Capitulo 5
Após dado o início e a admissão deste amor que agora nos ronda a trama, o dia caminhou normalmente lutando contra a particularidade da ocasião. Não era um dia comum, era o dia em que se reconhece de fato a pré preparação para um futuro desenlace. Contudo, nada de extraordinário aconteceu, vindo acompanhar o acontecido. E por isso, foi tão peculiar para eles terem que seguir o curso do dia como se fosse só mais um, quando em cada encontro pelos corredores, escondiam-se nos cantos para trocar um beijinho. Parecia que já namoravam há anos, mas ainda estavam sob sigilo. Eles não conseguiam esconder a excitação de estarem juntos finalmente, e a nossa heroína, que tem uns olhos de majestade, deixava saltar a luz daquelas esmeraldinhas redondas. Estavam desconcentrados das suas obrigações, perdidos, aluados. Era tão empolgante, mas como eu disse, o dia era mais um como os outros, segue-se a sua rotina, e portanto, fazendo pois parte dela, era de se esperar que Fabiola viesse por ele. Ela entra na área dos escritórios e encontra a secretária do seu noivo com um sorrisinho suspeito que ela não disfarçava enquanto estava distraída nos seus afazeres, com aquele homem ocupando-lhe os pensamentos.
Fabiola (seca) – Boa tarde!
Maria (assusta-se) – Senhorita Fabiola!
Fabiola – Não precisa me anunciar, já sabe.
E aquela mera frase fez cair o seu sorriso por terra. Fabiola, em umas reles palavras, fê-la lembrar-se do lugar que todavia ocupava.
Maria – É claro. Pode entrar.
Fabiola entra e Estêvão levanta os olhos ansioso pensando ser Maria, mas logo decepciona-se.
Estêvão – Ah... Fabiola! És tu.
Fabiola – É claro que sou eu. Quem você esperava?
Estêvão – Ora... ninguém.
Fabiola – Então... vamos?
Estêvão – Para onde? Ah, sim, claro! Almoçar. É claro. (Muito nervoso, levanta-se e vai com ela em direção à porta. Quando saem, ele depara-se com os olhinhos angustiados do seu amor) Maria, eu... eu vou almoçar e... bem...
Fabiola – Vamos logo que eu tenho fome. (Agarra-o pelo braço insinuando a posse).
Maria abaixa o olhar e cabeça. Eles partem e ela não pode impedir as lagrimas de molharem os seus olhos, mas ela que não se preocupasse, pois dentro de momentos Fabiola será um assunto arrumado. Antes que ela pudesse pensar mais sobre aquela cena desagradável, surge uma figura que sai do elevador e vem conhecê-la. Esta personagem entra agora, mas nós já a conhecemos bem. Era um senhor de idade que eu já vos apresentei de início, Evandro Maldonado, uma das peças mais significativas deste trágico tabuleiro de xadrez. Maria não sabia, mas estava diante do seu carrasco. À ele foi delegada a função de lhe cortar a cabeça, e o fez com muito prazer nos olhos, nós bem sabemos. Evandro põe os olhos sobre ela e neste mesmo instante, quase que como uma bala de chumbo, o seu olhar atravessa-a no peito para matá-la daqui uns tempos. Maria olha para ele e sente um arrepio na espinha. Uma brisa gelada que se percorre as costas. Ela pressentia que o mal estava com ela naquela sala.
Evandro (curioso) – Quem é você?
Maria (acanhada) – Sou a nova secretária do Estê... do rapaz San Roman. Sou Maria.
Evandro (balbucia) – Maria...
O seu nome, pronunciado por ele, era como se o tivesse escrito a sangue num pergaminho velho, numa lista de morte, de condenados. Num único dia ela conhece a prescrição do seu fatal destino. Maria estava condenada no momento em que aquele velho pôs os pés na empresa.
YOU ARE READING
La Madrastra - A história que não contaram
RomanceEsta trama tem o propósito de contar o passado das famosas personagens de 'La Madrastra'. Todos conhecemos o depois e trechos do antes, mas não sabemos ao certo como as coisas sucederam realmente. Esta fanfic, inspirada em 'La Madrastra', é baseada...