Brandon voltou a encontrar Andy somente na véspera da ida dela para o Brasil. Combinaram de maneirar os encontros, pois Tana estava desconfiada das mudanças em Brandon, portanto, ele não poderia ficar muito.
A ajudou a montar a árvore de Natal e lhe entregou seu presente (depois que Andy também o fez, a ele) e ele precisou partir.
Andy foi para o Brasil sem sequer despedir-se de sua mãe - Silvia não foi procurá-la e Andy também não fez isso. Peter foi se despedir dela no aeroporto, para lhe entregar um presente que ele dizia ser dele (embora à Andy fosse óbvio que era mais de Silvia do que dele).
Ela desembarcou no Brasil e foi recebida pelo calor de dezembro e por seu pai, que parecia animado ao buscá-la no aeroporto.
Ela passou todos os dias que pôde com o pai, mas também saiu com amigos, entre eles Debora e Larissa.
- Estava pensando em sair com você e depois fazer um jantar para reunir nós três de novo - Larissa dizia - Mamãe tem a casa na praia, pode emprestar para a gente.
- Acho uma ótima ideia. Vamos marcar para a semana que vem, logo após o Natal?
- Perfeito. Faça o favor de ligar para a Debora então, e ver se aquela pamonha quer ir. Me avise.
- Pode deixar - Andy respondeu, rindo.
Encontrou a turma da faculdade, em um churrasco que reuniu quase todos os alunos e também alguns professores. Estava conversando com uma de suas colegas, Jessica, quando ela disse:
- Você lembra daquele orfanato onde íamos para aquele projeto da faculdade?
- Lembro sim; passei ótimos momentos com aquelas crianças.
- Então, estou organizando uma arrecadação de comida, brinquedos, roupas e produtos para levar lá perto do Natal e fazer uma festinha para as crianças. Quer vir com a gente?
Andy pensou um pouco, mas no final aceitou. Chegou em casa e juntou coisas com o pai e os vizinhos, e no dia marcado, antevéspera de Natal, foi com Jessica e algumas colegas que haviam participado do projeto quando ela ainda estava em aula.
Chegaram e foi aquela alegria, as crianças as receberam com felicidade. Andy se sentia feliz no meio daquelas crianças; por ser filha única, era comum sentir-se sozinha, especialmente na infância. Passara os últimos tempos tão atarefada que nem se lembrava mais o que era isso, mas ali, no meio daquele bando de meninos e meninas, ela também sentia o quanto aquelas crianças eram carentes. Por não terem um lar, pareciam ser melhores do que muitas crianças por aí, mimadas e mal agradecidas.
Jéssica a chamou para ver os bebês.
- Só temos dois - disse a diretora do abrigo, levando-as para um quarto com berços.
Elas se aproximaram; Andy em um berço e Jessica, em outro.
Um pequeno bebê dormia calmamente no berço que Andy olhava. Era um menino, pelo macaquinho azul que usava. Era tão pequeno que à Andy parecia que isso o tornava ainda mais vulnerável.
O menino se mexeu, esticou os bracinhos, e lentamente abriu os olhinhos, que fitaram Andy com curiosidade, mas ele não chorou.
- Pode pegar - disse a diretora, sorrindo.
Andy hesitou. No entanto, esticou os braços em direção ao bebê, e o pegou, delicadamente, morrendo de medo de derrubá-lo ou apertá-lo demais - ele parecia extremamente frágil, feito de vidro fino. Jessica a ajudou a aconchegá-lo nos braços. Parecia ser feito sob medida.
- Este é Vicent Henry - a diretora dizia - E tem 3 meses. A mãe era uma francesa fugida de seu país. Não sabemos como ela veio parar aqui, mas ela bateu na porta da congregação já com 5 meses e as irmãs a acolheram. O pré-Natal foi feito, apesar de tardio, e descobrimos que a moça era soro positivo. Todo o tratamento foi feito para que o vírus não fosse transmitido à criança, graças a Deus hoje em dia há essa possibilidade. Ele nasceu prematuro em um mês, e não teve contato com a mãe, para não passar o vírus, de modo que ela não podia amamentá-lo. Ela só o viu poucas vezes, creio que três ou quatro, para falar o nome que queria dar ao bebê, porque logo após o parto, ela começou a sofrer complicações. Pela gravidez, estava com a imunidade baixa, o que somado ao vírus da AIDS, é fatal. Ela faleceu três dias após o parto. Vicent veio para cá. Há duas moças que estão cuidando dele e de Angélica, a bebê do outro berço, ela foi abandonada mesmo. Essas moças foram mães a pouco tempo e nos ajudam, amamentam seus filhos e os dois daqui. Duas jovens maravilhosas.
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Mr. Brightside
FanficParte I Uma nova perspectiva de tudo: é esta a mentalidade de Andy quando vai morar com a mãe nos Estados Unidos para estudar. Contudo, segredos do passado são colocados à mesa quando uma história mal resolvida volta à tona e a obriga a encarar seus...