Capítulo 19- Ciúmes do melhor amigo

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Passou três dias desde que cheguei em Chicago para passar o feriado com a minha família materna e desde então estou me empanturrando de comida que a minha avó fazia para mim, ajudava meu avó na loja junto com meus tios e a noite ficava desenhando no meu novo caderno e conversando com meus amigos pelo Facebook eu sentia muita falta de todos principalmente de Caleb, já que eu não passava um dia sem vê-lo e antes que me recriminem eu sentia muita falta também de Dexter e de seus beijos que me pegavam de surpresa, ele me mandava mensagem toda hora falando como estava entediante o acampamento que ele estava com a família, pelo menos lá tinha um sinal bom de celular e ele podia falar comigo.

Nesses três dias pude conhecer um pouco melhor Aisha que era uma garota bem puritana e certinha, ela seguia bem a cultura da nossa família e disse que pretende ficar nos Estados Unidos para fazer faculdade de administração, por isso pediu as pais para vim antes e terminar o ensino médio logo aqui para ver se conseguia entrar em uma boa universidade, eu até tinha simpatizado com ela e espero ter uma boa convivência já que ela vai passar um tempo morando comigo.

Hoje era véspera de natal, mas não iriamos comemorar já que minha família materna era quase toda muçulmana.

-Amirah pega um pouco de suco de tâmaras pro seu jid. – Estava ajudando vovô na loja tinha chegado umas mercadorias e eu estava registrando tudo no computador já que vovô não sabia mexer direito.

-Claro Jid.- Me levando de onde estava e vou até a copa no fundo da loja, peguei o suco de tâmaras bem gelado e servi em dois copos, a porta dos fundos estava aberta fui fecha-la para que ninguém entrasse ali, e quando olho para perto do caminhão vejo Aisha aos beijos com o rapaz da entrega que era bem bonito. Aquilo me pegou de surpresa, ver a tão puritana Aisha que vovó fazia questão de dizer se agarrando com um entregador que mal conhece não é coisa de garotinhas de família tradicional, e olhe que meus tios falaram por que já tenho um namorado, mesmo já tendo 17 anos.

-Amirah cadê o suco?-Vovô grita de dentro da loja e eu pego os sucos e levo para ele.- Ah sim, suco de tâmaras frescas é uma das melhores coisas. Onde está Aisha? Ela deveria está ajudando também.

-Ela está no banheiro. -Minto, sabia que se eu falasse outra coisa vovô iria procura-la e ira ver ela se agarrando com um cara estranho nos fundos da loja. -Sabe como é... Coisas de meninas. – Vovô pareceu convencido e voltou a fazer seus cálculos em um caderninho todo rabiscado.

Algum tempo depois Aisha chega com o habib um pouco fora do lugar e alguns fios de cabelo saindo dele, sua boca parecia mais vermelha e ela passava a mão pela roupa para arrumar.

-Que demora no banheiro foi essa menina? -Vovô pergunta para ela que fica espantada, mas olha para mim como se me agradecendo por acobertar ela. -Deixa pra lá não quero saber desses problemas de mulher, agora ajude Amirah com os registros.

-Sim senhor, Jid. – Ela faz uma reverência como sempre fazemos para os mais velhos da cultura oriental e depois vem pro meu lado.- Obrigada.- Ela fala baixinho para vovô não ouvir.

-Sem problemas.- Falo sem tirar a atenção do que fazia no computador.

No finalzinho da tarde voltamos para casa as casas da vizinhança estavam cobertas com enfeites natalinos menos a dos meus avós que não comemoravam o natal, eu sempre gostei da data por que sempre tinha comidas gostosas e todos aqueles enfeites fofos e as pessoas pareciam mais sorridentes nas ruas. Meu pai também era um fanático pelo natal, ele mesmo fazia questão de escolher toda a decoração natalina da nossa casa e quando mamãe estava viva ele até fez ela gostar do feriado por mais que a religião dela não permitisse. Eu amei vim visitar meus parentes, mas pensar que vou ficar em casa sem fazer nada no natal me deu um pouco de desânimo fiquei pensando como estariam todos em Asheville a cidade ficava linda nessa época só perdia para primavera quando os campos se enchiam de flores silvestres e o cheiro delas predominavam.

Since 2003 (Suspensa)Onde histórias criam vida. Descubra agora