Os dois, unicórnio e tritão, me olharam como se meu cérebro tivesse criado asas e voado para bem longe distante de minha cabeça.
— Você pretende me largar com o unicórnio? — Vin perguntou, soando magoado e irritado.
— Não sou burro de carga, Senhora. — Sombra sussurrou em minha mente.
Fechei as mãos na cintura, encarando os dois.
— O peso dele não é nada para você. — Falei para Sombra, que observou Vin com um olhar crítico e bufou.
— Tem razão. Está pele e osso.
Vin ferveu de raiva e tive que morder a língua para não rir.
— E eu não largarei você com ninguém. — Me virei para Vin, que me encarava com as sobrancelhas franzidas, um profundo vinco entre elas. — Não faria a loucura de deixar vocês dois sozinhos, eu irei junto, acalmem-se.
Parecia que um peso havia sido tirado das costas de ambos, e o recinto pareceu mais leve de repente.
— Então, será um prazer ser montado por você, Senhora. — Suspirou Sombra. — Embora o tritão seja leve, não parece possível que possa segurar-se sozinho em mim.
Vin estava prestes a lançar um comentário maldoso ao unicórnio, quando Castiel entrou em um espetáculo de luzes e cores no estábulo, os cabelos ruivos desgrenhados e o rosto corado pela magia.
— Que bom que consegui alcançá-los à tempo. — O mago ofegou, parando na minha frente com as mãos nos joelhos. — Francis está com o Limbo, eles estão vindo atrás de você, Kol. Ele te denunciou. — Castiel disse entre respirações pesadas.
Meu rosto se tornou inexpressivo.
— O que ele disse? — Perguntei baixinho. Vin se aprumou e Sombra bateu os cascos, nervoso com meu tom de voz.
— Que você infringiu a regra de não levar seres ao quartel, e o agrediu para evitar que contasse. Agora eles pensam que você não registrou o tritão para que pudesse vendê-lo por baixo dos panos.
— Isso é mentira.
Castiel se ergueu, batendo o pó do sobretudo.
— Eu sei, tentei avisá-los, mas parece que Francis andava dizendo coisas de você para o conselho, e eles não parecem nem um pouco contentes com isso. E como você é um ser mágico... bem, sempre soubemos que eles sempre temiam o dia em que você fosse se virar contra eles. — Ele disse, a contragosto.
— Eu dei a minha vida pela causa. — Murmurei, com ódio pela injustiça. — Francis não deu nada. Eles deveriam confiar em mim.
— Ele deu o dinheiro.
Bufei uma risada de escárnio.
— Dinheiro. O único poder que os humanos jamais terão. — Eu disse, amargurada.
Os humanos não possuíam qualquer poder mágico. Garras ou presas afiadas. Eles usam dinheiro como forma de poder. E dinheiro pode ser queimado. Destruído. Perdido.
— Fui eu quem o apagou. — Vin se pronunciou, recebendo um olhar espantado de Castiel, mas apenas arqueou uma sobrancelha para ele. — A demônia não queria, mas insisti. Ele estava nos fazendo perder tempo.
Castiel o olhou da mesma forma que Sombra. Analisando agora um oponente digno.
— Bom trabalho. — Ele sorriu maldosamente. — Mas poderia ter feito melhor e quebrado o nariz dele.
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Syrena
FantasyKoltrix faz parte de uma organização secreta chamada Limbo, desde que foi resgatada aos nove anos. Um grupo diverso que busca rastrear e libertar seres mágicos capturados por humanos e jogados em circos, prisões, clínicas médicas e zoológicos. Sua...