I - Alexia

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— ... e com um beijo de amor verdadeiro o príncipe acordou a princesa.
— mamãe.
— sim meu amor.
— cante para mim.

Ela sorriu como sempre e então cantou.

— Em algum lugar, dilly dilly
Além da linha do mar
A terra que, dilly dilly
sempre vou amar.

Pássaros cantam, dilly dilly
Eu e você
Juntas para sempre, dilly dilly
Vamos viver.

Escutar sua voz cantando todas as noites era, com certeza, a parte favorita do meu dia.

— que terra é essa mamãe?
— ah, minha pequena Alexia, um dia vai encontrá-la. Mas agora, você tem que dormir. Boa noite minha princesa.
— boa noite mamãe, eu te amo
— eu te amo mais

E então ela beijou minha testa, apagou o abajur e saiu do quarto.

10 anos depois ...

— Senhorita Alexia?
— Já estou indo – disse enquanto arrumava minha bolsa.
— Alexia?
— Só um minuto – abro a porta com pressa, assustando Lucia, a governanta – estou pronta
— Seu pai a espera no carro. Assim você vai se atrasar e perder o vôo
— Tudo bem, tudo bem. Obrigada

Ok. Estava tudo arrumado. Hora de ir.
Fui em direção ao elevador e

— Senhorita Alexia! Esqueceu seu celular - Lucia veio correndo
— Ai meu Deus – peguei o celular – só não esqueço a cabeça porque esta grudada no pescoço. Obrigada Lucia

A caminho do aeroporto tudo estava normal, tirando a parte, é claro, que eu estava atrasada. Mas com meu pai dirigindo era impossível não chegar a tempo para embarcar.

— Pegou o carregador do seu celular?
— Claro pai.
— Escova de dente?
— Pai, mesmo se eu esquecesse, lá existe um lugar chamado farmácia – digo pela milésima vez – você está bem?
— Isso nunca fica mais fácil – ele diz me abraçando
— Chamada para o embarque no vôo 174 com destino à Honolulu
— eu tenho que ir - abraço meu pai — eu te amo
— eu amo você querida

5 horas depois ...

O avião finalmente aterrissou no aeroporto de Honolulu, e posso dizer que não aguentava mais ficar sentada. Viajar de primeira classe ajuda bastante, mas a sensação de bunda quadrada é a mesma.

O clima havaiano já da suas caras no saguão de desembarque, tanto na temperatura que, mesmo no inverno, é agradável, quanto nas boas-vindas dos havaianos.
Recebi um colar de flores e a única coisa que soube falar foi "aloha".

Peguei as malas e chamei um táxi que me levaria até meu hotel. Música havaiana era o que não faltava em todo o percurso.
O hotel ficava na orla da praia de Waikiki. E por mais que eu quisesse mergulhar de roupa e tudo naquela água cristalina, estava cansada demais. Então apenas peguei a chave do quarto, subi, tomei um banho demorado e deitei na cama para apreciar o pôr do Sol.
E então tive a certeza de que foi minha melhor escolha até agora.

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