Since 2003 (Suspensa)

Capítulo 1 O herói da piscina.

Parte I Summer

Essa é uma historia como muitas outras que vocês estão acostumados a ver, uma cidade pequena, uma escola, e uma amizade que com o tempo se transformou em algo mais serio. O sentimento que eu comecei a alimentar por essa amizade começou a me consumir de uma forma que com o decorrer do tempo isso foi se tornando algo impossível de se esconder.

Mas antes de tudo, o melhor a se fazer é contar essa historia do começo, há sete anos atrás, quando eu tinha apenas dez anos eu perdi minha mãe pra um câncer que a levou em pouco tempo, com isso meu pai deixou a empresa que tinha em Chicago e nos mudamos para Asheville, uma pequena cidade da Carolina do Norte onde meu pai tinha nascido e crescido, ele me disse que seria bom para nos dois morarmos em um lugar diferente depois da perda da mamãe então ele abriu uma grande filial dos seus supermercados lá e moramos na antiga casa da família. Nesse tempo eu tive uma pequena depressão pela morte da minha mãe e meu pai decidiu que eu teria aulas particulares em casa ate eu me recuperar, mas ele percebeu que eu estava se fechando mais em minha própria bolha e me isolando ainda mais do resto do mundo, então resolveu que seria melhor eu ir para a escola, para conhecer outras crianças.

Antes de iniciar as aulas a escola para qual eu ia frequentar, sempre fazia uma festa na piscina em um clube para comemorar o fim do verão, e todas as crianças iam com seus pais, então meu pai resolveu me levar na festa, tinha varias crianças correndo e brincando na água o dia estava ensolarado, eu sempre fiquei quieta na minha não era muito comunicativa.

- Por que não vai brincar um pouco na piscina? – Meu pai pergunta me vendo sentada em uma esteira olhando para as outras crianças brincando na piscina.

- Eu não sei nadar. – Eu digo observando um grupinho de garotos brincando na água.

- Por que não usa uma boia? Ai você vai poder aproveitar. Esta um dia tão ensolarado a piscina deve esta muito boa.

- Ninguém esta de boia pai, vão rir de mim se usar.

- Então já que não quer ir para a água vou buscar um cachorro quente para nos dois. O que acha?

- Cachorro quente é legal.

Meu pai vai atrás da barraquinha de cachorro quente e eu fico olhando para a piscina, a água era tão convidativa, mas eu tinha medo de me afogar, então algo chamou minha atenção, no fundo da piscina eu pude ver o reflexo de uma moeda, me levantei de onde estava e fui para junto da borda para olhar melhor, me abaixei e passei minha mão na água que estava fria, fiquei agitando minha mão na água sem perceber que dois garotos viam correndo na direção de onde estava, então um deles tropeçou e esbarrou em mim que me desiquilibrei e acabei caindo na água.

Eu tentei mexer as pernas, como meu pai uma vez tinha me ensinado, mas o desespero falava mais alto e eu acabava engolindo água e afundando toda vez que me agitava, ninguém percebia que eu estava me afogando, pois as outras crianças estavam brincando não me notando e seus pais estavam mais preocupados em conversar uns com os outros. Quando eu já estava sem folego pela água que engolia, desistir de me debater e fui afundando, olhei para cima enquanto afundava e imaginei o rosto da minha mãe ali já que em breve eu iria encontrar com ela. Foi ai que o inesperado aconteceu e eu o vi pela primeira vez, seu cabelo ruivo se destacou flutuando na água como se estivesse em chamas parecia ate coisa de magia aquele cabelo tão vermelho na água, ele estende sua mão para mim que seguro com força, então me puxa para a superfície eu me abraço com força nele com medo de me afogar novamente, respirar foi difícil já que meu pulmão estava cheio de água.

- Alguém ajuda aqui! – Ele grita então alguns pais percebem o que esta acontecendo e vão em nossa direção. O menino me leva ate a borda e uma das professoras me tira da piscina me colocando deitada no chão, um monte de pessoas me cercam, procuro pelo garoto ruivo e ele estava me observando também só que mais afastado.