O primeiro olhar

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  Agora eu vou contar como foi a primeira vez que nos vimos, até que é uma história engraçada se vc contar com as partes que fiz besteira, oq é comum se tratando de mim.
      Eu estava em casa me arrumando para ir à festa do irmão de Mariana, parte de mim não queria ir mas a outra parte sabia que era meu dever como amiga de Isa acompanhá-la, eu não estava lá muito segura de ir porque olha só imagina eu, em uma festa, com a primeira garota que eu já gostei na vida, quais são as chances de eu estragar tudo? Chegando lá eu vi o típico dessas festas adolescentes, bebidas, música alta, alguns tipos de Drogas, por que cara eles são os pessoal do ensino médio, quem estuda na nossa escola sabe que não pode se esperar nada dos meninos do ensino medio, me senti tão excluída por não me encaixar em lugar algum, Isabela pelo contrário já estava nos amassos com o amigo do primo dela, pra ela sempre foi mais fácil se encaixar e para aqueles meninos não importava se éramos 2 ou 3 anos mais novas que eles, eu estava sentada no sofá da área da piscina e só conseguia pensar em oque eu estava fazendo ali, fui pra fazer companhia pra Isa mas parecia que ela nem lembrava que eu estava ali. Não tinha nem uma hora que eu estava ali mas mesmo assim decidi ir embora, naquela hora eu nem sabia se Mariana estava ou não naquela festa mas na hora que eu me levanto e vou até a saída, lá vem ela descendo as escadas brilhando pra mim como se nada mais importasse, como se um holofote pairasse sobre ela, como ela estava bonita.
    Nós conversamos, e conversamos, dançamos enquanto tocava a musica que ela classificou como nossa (Only You- Little mix) Estava tudo tão perfeito, eu via que ela era ainda mais incrível, enquanto dançávamos nos olhamos nos olhos, e aquele foi o nosso primeiro olhar, o olhar de desejo, carinho, amor, aquele olhar que na hora fez parecer que só estávamos eu e ela ali, Que sensação estranha eu logo pensei, estranha mas boa, eu estranhei por que nada assim nunca tinha acontecido comigo foi como se tivéssemos uma conexão, mas uma conexão tão forte que outras pessoas nunca poderão entender. Ela sussurrou no meu ouvido que queria falar comigo em um lugar mais reservado onde tivéssemos privacidade, eu aceitei, mas com um certo medo
E se eu n saber como fazer?
E se ela não gostar do meu beijo?
E se?

           E se?

E se?

Eram tantas dúvidas naquela hora, eu nunca tinha passado por aquilo antes, pelo menos não com uma garota, é como aprender a andar de bicicleta de novo. Quando chegamos na parte de trás da casa onde tinha uma sacada ela chegou bem perto de mim, tão perto que podia sentir seus seios encostando nos meus, tão perto que podia sentir os pelos de seu rosto sobre o meu, a sua mão subindo pelos meus braços meio que fazendo um carinho, suas mãos me acariciando e logo me puxando para um beijo, o mundo desligou, era só eu e ela, nos entregamos a um beijo, um beijo demorado, molhado, quente, com desejo, ficamos alí e só nos beijávamos, eu senti ali que eu realmente gostava dela e por um momento pareceu que eu estava vivendo a minha vida do modo errado.
     Nos despedimos e fui pra casa, naquela noite tentei dormir mas eu ficava repetindo aquela cena na minha cabeça, de novo e de novo, eu não estava nem aí pra nada eu só queria beija-la de novo, sentir seus lábios macios e quentes sobre os meus, sem ter que ligar para o tempo, mandei mensagem pra ela e falei como aquilo foi importante pra mim, e em seguida veio uma mensagem dela que me deixou muito feliz e que me fez pensar, eu vou namorar essa garota, saber que um sentimento é recíproco muda totalmente a forma com que vc passa a se expressar sobre ele, eu me deitei, sorri mas aí veio na minha cabeça

- PUTA MERDA, OQUE EU VOU FALAR PARA OS MEUS PAIS?

     Até então eu namorar nunca tinha sido um problema pros meus pai mas eu nunca demonstrei sequer qualquer interesse por garotas e sempre que apresentava alguém pros meus pai eram meninos oque eu sempre percebia ser um alívio pra eles, meus pais podem não aceitar eles passaram a vida acreditando em uma coisa e eu de repente vou lá e mudo toda história, eu só sabia olhar de um lado pro outro e pensar oque eu ia fazer pra contar, mas eu decidi não contar, pelo menos não por um tempo, eu ainda não estava pronta e mesmo assim o meu "lance" com Mari podia nem ser concreto, eu me acalmei, tomei um banho quente e me deitei mas minha cabeça só estava em um lugar, eu ficava repassando na minha cabeça as cenas da festa, a nossa dança, a hora que ela apareceu, por que foi tudo tão surreal parecia até cena de filme. Mas oque mais mexeu comigo foi aquele olhar, a imagem dos olhos dela me olhando estava fotografada na minha mente, como eu queria estar olhando nos olhos dela naquela hora eu não me arrependi de ter ido a festa porque sem dúvida aquele tinha sido o melhor dia da minha vida até então. E de pensar que tudo aconteceu de verdade depois daquele olhar, O nosso primeiro olhar.
Era errado eu pensar nela o tempo todo? Se sim, eu não me importaria de permanecer no erro, e se ela fosse o meu erro; eu não me importaria de errar de novo. Pelo resto das férias nos saímos quase todo dia eu saía de casa cedo e voltava só de noite, meus pais nunca tinham estranhado até porque eu sempre estava saindo com as minhas amigas, mas Mariana aparecia pra me buscar sozinha e meus pais ficavam reparando a forma como nos tratávamos e me perguntaram se Mari era só uma amiga mesmo, eu disse que sim, mas eu sei que devia ter dito a verdade e que talvez eu teria evitado muita coisa com isso, eu estava falando com eles quando meu pai solta a seguinte frase

- Você está proibida de ver, sair ou até mesmo falar com essa menina, eu sei que isso não é só amizade.

Eu fiquei em choque, pensei que ele não estava falando sério, mas ele estava e ele me proibiu de fazer qualquer coisa que pudesse envolver ela. Mas como eu iria ficar sem falar com ela? Em anos eu finalmente estava me sentindo bem e as coisas começaram a ter algum sentido pra mim porque ela me fazia bem e por ela eu fazia as coisas, como eles puderem tirar um pouco da felicidade que ainda me restava, eu lembro de subir pro meu quarto e olhei para a janela e saí por ela e marquei de encontrar com Mari em um trilho abandonado que tinha na nossa cidade, e era lá que sempre nos encontrávamos chegando lá ela estava me esperando, chegando lá eu decidi fazer oque meus pais falaram e falei que não queria mais vê-la e que oque estávamos fazendo era errado, nem sequer me despedi só virei as costas e fui embora e enquanto escutava ela chamar meu nome com sua voz de choro eu segurava para não desabar ali mesmo, chegando em casa eu entrei pela porta da frente e não estava nem aí se meus pais iam falar por eu ter saído ou não, aquela altura eu já não ligava mais para oque ele pensavam ou deixavam de pensar. Fui na cozinha e peguei uma das garrafas de whiskey do meu pai e levei para o meu quarto onde eu acabei com a garrafa, ter feito aquilo me destruiu de diversas formas, no meu celular varias chamadas perdidas dela e eu só sabia chorar. CARALHO eu estava realmente gostando dela, eu estava apaixonada por ela e nos dois meses que passamos juntas eu só soube que quanto mais o tempo passava mais eu amava ela.
Chegou o dia de voltar às aulas, e eu desde que tive aquela conversa com ela, não tive mais ânimo para nada, mas eu me levantei de manhã e me arrumei pra ir para escola, os cafés da manhã em família já não eram tão frequentes, meus pais mal suportavam dormir na mesma cama que dirá comer juntos, então eu comi qualquer coisa e saí de casa, chegando lá enquanto eu pego meus livros no meu armário, lá no início do corredor eu via ela, eu nem sequer sabia que ela iria estudar lá, mas enquanto ela passava por mim ela me olhou e eu senti que a nossa conexão não havia acabado porque o olhar foi o mesmo olhar da festa o mesmo olhar pelo qual eu me apaixonei o mesmo olhar que eu queria ver todos os dias.

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