XXIV.

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Após o jantar de despedida, Bernardo decidiu que devíamos ir dar uma volta e aproveitarmos alguns momentos antes do seu retorno a Inglaterra.

Por isso, após as despedidas com os rapazes e as suas companheiras e, também, da restante equipa técnica caminhamos, comigo a abraçar a sua cintura e ele com o braço num jeito desajeitado sobre o meu ombro, pelas ruas lisboetas com um destino ainda desconhecido por mim.

Após caminharmos por menos de dez minutos Bernardo fez me sinal para nos sentarmos no meio da relva do Parque Eduardo VII, os seus braços circundavam o meu tronco enquanto eu tinha a minha cabeça no seu ombro onde podia vislumbrar as feições do rapaz apenas através da luz da lua e de alguns candeeiros dispersos a uns metros de nós, e rapidamente voltamos às nossas típicas conversas.

Éramos só nos os dois, o silêncio de Lisboa perto da uma da manhã e as conversas mais aleatórias de sempre.

Bernardo era a pessoa que me fazia sentir bem comigo própria, fazia-me sorrir com a sua presença e fazia-me sentir a pessoa mais amada do mundo com um simples olhar, ele tinha se tornado praticamente tudo em tão pouco tempo, o que chegava a ser avassalador.

- Constança? - a voz do Bernardo fez me abandonar os meus pensamentos e encará-lo, mais uma vez, mas desta vez com atenção nas suas palavras

- Desculpa, estava perdida nos meus pensamentos - admito e sinto as minhas bochechas a ganharem um tom extremamente avermelhado

- E com quem é que tenho de rivalizar pela tua atenção? - o jogador puxa o meu rosto do seu ombro para podermos estar frente a frente

- Vai ser uma batalha difícil... - o extremo encara-me com uma sobrancelha erguida demonstrando a sua curiosidade - Afinal iria ser uma luta contigo mesmo - admito e Bernardo rouba-me um beijo após soltar algumas gargalhadas.

- Estes momentos contigo tem me feito tão bem, nem tens noção! - admite e eu escondo o meu rosto na cova do seu pescoço após murmurar um "A mim também" - Já sabes como é que vai ser agora com o teu trabalho?

- Não sei... ainda tenho algumas propostas na mesa, visto que, hoje acabou o meu estágio profissional e não sei da minha continuidade quando a jornalista que eu estava a substituir regressar...

E o silêncio reinou entre nós durante alguns minutos enquanto os dedos de Bernardo passavam pelo meu cabelo fazendo pequenas festinhas. Até ele levantar-se num tumulto fazendo-me seguir o seu caminho, colocando-se à minha frente com ambas as nossas mãos entrelaçadas.

- Constança Lopes, eu sei que não sou o Iker Casillas mas será que podíamos tentar que sejas a minha Sara Carbonero? - Bernardo pergunta do nada fazendo-me soltar várias gargalhadas

- Entre nós os dois, tu és muito melhor que o Iker Casillas, Bernas. - eu respondo juntando os nossos lábios pelo que parecia a milésima vez nesta noite mas nenhuma tinha sido tão especial como esta.

Mundial || Bernardo SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora