Vampire «Chanbaek»

1.1

   Baekhyun estava todo encolhido na cama, o edredom pesado sendo usado de escudo contra o frio. Abriu os olhos por um instante, apenas para glorificar o fato de ter fechado as janelas antes de se deitar. Olhou rapidamente, encontrando as cortinas bem fechadas. Suspirou e tornou a fechar os olhos, se preparando para voltar a dormir, mas então ficou mais frio. Se apertou mais e tornou a visualizar a janela, encontrando desta vez cortinas dançando entre o vento gélido e os vidros muito bem abertos.

Teve certeza de que seu coração parou por três segundos, então voltando batendo como nunca, as batidas ensurdecedoras martelando seu peito. Do chão surgiu um corpo alto e esguio, Byun reconhecia, estava prestes a xingar e praguejar o vizinho atrapalhador de sonos, no entanto se calou em completo susto quando o vampiro andou calmamente, ficando sentado sobre os joelhos na cama de solteiro de Baekhyun. Park, com todo o silêncio do mundo, deitou-se sobre o corpo confuso e congelado do pequeno.

Baek colocou o punho esquerdo no pescoço do mais alto, impedindo-o de se aproximar mais. Elevou o braço e apertou o pequeno botão do abajur em cima do criado mudo. A luz estava fraca e falhada, culpa da lâmpada de péssima qualidade. E ainda poluía o meio ambiente.

Temeu se virar, com medo de encontrar olhos cor carmesim, dentes afiados como navalha e raízes debaixo dos olhos; temendo encontrar um vizinho que se cansou de brincar de amizade e agora viria a ser o vampiro sangrento e impiedoso dos filmes de terror, mas encontrou apenas o castanho escuro normal e um sorriso curto, demonstrando bondade. Juntou as sobrancelhas e preparou em sua cabeça um discurso de como retardado o outro era, porém suas palavras desceram garganta abaixo. Em um único movimento rápido o suficiente para desvencilhar-se do aperto da mão de Byun sem machucá-lo, juntou o seu nariz ao pescoço alheio, deslizando a pontinha por toda a superfície lisa e branca. Seus lábios rasparam na pele arrepiada, então Baekhyun teve certeza que ele se transformaria ali e a boca bonita e grossa viraria o abrigo de dentes que iriam dilacerar seu pobre pescoço.

"Vou morrer virgem, mas que droga", foi seu último pensamento.

Ou quase foi.

Em um tumulto de sentimentos divididos entre correr para se salvar e morrer sem se cansar, sentiu seu pescoço ser beijado suavemente. O susto foi com certeza maior do que seria com a morte.

Sentiu os curtos selares sendo distribuídos por todo o local, descendo para a clavícula, então subindo pelo queixo. Não é como se Baekhyun o desejasse como um animal no cio desde a primeira vez que o viu, mas o cara era bonito e provou ser legal vez ou outra, que mal faria aceitar as beijocas? Além do mais, não era todo dia que o rapaz tinha um lindo homem sobre si, disposto a beijá-lo e acariciá-lo, então que se foda. Era um vampiro? Era. Provável assassino de uma moça do bar? Talvez, mas ainda bonito e legal, seu carinho estava sendo completamento aceito por ora.

Quando os lábios do maior estavam próximos dos seus, fechou mais os olhos e ficou esperando o veredito: iria finalmente tirar a boca da miséria ou continuaria da forma que estava? A mão de Chanyeol o segurou com delicadeza pelo quadril, mantendo-o ali. Park o beijou com calma, sequer parecia o grosseirão de dias antes. Baek correspondeu da mesma maneira, mesmo que sua vontade fosse já começar o beijo com agressividade e intensidade, mas tinha que aceitar a bênção dada. Como se tivesse lido a mente pervertida do baixinho, o apertou com mais força e iniciou um ósculo firme e mais bruto.

Byun agradeceu aos deuses por não ter desaprendido a dar beijo de filme de pornô, do contrário teria feito tudo errado, se é que não fez.

Sua blusa foi invadida por dedos ágeis e frios, subindo pelo dorso magro e quente do pequeno. Chanyeol pressionou com o joelho a área íntima do menor, fazendo-o arfar e segurar no cabelo vermelho vivo. Gemidos baixos fugiam da boca do rapaz, denunciando sua completa inexperiência e sensibilidade. Sentiu uma breve vergonha ao gemer o nome do vizinho.