Tears

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                             ***
    - O que você quer comer? – Jongin perguntou, com a geladeira aberta em sua frente.
    - Qualquer coisa serve. – Respondi, enquanto apoiava meus cotovelos no balcão da cozinha
    - Então vai ser miojo mesmo, estou com sono para cozinhar. – Jongin disse, fechando a geladeira e abrindo o armário ao lado, pegando dois sacos de miojo apimentado. Pegou uma panela gigante, e abriu a água em cima dela, para despejar.
    - Muda isso aí na televisão, tá me dando sono. Odeio programas culinários. – Disse, e apanhou o celular que estava em cima do balcão, abrindo a Netflix. – Toma, fica a vontade.
    - Vou colocar qualquer um, tô com preguiça de escolher. – Eu disse, coloocando o primeiro que estava na lista de Jongin, Cisne Negro. – Coloquei esse daqui mesmo, tava na sua lista.
    - Ah, Cisne Negro. Me falaram que era bom, não sei se quem me recomendou tem bom gosto. – Jongin disse, mexendo o miojo, já dentro da panela, com uma colher.
    - Quem  te recomendou?
    - Você não vai querer saber. – Ele disse, sorrindo.
    - Fala de uma vez, o que tem de mais? – Eu disse, seriamente.
    - Foi a Yura.
    - A loira da nossa sala? – Perguntei, apertando o celular em minha mão.
    - Ela mesma. – Disse, abrindo o armário de baixo do balcão para pegar dois recipientes para comermos.
    - Você falou bastante com ela. – Eu disse, virando de costas para ele.
     Tudo ficou silencioso, e só ouvi uma pequena risada de Jongin, e em seguida alguns passos silenciosos.
    - E você não sabe disfarçar, Kyungsoo.  – Jongin disse, apoiando o queixo em meu ombro, enquanto eu ainda estava de costas. O que ele queria dizer com aquilo?
    - Disfarçar o que? – Eu disse, me afastando dele, que logo voltou para a pia, já servindo o macarrão.
    - Você sab... Bom, deixa quieto.
    Jongin pegou seu miojo e sentou no sofá-cama, cobrindo seu colo com uma manta, deixando seus pés a mostra.
    - Vem, lerdo. – Ele disse, sorrindo, e dando tapinhas no lugar vazio em seu lado. – Ah, apague as luzes.
    - Ué... Por que? – Perguntei.
    - Fica melhor pra ver o filme. – Ele disse, me olhando.
     Fui até o interruptor e apaguei as luzes, confuso. Peguei meu miojo, sorrindo de vergonha, e fui até o seu lado, e colocamos play no filme.


                             ***

    - O que você tá fazendo? – Perguntou o moreno, surpreso com a atitude do outro, que o olhava fixamente. Kyungsoo colocou lentamente seu braço na parede, ao lado de Jongin, que estava cada vez mais próximo do tal. Mais uma vez, o coração era acompanhado com as batidas da música que tocava ao fundo.
    - Eu não sei... Estou confuso. – Disse, o olhando, e seus olhos começaram a marejar. A sua força para não explodir naquele momento era tanta, que sua cabeça chegou a doer, e sua voz começara a falhar.
     Jongin puxou Kyungsoo, empurrando-o contra a parede, invertendo as posições anteriores. As luzes naquele corredor eram resquícios de uma festa, pois o verdadeiro arco-íris estava no salão ao lado, e no andar abaixo de onde estavam. Tudo estava coberto por uma penumbra que, para Kyungsoo, deixava Jongin mais bonito do que já era. Não sabia descrever o que sentia, era como se quisesse possuí-lo, mas não em um sentido ruim.
    - O que tá acontecendo? – Kyungsoo perguntou, e Jongin colocou sua mão sobre a sua boca, e em um movimento rápido encostou sua testa na dele, dividindo os dois rostos apenas pela sua mão. Podia-se ouvir a respiração ofegante de Kyungsoo, perdido em tudo aquilo que estava acontecendo.
    - Shh. – Sussurrou Jongin, olhando para Kyungsoo, cujo rosto estava colado no  seu. – Queria fazer isso já faz um tempo.
    - O qu... – Kyungsoo tentou falar, indagando-se do que o moreno falava, mas foi interrompido brutalmente pelos lábios de Jongin, seguido pelas mãos do mesmo, que o puxaram com força. Após alguns segundos, Kyungsoo cedera ao beijo de Jongin, que fazia com que uma explosão ocorresse dentro de seu corpo e mente. Finalmente, Kyungsoo colocou suas mãos nas costas de Jongin, a apertando-a. As mãos do moreno deslizavam pelas costas do outro, como se estivessem dançando. Apertavam tão forte, que Kyungsoo podia jurar que já haviam diversas marcas vermelhas, mas nada se comparava as marcas que deixava no pescoço do moreno. Eram como o espaço sideral, repleto de galáxias, algumas roxas, outras tão escuras que lembravam um buraco negro, já outras, eram leves e avermelhadas. Seus lábios já estavam inchados, de tantas mordidas já dadas um pelo outro. Kyungsoo escorregava sua mão pelos cabelos de Jongin, e os segurava fortemente, deixando o mesmo cada vez mais louco. As mãos de Jongin não escorregavam mais apenas pelas costas de Kyungsoo, deixando apertões e marcas vermelhas em lugares muito além do que os arranhões em suas costas.

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