Like It's The First Time [Dilmer]

Capítulo 52

Los Angeles,day 11 august.
2019,08:20 am.

Era manhã. Demi acordou cedo e saiu em direção a sua escola. Deixou um bilhete para Dianna deixar Line na aula e simplesmente foi,sabia que podia estar sendo imatura pelo acontecido da noite anterior,mas não queria lidar com aquilo agora e tinha muitos problemas na escola para resolver. Os portões já haviam se fechado e a essa altura todos alunos já deviam estar em suas respectivas salas. E Dianna entrou na sala da filha.

—Bom dia — Dianna murmurou e Demi a olhou por cima dos óculos assentindo —Vejo que bom dia hoje não está

—Está sim — Demi diz e Dianna a analisa

—Estava dormindo quando de repente me viro e vejo um pequeno corpo dormindo profundamente ao meu lado —Dianna diz encarando a filha — Pela manhã perguntei o por que e ela mudou de assunto sobre,e então vejo seu bilhete e aqui estamos.

—Obrigada por vim  — Demi diz intertida nos papéis

—O que aconteceu Demi ?

Demi respirou fundo largando os papéis  ao ouvir o tom serio da mãe. Dianna cruzou os braços esperando.

—Line estava chateada comigo,achou que eu não a queria por perto. Isso não é verdade — Demi se explica cansada —Me desculpe por deixar tudo para você.

—Querida eu não estou te julgando — Diz  — Como você está ?

—Não tenho idéia — Demi responde automaticamente,não era a primeira pessoa que lhe perguntava isso hoje. Devia ser algo em sua cara que os dizia.

—Você chorou pela noite — Dianna analisa o rosto dela e Demi nega — Estou vendo o pequeno inchaço em suas pálpebras,sempre percebi assim. Você sempre mente.

—Minha cabeça está cheia mãe — Demi diz ageitando a postura,talvez fosse bom conversar com a mãe — Wilmer,passado,presente e então Line — respira fundo —Eu pensei tão pouco sobre esses acontecimentos,mas sobre Line foi a coisa mais rápida e certa da minha vida.

—Eu vejo filha —Dianna diz segurando a mão dela

—Ontem ela me afastou — Dianna suspirou ao ver a voz de Demi falhar —Ela não me olhou mas eu vi pavor nos olhos dela,aquilo — Demi ficou em silêncio sentindo um bolo em sua garganta

—Doeu — Dianna diz entendendo — Vou te contar uma história — Diz olhando-a —Uma vez você teve uma apresentação no dia dos pais da escola,eu sempre frequentava ela e a dos dias das mães. Mas por algum motivo aquele ano você esperou pelo seu pai,pois tinha aprendido uma coreografia pela primeira vez e achou aquele momento adequado para que ele conhecesse você.

—Oh,eu não me lembro — Demi diz forçando a memória

—Deixe-me terminar — Ambas riem — As outras salas se apresentaram e logo chegou a vez da sua turma,eu sabia que você estava esperando por ele e parecia apreensiva no palco, pedia com medo para a professora esperar,até que ela me olhou e pelo  olhar dela  eu vi o quanto estava péssima com aquilo. Eu também estava. Pois o seu pai não viria,não sabia por onde ele andava. Eu juntei forças naquele momento e fui até você com calma tentando explicar da melhor forma possível. Não adiantou. Você ficou devastada e não quis participar daquela apresentação. Enquanto te consolova eu chorava também por que não queria que tivesse aquele sofrimento,por infelizmente não ter conseguido te dar um pai que você merecia por que  significava muito para você ter um pai que te amasse,eu sei filha.

Demi tremeu entre um choro silencioso e Dianna a acolheu em seus braços,não era um choro sentimental,era um choro ferido.

—Olha pra mim — Dianna disse segurando o rosto de Demi — Você é a pessoa mais forte que eu conheço,te contei essa história para que você nunca se esqueça que tudo que enfrentou não derrubou você,e que pode enfrentar todo o resto. Não vai ser difícil para você meu amor,é uma guerreira.

—Eu te amo mãe — Demi diz limpando seu rosto — E olha,eu posso não ter visto isso no passado por ser ingênua demais. Mas eu não precisava de mais nada naquela apresentação,eu já tinha você e isso  bastava,é mais que o suficiente. Obrigada por sempre me amar,ensinar,cuidar e ser também um pai. Espero um dia ser um terço da mãe maravilhosa que você é — Dianna sorriu diante das palavras da filha — Eu sou muito grata.

As duas se abraçam forte.

—Ageite as coisas com Line,seja cautelosa. De um tempo se precisar,ela só precisa da sua compreensão e atenção — Diz e Demi absorve seus conselhos — Quanto ao resto,se permita. Só temos uma vida e temos a obrigação de vive-la bem.

—Tem razão — Demi diz limpando seu rosto

—Esqueça o que te machuca e fique com o que te faz bem.

(...)

Demi cumprimentou os pais que estavam na porta da sala de aula de Marissa e viu o momento que ela abriu a porta começando a liberar cada criança aos seus pais.Ela se aproximou sorrindo breve e Marissa chamou Line.

—Ah,oi — Line diz aparecendo na porta sem graça e olha para trás — Vovó não veio ?

—Podemos conversar Carol ? — Demi pergunta e a garotinha se assusta

—Nunca me chamou assim — Diz baixo e Demi começa a caminhar em direção a sua sala,sendo seguida — Está brava comigo ?

—Não — a mais velha se senta em sua cadeira e a encara — só quero dizer que não evitei você,sempre quero você por perto,se possível o mais grudada possível. Por que eu te amo — diz simples e Line sorri contida — É por conta desse sorriso ai que meu dia fica melhor.

—Eu te amo mamãe — Line diz baixinho — me desculpe por ontem,só tive medo

—Só nunca mais me afaste ok ? — Demi pede —preferia um tapa.

—Você quer um tapa — Line diz assustada e Demi ri

—Não querida,talvez um abraço — propõe e Line assente prontamente indo até a mãe e se jogando em seus braços

Ei.

Com paciência vamos caminhando. Deixo claro minha admiração absurda por mães que são mãe e pai,em pessoal digo que testemunhar dessa força é lindo. Até mais.