eu já me preparava para ir embora.

Estêvão (atrapalhado) – Desculpe. Eu deveria ter pigarreado. Não queria assustá-la.

Maria – Não tem mal, senhor Estêvão.

Estêvão (com uma voz grave) – Se soubesse o quanto me incomoda me tratar por "senhor".

Maria (abaixa a cabeça) – Eu lamento que fique aborrecido, mas eu insisto que...

Estêvão – Não se justifique. Eu compreendo, só não gosto desta distância que me impõe.

Maria – Se o senhor não precisa mais de mim, eu vou antes que fique tarde.

Estêvão (aproxima-se) – Se você quiser, eu posso te levar à casa.

Maria (olha-o com desconfiança) – É normal nesta empresa, o patrão fazer estes favores aos empregados, ou só me calhou à mim?

Estêvão – Perdão, eu não quis ofender, só estava tentando ser gentil.

Maria (pega na bolsa e na pasta) – Não é necessário, obrigada. (Vai em direção ao elevador e antes que as portas se fechassem, Estêvão também entra).

De repente um silêncio desconfortável paira sobre aquela atmosfera. Ouvir Perfect - Ed Sheeran (Piano Orchestral Cover). Maria tinha o olhar desviado o tempo todo e Estêvão as vezes esticava-lhe um olhar ou outro. Invadia-lhe uma tentação por tomá-la nos braços e provar dos seus lábios vermelhos, e ela sentia a necessidade que ele o fizera, e por esta razão sentia as pernas tremerem, e por esta razão suavam-lhe as mãos. Eles estavam em perfeita sintonia. Ambos estranhamente queriam o mesmo, apesar de terem acabado de se conhecer. Os corações palpitavam ao mesmo tempo, sob a mesma melodia, como se gritassem desesperados um pelo outro. As portas tornam a abrir, Maria sai primeiro e vai, sem olhar para trás, apanhar o seu transporte. Estêvão entende que é melhor não prosseguir. Cada um segue o seu caminho. Estêvão chega em casa e tem Fabiola a sua espera. Eles jantam e vão para o quarto de Estêvão, que ainda não é o quarto que conhecemos. Aquele que faz divisão com o outro, ainda não aparece. Fabiola põe um filme no aparelho vhs para assistirem, mas Estêvão não parece muito interessado, ela percebe, no entanto ignora para evitar ouvir algo que não quisesse. Estão recostados na cama. É um quarto de jovem, com revistas dos anos oitenta, a que esta história se passa, toca fitas e etc. Apesar de muito prestar os olhos à tela daquela televisão de caixa, ele não conseguia tirar donzela da cabeça, o seu sorriso, o seu perfume e como ela perturbava-lhe os instintos. Fabiola nota e não consegue mais ignorar.