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Baekhyun não tinha notícias do vizinho há um mês. Um mês inteiro sem um sinal de vida, uma explicação, sinal de fumaça, mensagem criptografada, pombo correio, nada. O garoto já havia passado pela fase de raiva e frustração, as duas primeiras semanas foram apenas de ódio e rancor pelo ocorrido, mas agora, depois de tanto tempo, estava apenas entristecido.

Sim, foi assustador e ele temeu pela vida, Chanyeol fez certo em dar um tempo, mas isso poderia ter parado depois de uma semana, poxa. O Byun já estaria calminho e pronto para conversar, tentar entender. Ele era inteligente, já tinha ligado o fato dos olhos do vampiro estarem desbotados com a fome dele e, consequentemente, o descontrole; quer dizer, ele poderia entender se eles conversassem. No entanto, Park sumiu, simplesmente sumiu. E deixou uma possível vítima para trás.

Pensar no homem encontrado morto naquela fatídica noite fez o estômago de Baekhyun revirar, grunhiu e espantou o pensamento. Não queria pensar no vizinho ser um assassino confirmado agora. Ele tinha suas suspeitas anteriormente, mas eram apenas isso: suspeitas. Confirmar que o carinha que estava dando uns amassos é um assassino é complicado, é duro na queda. E, infelizmente, seu maior pesar agora é que apenas isso estava duro.

Suspirou e apoiou o queixo na janela, entediado demais no seu dia de folga. Observou a rua, uma pequena chama de esperança em ver o vampiro lá no final do estacionamento, onde sempre aparecia. Ficando raivoso por não ver ninguém, resmungou e se jogou na cama. Ele tinha medo de Chanyeol voltar e se tornar aquela criatura que o atacou, mas mais do que isso, tinha medo dele não voltar.

E ficou puto de novo.

Saudade? Era isso que Byun estava sentindo? Ele se recusava, isso ali não era um filme de romance doentio onde a mocinha é apaixonada num babaca que a maltrata. Ele não era seduzido pelo perigo, pelo contrário, gostaria de ficar longe dele. Mesmo que negasse com unhas e garras, estava com saudade. Saudade da voz, da risada maldosa, os comentários petulantes, o jeito bonito que tinha de sorrir e balançar a cabeça. Merda, Barkhyun era a mocinha apaixonada no romance doentio.

Não que achasse que Chanyeol o machucaria, na verdade se sentia estranhamente seguro. Sentiu medo da parte do Park que ainda não conhecia, sentiu aquele frio na barriga por achar que seria devorado, mas a reação do vizinho o tranquilizou. Percebeu que o vampiro recobrou a consciência e fugiu instintivamente no meio de um descontrole, isso chegava até a fazê-lo sorrir, de um jeito bem bizarro. Porém havia aquele pobre homem morto. Entendia que aquilo, provavelmente, não era Chanyeol, era a fome. Só que ainda era um homem assassinado, uma vida interrompida porque Park estava com fome e Baek se culpava por tentar compreender isso. Qualquer outro ficaria apenas horrorizado e apontaria o avermelhado como um monstro. Talvez Baekhyun devesse fazer o mesmo.

No meio de muitos pensamentos confusos e boca ferida por mordidas nervosas, adormeceu.

(...)

—Vamos, Baekhyun, me deixe entrar! -Jongin batia na porta fervorosamente, emputecido com o baixinho que não tinha feito a gentileza de atender.

Completamente p da vida, deu a volta no corredor e foi levantando pote de planta por pote de planta, sabia que a mãe Byun escondia uma chave reserva por ali. Encontrou e foi logo entrando no apartamento, marchando até o quarto do magricela.

—Como é que é, inferno? Bati cinco milhões de vezes naquela porta!

—Invadiu minha casa! -apontou para o moreno e se sentou na cama-. Se eu não atendi, não era para entrar.

Deu dedo para o garoto e retirou a jaqueta jeans, jogando-a no canto do quarto. Foi até a cama e empurrou o menor que ainda reclamava, se deitou no colchão e ficou em silêncio.

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2019 ⏰

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Vampire «Chanbaek»Onde histórias criam vida. Descubra agora