Pra me mudar (Alren)

Que beijo😍

POV Lauren

Acho que deixar Taylor e Sarah de castigo não foi bem um castigo. Elas passaram a semana grudadas, alternando ficar de beijos e abraços no quarto de uma ou de outra.

Elas saíram do castigo a dois dias, mas continuam dentro de casa se pegando.

Ao contrário do que eu pensava, Ally dá apoio a esse relacionamento. Eu achei que ela era daquelas mulheres tradicionais, que acham um absurdo pessoas do mesmo sexo se relacionando.

Mas, me surpreendendo, na manhã seguinte a briga, enquanto uma Taylor sem graça tomava café, ela olhou pras duas e soltou a frase:

-Porra, vocês brigam na escola uma pela outra e não dão nem um beijo de bom dia entre si? Achei que era mais corajosa Taylor.

Depois disso minha irmã não liga pra onde está, se der vontade ela beija a Sarah e pronto.

Elas estão pra chegar da escola, Camila está de folga e disse que iria buscá-las.

Eu estou com Ally na sala, como de costume em um silêncio tranquilo.

Tay e Sah entram pela porta, mas parece que hoje as coisas não estão boas.

-Você não pode ficar dando ouvidos ao que aquela idiota fala Sarah. - Dizia Taylor.

-O problema não é o que ela fala. O problema é ela estar certa. - Rebate Sarah e nesse momento lança um olhar a Ally.

Um olhar do tipo... Eu te amo, mas te odeio.

-Vou pro meu quarto. - Diz Sarah saindo.

Taylor coça a cabeça de forma nervosa.

-O que aconteceu? - Pergunto.

-É! Porque ela me olhou como se eu tivesse feito a bomba de Hiroshima? - Completa Ally

Taylor parece sem graça.

-Bom... É que...

-Taylor, não enrola. - Diz Ally.

-Tá. - Responde Taylor. Ela respira fundo. - A Claire vive dizendo que você é covarde. Que além de ser paraplégica você se acovardou e não sai mais e a Sarah acha que ela tem razão. Agora eu vou pro meu quarto.

Taylor some pelo corredor deixando eu e Ally sozinhas novamente, mas dessa vez com uma Ally atônita ao meu lado.

Ela fica por alguns instantes em silêncio.

-Isso é um absurdo. - Diz de repente.

-É claro. - Digo sem saber o que falar.

-Ela nem me conhece. - Diz Ally.

-Já deve ter visto alguma corrida sua. - Digo.

-Eu não sou covarde. - Ally diz.

Nesse momento uma onda de revolta me atinge. Eu estou sentada no chão, ao lado da cadeira de Ally e olho pra ela.

-No sentido que aquela garota diz? Você é sim Ally. Se deixou levar pela tristeza e se prendeu aqui. Criou um mundo só seu dentro dessa casa pra não ter que enfrentar o mundo de verdade lá fora. E o pior de tudo é que você tá deixando a sua filha enfrentar as consequências dessa sua escolha Allyson.

Me levanto e saio em direção a cozinha. Ouço as rodas da cadeira de Ally atrás de mim.

-Volta aqui Jauregui. - Ela diz nervosa. - Você não pode me falar essas coisas e sair andando.

Me viro pra encarar aquela baixinha.

-Que coisas Allyson? A verdade?

Allyson esta exatamente na minha frente.

-Eu não sou covarde Jauregui. - Ela diz.

Me abaixo com as mãos apoiadas nos braços da cadeira.

-Mas você age como uma Brooke. - Digo.

Vejo os olhos de Ally brilharem como se estivessem soltando faíscas.

De um jeito rápido e decidido que me surpreende, Ally segura minha nuca com as duas mãos e puxa meu rosto em direção ao seu.

Esqueço tudo ao meu redor no momento em que nossos lábios se encontram.

A boca macia de Ally se move com certa urgência sobre a minha enquanto encaro seus olhos.

Abro a boca levemente e a língua quente de Ally invade minha boca.

Vejo Ally fechar os olhos, se entregando ao beijo, que vai ficando mais suave.

Fecho também meus olhos, me deixando ser tomada pelas sensações que me invadem.

Minha língua encontra a de Ally, começando uma dança gostosa.

Meu corpo se arrepia e sinto Ally passando as unhas na minha nuca no mesmo instante que ela chupa minha língua.

Solto um gemido de aprovação e Ally parece gostar, porque, não sei como é possível, mas ela aprofunda ainda mais o beijo.

Decido por fim devolver a altura, então mordisco e chupo seu lábio inferior, ouvindo Ally arfar em resposta.

É minha vez de deslizar minha língua e usa-la pra explorar a boca de Ally.

Não sei exatamente quando, mas minhas mãos também pousam em sua nuca.

O beijo dura por um tempo que pra mim parece não acabar.

Nos exploramos e nos conhecemos através daquele beijo profundo e quente.

Então, de repente ouvimos passos.

-Eita... - Diz a voz de Taylor e eu me afasto de um pulo de Ally.

Sarah e Taylor estão paradas na entrada da cozinha nos olhando com caras surpresas.

Tenho certeza que meu rosto está queimando por ter sido pega por duas adolescentes em um momento tão... Sexy.

-Eu não sou covarde. - Diz Ally. - Sarah, depois do almoço nós vamos sair.

Ela então se afasta indo pro próprio quarto.

Taylor e Sarah me olham.

-O que que aconteceu? - Pergunta Sarah com um sorrisinho de canto.

Confesso que não consigo processar uma resposta coerente.

Ao invés disso levo uma das minhas mãos até meus lábios.

-Que beijo! - Digo num sussurro.

Taylor cai na gargalhada.

Olho em sua direção e a vejo apoiando uma mão no batente da porta enquanto a outra segura a barriga.

Sua risada é tão alta contagiante que logo Sarah também está rindo descontrolada.

-O que foi? - Pergunto.

-Sua... Sua... - Taylor gagueja em meio as gargalhadas. - Sua cara foi muito engraçada.

Então ela volta a rir descontroladamente, acompanhada de Sarah que não teve nem forças pra falar.

Vendo as duas dar risada de forma tão gostosa acabou me contagiando e de repente estávamos as três rindo sem parar.

Depois de algum tempo Taylor consegue se controlar.

-Chega, chega, por favor, minha barriga tá doendo. - Ela diz.

Aos poucos eu e Sarah também paramos de rir, mas o sorriso fica estampado no rosto das três.

Então a verdade começa a bater em mim, me fazendo parar de sorrir.

Minha mente volta a funcionar. Eu beijei minha chefe.

Droga! Droga!

Eu beijei minha chefe.

E agora?

Será que isso vai custar meu emprego?

Mas na verdade foi ela que me beijou.

Droga!