Capítulo Dois

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   -Ya, atende o telefone…
   -Ya, eu quero dormir.
   -Yaaa, Seok Boom atenda este telefone! -falei levantando da cama e jogando o celular para o Seok Boom.
   Seok Boom é meu colega de trabalho, e nós dividimos o mesmo quarto às vezes. E esta foi uma dessas vezes.
   Seok Boom se ajeitou na cama com uma cara meio apavorada e então atendeu o celular:
   -Pois não seonsaengnim, aqui é o Seok Boom. -eu podia ouvir da minha cama os ruídos dos gritos do cachorro louco. -A Yeon Jo?
Quando ele falou meu nome logo dei um pulo da cama, e então ele colocou seu telefone no viva-voz:
   -Diga para Yeon Jo vir aqui o mais rápido!! Não consigo falar com ela pois não atende o maldito celular, aish! -falou o cachorro louco.
   Pulei da cama e olhei para Seok Boom que deu uma risadinha cínica, vesti meus calçados e fui correndo até o escritório do cachorro louco.
   Sei que você tem muitas perguntas, então vou respondê-las agora.
   Meu nome é Oh Yeon Joo, e sou uma residente de cirurgia cardiotorácica e o tal cachorro louco é o professor, ou líder da equipe. Ele é o tipo de pessoa insuportável, que deseja tudo ao seu tempo, e como seu próprio nome diz, ele é um cachorro louco.
   Eu saí correndo, desesperada, pelo hospital. Comecei a procurar o cachorro louco em todos os lugares do hospital. Eu olhava em todos os cantos, perguntava em todos os andares e nada. Até perceber que ele ainda não tinha saído do seu escritório no último andar do hospital.
   Chegando na sala dele eu amarrei meu cabelo e tentei ajeitar meu rosto ao máximo, então bati na porta:
   -Seonsaengnim, sou eu, Oh Yeon Joo. -falei, respirando repetidamente pois, havia corrido o hospital todo para chegar até lá.
   -Ol -falou.
   Suspirei fundo e entrei na sala dele. Chegando próximo a sua mesa ele estava com uma cara péssima, como quem come e não gosta da comida.
   -Você tem demorado muito para responder, você quer morrer? -falou.
   -Não seonsaengnim, joesonghabnida. Eu não sabia que o senhor estava aqui…
   -Você está me dando gelo agora? Por que não atende o seu telefone? Está ignorando minhas chamadas?
   -Por favor, joesonghabnida. Isso não vai acontecer de novo. -falei.
   -Seu pai não é escritor de webtoon?
   -Ne?
   -Eles me disseram que você é a filha do escritor de W. -falou ele, dessa vez calmamente.
   -Ne, eu sou.
   Bem, pois então, pode realmente surtar comigo. Eu sou a filha do escritor do famoso Manhwa coreano, W. Um manhwa que conta a incrível história de Kang Chul, que perdeu sua família de uma maneira muito trágica, logo após ganhar uma competição olímpica, e desde então ele tem procurado pelo assassino, e prometido vingança ao mesmo.
   Mas, meu appa não tem muito contato comigo, então eu não interfiro em suas histórias, porém eu as leio com muito gosto, amo o seu manhwa. Amo também principalmente o Kang Chul, como ele é lind… quer dizer, eu amo o manhwa.
   -O seu abeoji lhe disse alguma coisa sobre o que vai acontecer no manhwa? -ele perguntou.
   -Não, nós não temos contato.
   -Vocês não vivem juntos?
   -Meus pais se separaram quando eu era ainda jovem, mas seongsaenim por que todas essa perguntas? -falei, preocupada.
   -Eu quero você me dê spoiler.
   -O que?! Jinjja…
   -Eu estava pensando, não, eu não vou ler isso, mas quando eu vi eu já tinha ido na livraria e comprado todas as trinta e três edições.
   Vendo aquilo, eu sorri e pensei: uau, o meu chefe leu os livros que meu pai desenhou e escreveu. Eu me senti realmente orgulhosa de seu trabalho, e francamente para falar a real, gostei mais um pouco mais de ser filha dele.
   -Você… me chamou só pra… isso? -olhei seriamente para ele.
   Depois de uma longa conversa eu consegui me livrar do cachorro louco eu fui meio que forçada pela minha própria vontade de fazer uma cirurgia cardiotorácica. Sim, o cachorro louco disse que se eu descobrisse quem fosse o suspeito de matar a família de Kang Chul e falasse para ele o spoiler, eu iria conseguir fazer essa cirurgia que eu tanto queria.
   Logo após sair correndo do escritório do cachorro louco eu dei um micro pulo no corredor e logo após disfarcei, eu estava muito empolgada sobre fazer essa cirurgia. Isso seria um tipo de desafio contra mim mesma que eu tinha que conseguir vencer.
Eu peguei o celular correndo e liguei para o aluno de meu pai, ele tinha ajudantes que o ajudavam a escrever as histórias e terminar os mínimos detalhes de seus desenhos. Assim que ele atendeu:
   -Yeoboseyo, Yeon Joo-noona. -falou ele atendendo o telefone.
   -Soo Bong, quanto tempo. -falei.
   -Noona, acont…
   -Você deve estar ocupado. Sei que hoje é o último dia e você deve estar tenso mas eu só preciso de um favor, e minha vida depende disso, então não conte para o appa.
   -Noona, noona, noona, eu já ia te ligar. Nós estamos com problemas.
   -Qual seria o problema?
   -O seu abeoji… Ele… Desapareceu.
   -O que? -falei, não muito surpresa.
   -Noona, às quatro horas da manhã ele se trancou no quarto e deu a ordem que não queria ser incomodado então desligou seu celular e foi para dentro de seu escritório. Hoje de manhã fui entregar uns papéis a ele e ele não estava lá. Procuramos em todos os lugares, e ligamos para todos os bares onde ele possa ter ido e nenhum sinal dele. Ele também deixou chaves do carro e celular.
Logo após toda a explicação que Soo Bong tinha feito sobre o que tinha acontecido e fiquei muito preocupada. Não sei se fiquei mais preocupada em achar as respostas ou então em achar meu pai. Creio que meio era mais importante, correto?
   -Eu estou indo para aí.

W: Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora