Paraplégica??

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POV Ally

Abro os em um quarto de hospital, a julgar pela claridade o dia está amanhecendo.
Olho ao redor e vejo Mani adormecida na cadeira.

Minha cabeça dói, mas não é o que está errado. Eu não estou sentindo minhas pernas e isso sim me preocupa.

Faço rapidamente uma auto-análise. Viro a cabeça de um lado pro outro, levanto os braços, mexo os dados da mão... Tudo parece em ordem, mas simplesmente não sinto nada da cintura pra baixo.

Um desespero vai tomando conta de mim quando tento mover meus pés e pernas e simplesmente não consigo.

-Mani! - Chamo baixo. - Mani! - Ela não me escuta. - MANI!

Ela pula da poltrona e vem até mim com olhos sonolentos.

-Ally o que foi? - Ela pergunta nervosa.

-Eu não tô sentindo minhas pernas. - Digo desesperada. - Não tô sentindo elas Mani.

Mani faz uma expressão que me deixa aterrorizada.

-Tenta ficar calma Ally. - Ela diz. - Eu vou chamar a médica.

Ela sai me deixando em desespero. Não, isso não pode ter acontecido. Faço força tentando de alguma forma que meus ossos me respondam, mas nada acontece.

Mani retorna acompanha de uma mulher alta, de pele caramelo, cabelos loiros e olhos castanho dourados que em qualquer outra situação me faria parar e puxar assunto, mas eu realmente não consigo pensar em dar encima de ninguém agora.

-Oi Allyson. - Diz a mulher de jaleco branco e estetoscópio. - Sou a doutora Dinah Jane, sou uma das suas ortopedistas.

-Porque não consigo mexer minhas pernas? - Pergunto sem embromação.

-Em palavras que você entenda, você quebrou a coluna. - O choque me atinge na hora.

Eu já bati algumas vezes no decorrer da minha carreira e confesso que odeio médicos que além de me tratarem como uma moribunda, nunca respondem diretamente o que pergunto. Essa doutora Dinah é diferente, gosto dela.

-Quando vou voltar a andar? - Pergunto.

Mani e Dinah fazem expressões que não me agradam.

-Quando eu vou voltar a andar doutora? - Repito a pergunta me sentindo apreensiva.

-Eu lamento Allyson, você não vai voltar a andar. - Dinah diz me olhando.

-Como... Como assim? - Pergunto sem acreditar no que acabei de ouvir.

-Allyson, eu e o corpo de cirurgiões ortopedistas que te atendeu fizemos de tudo. - Dinah explica. - Mas a fratura foi grande demais. Tivemos sorte e conseguimos evitar que perdesse todos os movimentos do corpo. Mas infelizmente não pudemos evitar que você ficasse paraplégica.

Paraplégica???

A palavra rodava pela minha mente, me torturando. Eu estava sentindo todo meu mundo desabar com aquele palavra.
Lágrimas vieram aos meus olhos e não tentei conte-las, deixei que rolassem livremente pelo meu rosto.

Paraplégica!

Não vou mais andar, nem correr pela praia, ou dirigir meu carro... Meu mundo simplesmente acabou.

-Saiam. - Peço baixo.

-Alls... - Mani começa, mas não deixo ela terminar.

-SAIAM DAQUI!! - O grito rasga minha garganta, mas não ligo.

Pra me mudar (Alren)Onde histórias criam vida. Descubra agora