Capítulo 4 - Carol: O Desabafo e a Despedida.

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Fui para casa um pouco mais aliviada, mas como sempre durou pouco. Flavio entra em contato comigo novamente, no primeiro momento levei um baque, já estava paquerando outro rapaz que trabalhava comigo.

Flavio insistiu muito para me ver, dizia que precisava resolver um assunto e precisava da minha ajuda. Ele me pegou no ponto fraco, não conseguia negar ajuda a ninguém, ainda que fosse meu maior inimigo me pedindo ajuda, nunca iria recusar. Continuou insistindo por dois dias, então resolvi me encontrar com ele.

Marquei em um restaurante que sempre frequentei e onde todos me conheciam, assim me sentiria mais segura. Enfim, ele chegou a pé, veio querendo me beijar, mas eu afastei o rosto para forçar o beijo na bochecha e dei um abraço com frieza.

— Você está diferente.

— Sou a mesma, alta, gorda e presente.

— Você está mais fria e distante.

— É impressão sua. Vamos entrar, não quero ficar aqui por muito tempo, tenho outros assuntos para resolver. – disse isso enquanto ia entrando no restaurante, cumprimentando a todos que me conheciam.

Sentamos na mesa mais ao fundo, ele tentou ser cavalheiro comigo, mas não permiti, confesso que no fundo, no fundo, não queria mais vê-lo, estava gostando de outra pessoa, não queria colocar tudo a perder novamente.

— O que você tem? – perguntou mais uma vez.

— Já disse que nada. Para que você quer tanto a minha ajuda, tô ficando curiosa. – falei para ele parar de perguntar o que eu tinha, estava tentanto não ser ignorante e nem grossa.

— Então, como você é uma pessoa muito importante para mim, vim pedir sua opinião.

Ele explicou que recebeu uma proposta de trabalho, porém teria que morar em outra cidade, mas tinha conseguido uma bolsa de estudos para entrar na faculdade, não sabia se ia trabalhar ou se ficava na cidade e fazia faculdade.

— Vai para o trabalho e transfere a faculdade para lá, você já vai trabalhar na área que estudará. – ele sempre quis morar no interior, então baseada nisso, disse.

— Tem certeza?

— Você não tem nada e nem ninguém que te prenda aqui, então vai fazer sua vida em outra cidade, que você sempre quis ir.

— Nossa, não precisa falar desse jeito. – disse ele, visivelmente magoado.

— De que jeito? – eu disse da forma mais cínica que consegui.

— Do jeito que você falou para eu ir embora.

— E eu disse alguma mentira por acaso?

— Claro que você disse, eu tenho você.

— Não tem não, não sou mais NADA sua, no máximo amiga, você sempre preferiu as outras do que a mim, eu sempre fui seu consolo. Elas te chutam e você saber que a trouxa aqui está sozinha, que ainda te ama e é só estalar o dedo que ela volta. Só que a trouxa aqui cansou desse jogo, durou tempo depois. Quero alguém que me ame de verdade, me ame como eu sou. Então é melhor você fazer sua vida longe de mim. – desabafei e ele me olhou perplexo, não acreditando que eu realmente estava falando aquilo.

— Nossa, você mudou mesmo, não me ama mais.

— Eu não mudei, ainda te amo, mas cansei de dar murro em ponta de faca. Você sempre soube que eu queria me casar com você e ter filhos com você, te dar uma família. E o que você fez? Casou com outra mulher, que o traiu com um amigo de trabalho. Então, vamos cair na real, você nunca quis nada comigo, além de cama, não é mesmo?

Escolhas Do Coração (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora