Ariana Peterson

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Olá! Meu nome é Ariana Peterson, mas algumas pessoas me chamam de Ari. Na verdade, somente duas pessoas me chamam assim.

- Ari! Bom dia, querida! Dormiu bem? - A minha mãe é uma delas.

- Demorei a dormir, mas até que passei bem à noite. - respondi enquanto virava o suco de uma jarra no copo em minha mão.

- Hm! Parece que minha menininha está um pouco ansiosa, certo? - concluiu minha mãe que era psicóloga. Ela sempre gostava de me diagnosticar. - Tem certeza de que é isso que você quer?

- Mãe... sim, eu tenho. E de qualquer forma a passagem já está comprada, não posso e não vou desistir agora.

Até então eu estava morando somente com minha mãe em Liverpool, na Inglaterra. Meu pai vive em Paris. Eles se separaram quando eu tinha uns 4 ou 5 anos. Prometi ao meu pai que passaria meu aniversário de 15 anos com ele, e tomei a decisão de prolongar essa promessa, dizendo que terminaria meus estudos na França. Bom, falta menos de 1 mês para meu aniversário e hoje é o grande dia de mudar, não só de cidade, mas de vida também. Eu espero, sinceramente, que dê certo.

Não ia ser tão difícil acostumar com a linguagem de lá já que desde que tomei essa decisão tenho estudado francês, e toda vez que meu pai me ligava me fazia o favor de conversar somente em francês pra me testar.

- Bonjour, Ari! - meu pai é a segunda pessoa que me chama assim. - Ça va?

- Bom dia, pai! - respondi ao celular em meio a um sorriso. - Estou ótima, e o senhor?!

- Estou bem também, minha querida. Já está no aeroporto?

- Mamãe e eu estamos saindo de casa agora.

- Ótimo! Quando pegar seu voo, me avise. Estarei esperando por você no aeroporto.

Nos despedimos e ele desligou. Minha mãe e eu saímos de casa e a ida de carro foi bem silenciosa. Bem... pelo menos da minha parte. Minha mãe não parava de falar um segundo sobre como são os franceses, que "alguns podem ser arrogantes", e a cada final de frase ela arrumava um jeitinho diferente de dizer que "se eu mudasse de ideia e quisesse voltar, era só falar com meu pai". Já dá pra perceber que ela não queria que eu fosse. Talvez ela achasse que eu ficaria lá para sempre, mas meu plano, por enquanto, era apenas completar meus estudos.

Chegamos faltando alguns minutos para o voo. Senti um calafrio na barriga, um medo de prosseguir. Minha mãe percebeu, é claro.

- Ari, você está bem? - perguntou.

- Han... sim. Eu só... - não terminei a frase e soltei um suspiro olhando a minha volta.

- Filha, escuta. Se você não gostar de lá...

- É só avisar a meu pai que ele me manda de volta - a interrompi revirando os olhos - Eu sei, mãe.

Minha mãe fez uma pausa, olhou para mim, sorriu e continuou sua fala.

- Eu tenho certeza que você vai gostar de lá. Tem muitos lugares incríveis e a cultura é maravilhosa. Você é inteligente, decidida e sabe o que faz. Vai dar tudo certo.

Minha mãe era a pessoa que mais me encorajava, mas o meu problema não era se eu ia me dar bem profissionalmente ou nos estudos lá, mas sim conhecer pessoas novas. Eu era muito tímida e reservada, sempre tive dificuldades de interagir com as pessoas. Às vezes, eu até preferia ficar sozinha porque era mais fácil para mim. Eu já estava acostumada a ficar sozinha aqui na Inglaterra, eu conhecia as pessoas (mesmo que elas não me conhecessem), mas ficar sozinha em um outro país é como começar tudo de novo.

- Obrigada, mãe, mas... E se lá for da mesma forma que aqui? Ou pior?

- Pior como? - perguntou minha mãe.

Miraculous: IguanaOnde histórias criam vida. Descubra agora