Capítulo 1

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Sentindo-se cada vez mais fraca,funda e completamente vazia. A dor está aqui,a todo tempo me corroendo. Me deixando angustiada e mal,completamente mal. Não sei como consigo,mais tenho um sorriso no meu rosto está manhã. Tudo para não perder meu maldito disfarce,qual eu fiz para minha mãe. Ela nunca saberia o quão péssima e decadente estou. Eu sei como isso a afetaria,ela já passou por muito. Por que causaria mais problemas ?



—Oi tia — Ouço a voz de Wilmer e minha mãe lhe direciona o olhar



—Vocês demoraram naquele quarto,pensei que não ia sair de lá Demi — sorri breve e me virei sentando na mesa


Wilmer lhe beijou a bochecha e sentou ao meu lado.



—Quero levar a Demi em uma lugar ,você autoriza Tia Di — Olho minha mãe,que balança a cabeça em afirmação ao pedido




—Cuide da nossa menina — Reviro os olhos, era mais fácil eu cuidar desse bocó


Ela nos serve frutas picadas e se vira colocando Maddie sentada,a cadeira era um tanto alta para uma criança de sete anos. Fiquei um tanto focada nos movimentos de ambas,até Wilmer colocar uma de suas mãos na minha coxa debaixo da mesa.Em busca da minha atenção,era como ele a buscava. Algumas pessoas achariam isso um flete ou algo parecido, mas é algo natural nosso. Somos acostumados com isso.


—Não vai comer suas frutas ?— Olho para elas no meu prato e faço careta



—Não sinto fome — Murmuro e ele respira fundo sério,o mesmo olhar que me lançou no quarto




—Demi,você não comeu nada hoje —Reviro os olhos por tal comentário



Ele faria o papel do traste agora ? 


—Continuo sem fome, papai — Enfatizo a última palavra o fazendo ficar emburrado






—Nós já vamos tia Di — Wilmer diz já de pé e o encaro ultrajada ,ele me puxou consigo me fazendo ficar em pé também





—Vocês mal comeram as frutas — O olhar chateado da minha mãe me fez suspirar em frustração



—Demi precisa ir mesmo,até mais tarde — Em um singelo abraço se despediram




Eles são parceiros,minha mãe o viu crescer .Assim como a tia sobeida me viu crescer. Wilmer já foi muitas vezes o homem da nossa casa, era ele quem trocava o gás e ajudava minha mãe sempre que podia com as compras. A um carinho envolto,amor e companheirismo também.





—Tchau mãe — Falei quando Wilmer me empurrou para ela, me fazendo abraça-la.






Idiota,ele sabe o quanto odeio tanto sentimentalismo.






Vão com Deus — Ela sorriu me analisando e vi a felicidade brilhar em seus olhos.





Ela sabe que não abraço com frequência,é raro quando acontece. Senti-me mal por isso,eu devia abraça-la mais. Era bonito esse brilho que invadiu sua iris. Pensei sobre isso quando entrava contra gosto no carro de Wilmer.





Que lugar tão importante é esse ?


Em todo trânsito, ele não  abriu a boca se quer uma vez. Estou desconfortável, verdade seja dita,não sei bem como olha-lo depois da cena do quarto. Ele está sério e centrado como nunca foi,o que de certa forma me fez ver,joguei literalmente tudo para o colo dele.

—Chegamos — Seu anúncio me fez sair dos meus desvaneios



—Um prédio  ? —Debocho e ele sai do carro bruscamente,quase quebrou a porta




—levanta essa bunda enorme dai,sua inconsequente —Revirei os olhos, odiava o seu lado mandão



Sai do carro e ele o trancou, andamos juntos até  uma escadaria.  Oh sim, ele queria me matar, me fez subir  até o último andar sem nada na barriga, sem ter me alimentado. Fraca, pálida e quase colocando meu rim para fora.  Olhei o terraço perigoso e o encarei em seguida sem entender.


—Vamos para o telhado —Ele diz e o sigo perplexa



—Você quer me matar ? nós podemos cair daqui — Wilmer sem paciência, me colocou sentada  sobre o telhado qual ele parou 





—Mas você  não  queria mesmo ?— Ironiza e bufo —Fica quietinha e repara o movimento  na em baixo —Respirei fundo, ele só pode ser louco, não  é possível




—Qual o seu problema ? —Questiono  e ele me encara


—Você é meu problema Demetria —Seu olhar condenado era visível —Porra, eu quase perdi você e se não  fosse não intrometido,observador, seu melhor amigo. Eu estaria mal e perdido diante de um caixão, questionando o por que da minha melhor amiga me deixar sozinho —Seus olhos estavam vermelhos e vi o meu igual refletir no seu.


—Eu..


—Nunca mais tente descumprir a promessa,eu não  posso viver sem você — Ele diz desviando olhar e suspiro fazendo o mesmo




—Quem disse que se eu morresse você estaria sozinho — Tiro sarro e Wilmer  me puxa para perto, abertando-me em seus braços



—Eu venho aqui,para pensar todas as vezes que o mundo me puxa, me encurrala. Olhar o movimento  me traz paz,me faz ver algumas vezes que hà pessoas piores do que eu,que não devo  reclamar. Mas quando tudo desaba Dem,eu não venho aqui, eu vou para o apoio da minha melhor  amiga,não faça diferente — Nossos olhares se encontraram e sorri me afastando





—Anotado — murmuro e ele revira os olhos rindo




—Você não está sozinha —Sua voz firme em convicção afirmou




—Não diminui aqui — informo e ele assente




—Eu sei Demde




Ri do velho apelido,a história do mesmo é idiota. Eu tinha quatro anos e não sabia pronunciar Demétria,acabei inventando Demde e Wilmer nunca esqueceu,pelo contrario,toda oportunidade que tem está me zoando.


—Eu te odeio — falo sorrindo contida


Não é que o idiota conseguiu me entreter.




—De nada.

o sorriso vitorioso me deu enjôo.

Like It's The First Time [Dilmer]Onde histórias criam vida. Descubra agora