The girl in the gallery

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Estava sentado na mesa ao lado da enorme janela olhando a minha galeria de arte favorita, não pelo fato de eu adorar arte (pelo contrário, eu nem entendo sobre arte), mas eu era secretamente apaixonado por uma funcionária de lá. Não, eu nunca havia trocado nenhuma palavra com ela, nem ao menos havia entrado naquele lugar, mas sabe quando você costuma pegar o metro com a mesma pessoa, a acha bonita e até pensa em como poderia ser uma conversa com ela? Bom, era assim que eu me sentia sobre aquela garota.

Eu olhava para a galeria fixamente enquanto tomava meu café, e lá estava ela vestindo uma jardineira jeans, usando um coque frouxe, rindo e...abraçada a um cara? EU me espantei e quase levantei e fui até lá para questioná-la sobre aquilo, afinal, como ela podia acabar assim com o nosso 'relacionamento'?

- Viu um fantasma? – Alex se sentou a minha frente fazendo um barulho enorme e me assustando também.

- Vi sim... – eu olhei para ele com cara de poucos amigos. - ...você.

- Quanta hostilidade. – ele riu e olhou para onde eu olhava antes. – Você deveria ir falar com ela ao invés de ficar babando.

- O que? – era impossível, como ele sabia da minha 'paixonite'. – Eu não...

-...ai Henry, por favor. – ele revirou os olhos. – Você baba por ela e é muito óbvio, ou qual seria o motivo de virmos sempre a uma cafeteria quase 5 milhas de distância da sua casa?

- Talvez eu goste do café daqui.

- Tem uma franquia na esquina da sua casa.

- Quanto tempo faz que você sabe disso? – eu tomei mais um gole do meu café.

- Desde a segunda vez que viemos e você me perguntou quanto custava um quadro lá. – ele apoiou os braços na mesa e deu uma risadinha. – Eu fui lá pesquisar sabia? Ela tem boas coisas e parece estar vendendo tudo. Ela é bem legal também, e cheirosa.

- Ela não é meu tipo de garota.

- Trabalhadora?

- Independente... – eu olhei através do vidro para a galeria novamente e a vi dar um selinho demorado no cara a frente dela e o abraçar demoradamente. - ...inteligente e aparentemente com um namorado. – eu olhei para Alex que também olhava a cena.

- Não é namorado dela.

- E como você sabe?

- Porque ela me disse que não tem namorado. – ele deu de ombros como se aquilo fosse óbvio.

- Você saiu com ela?

- Que tipo de amigo eu seria se saísse com a garota que meu amigo gosta? – ele balançou a cabeça. – A gente só se tornou amigo, mais nada. Então se eu estou te dizendo que não é o namorado dela então acredite.

- Bom, esse cara com certeza não é gay, então porque toda essa agarração se não é o namorado dela?

- E eu quem sei? Eu só sei que não é o namorado dela. – ele me olhou. – Se eu fosse você ia até lá, ou você corre o risco de não vê-la mais.

- O que você quer dizer com isso? – eu estava quase entrando em pânico ao saber que poderia não ver mais 'minha' garota.

- Ela está vendendo a galeria.

- Por que?

- Não sei Henry, a gente não é 'bff'... – ele disse de maneira afeminada. - ...a gente só conversa coisas aleatórias e não é toda semana que isso acontece.

- Então você acha que eu devo ir lá?

- Com certeza. – ele olhou para fora e fez uma careta. – Não hoje, porque ela parece estar saindo. Mas amanhã.

- Alex, isso tudo parece meio doido.

- Você baba por uma garota que nunca viu, tomar uma atitude me parece menos doido do que isso.

- Vou ver se vou lá amanhã. – eu bati a mão na mesa e o encarei. – Podemos falar sobre o que realmente importa? Não estou com vontade de encarar a Ana sem saber exatamente o que está acontecendo.

- Você não vai gostar nada disso. – ele ficou sem graça e colocou o celular em cima da mesa, as palavras 'bom moço?' estavam destacadas.

- O que? – eu falei um pouco alto e todos a minha volta me olharam, não liguei, peguei o aparelho e olhei a matéria que dizia que eu havia tido um relacionamento com uma mulher casada anos atrás e que, aparentemente, eu tinha voltado com ela, que continuava casada. – Isso é mentira! Eu fui mesmo em um jantar com ela, mas foi só um jantar. – eu bufei. – Ela é amiga da minha mãe!

- Eu sei disso, Ana sabe disso, mas o que você quer que eu faça? Sem contar que ela vendeu a história e afirmou que era tudo verdade.

- Eu vou perder um ótimo papel por causa disso. – comecei a me lamentar e pela primeira vez na vida eu me senti tentado a subornar alguém.

- Ana é experiente, ela vai dar um jeito nisso. – ele retirou o celular da minha mão, eu ainda estava chocado. – Quer ir agora?

- Vamos logo, antes que me caia a ficha e eu surte mesmo.

In Your Atmosphere ║Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora