Desculpa mãe

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POV Ally

Estávamos na sala, Lauren me contando sobre como o carro é ótimo, quando o celular dela tocou.

Não entendi direito do que se tratava porque porque Lauren, parecendo nervosa só dizia "Hm" e "Não acredito". Ela desligou o telefone e olhou pra mim.

-Taylor e Sarah foram suspensas.

-O que? - Pergunto chocada. - Porque?

-Se meteram em uma briga. - Responde Lauren.

-Briga? - Fico ainda mais chocada. - Sarah nunca brigou. Pelo menos eu acho que não.

-Mas a Taylor já. - Diz Lauren nervosa. - E parece que fez de novo.

-Lauren calma. Vamos descobrir primeiro o que aconteceu.

Ela anda nervosamente pela sala, até a porta se abrir e as duas adolescentes entrarem.

Lauren sequer espera elas fecharem a porta.

-Pro seu quarto Taylor. - Ela diz com uma postura rígida que nunca vi.

-Lolo, não foi culpa dela. - Diz Sarah. - Ela só estava me defendendo.

-Sarah, eu vou conversar com ela. - Diz Lauren na mesma postura. -  Depois eu falo com você. Anda Taylor Jauregui, pro seu quarto agora.

Elas saem, com Taylor de cabeça baixa. Sarah senta no sofá e passa as mãos pelo rosto.

Eu até queria dar uma bronca na Sarah por brigar no primeiro dia de aula, mas tava na cara dela que ela estava mais preocupada com a Taylor do que com si mesma. O ideal agora é conversar.

-Me conta o que aconteceu. - Peço gentilmente.

Ela respira fundo.

-Eu percebi uma garota da minha sala me encarando durante minhas aulas quando eu me apresentava. - Sarah olha pro teto enquanto fala. - No intervalo ela veio falar comigo. Por um minuto eu acreditei que ela seria minha amiga. - Lágrimas de raiva começam a rolar pelo rosto da minha filha. - Mas aí ela começou a te ofender, te chamando de aleijada e covarde. Eu perdi a cabeça mãe, empurrei ela. Ela me segurou pelo colarinho e eu achei que ia apanhar. Não sei como Taylor chegou tão rápido, mas ela afastou a menina de mim e falou pra ela não me tocar. A menina perguntou se ela era minha segurança ou minha namorada e a Taylor perguntou: "E se eu for? " Aí a menina disse que era só o que faltava, além da mãe aleijada eu ainda ser lésbica. A Taylor disse que ela ia aprender a respeitar as pessoas e deu um soco nela. A diretora chegou e impediu a Taylor de continuar batendo na menina.

Ela chorava compulsivamente agora e eu pude ver tristeza e raiva misturadas naquelas lágrimas.

Aproximo minha cadeira do sofá e seguro sua mão.

-Eu devia brigar com você, mas não consigo. - Digo. - Só não estou entendendo sua angústia.

-Mãe, você não vê? - Diz Sarah me olhando.

-O que? - Pergunto.

-Esquece. - Ela diz e fica quieta.

Passamos algum tempo em silêncio. Sarah continua olhando pro teto.

-Eu acho que gosto dela mãe. - Diz Sarah.

-Dela quem? - Pergunto.

-Da Taylor. - Ela responde.

-Eu também gosto dela. - Digo.

-Não mãe. - Ela diz e olha pra mim. - Eu acho que gosto dela daquele jeito. Gosto... - Ela suspira. - Desculpa mãe.

Pra me mudar (Alren)Onde histórias criam vida. Descubra agora